Rápido demais Austin vê Aurora se despedindo, quase correndo em direção ao quarto que compartilhavam. Cessou a entrevista preocupado sem deixar de agradecer o carinho dos fãs.
– Sol, está bem?
A garota já estava saindo do banheiro com uma toalha enxugando o rosto, que pelo estado vermelho, só poderiam denunciar uma coisa. Ela tinha passado mal novamente.
Cansou da palhaçada.
– Vamos!
– A onde? Estou cansada, com sono, gostaria de dormir um pouco.
– Luz você está claramente doente, não é normal isso que está acontecendo, tontura? Vômito? Dores no corpo? Qual é?
– Eu sei, eu sei, só estou tão cansada agora, não quero sair da cama.
Ao se deitar puxa o edredom para cobrir o corpo encolhido como uma bola, sentindo fatigada o suficiente para dormir por horas.
– Meu amor, você tem que prometer não me deixar por nada nesse mundo. Não suportaria perder outra pessoa.
– Quem você perdeu?
– Perdi muita coisa até aqui, você tem sido minha única aquisição, não falo de ti como um prêmio ou algo assim, digo que é preciosa, que vale mais do que tudo que já tive nessa vida. Preciso que se cuide por mim e por você!
– Me dê alguns minutos e prometo me recompor.
– Tudo bem!
Deitou ao lado do seu. Ela já havia fechado os olhos e dormira feito anjo ao seu lado, examinar sua face parecia uma tarefa fácil, entregar seu mundo ao dela também.
Queria jogar todo o peso que carregava em si pra fora, desabafar sobre sua vida maldita com Aurora acorda estava fora de cogitação, então fechou os olhos deixando as lembranças virem, embargando seu coração.
– Quando eu tinha doze anos perdi meu irmão gêmeo num acidente de carro, papai gostava de velocidade, nós gostávamos de carros. Tudo aconteceu rápido, um caminhão ultrapassava outro, não havia acostamento para corrermos, meu pai improvisou por entre as árvores. Renan gritou tão alto e ainda assim não foi tão grande quanto ao estrondo que surgiu do outro carro.
Parou para respirar, procurar um pouco de ar, as memórias lhe socavam com força.
– Teodoro nunca foi bom em escolhas, o motor do carro deu sinal de fumaça, eu estava sangrando mas de olhos abertos, não ouvia mais Renan falar qualquer coisa, sentia tanta dor só queria que a morte me abraçasse logo, mas os braços que me tocaram foi os de meu pai, por algum motivo ele estava me retirando do carro, me levando para longe, quando o barulho da explosão cessou, o fogo era tão alto, não conseguia me mover, meus braços e pernas não atendiam aos comando, apenas os olhos conseguiam estar atentos.
Engoliu a bile na garganta, mas não conteve as lágrimas que banharam sua face.
– Meu melhor amigo, meu parceiro de nascimento estava ali queimando... e eu fraco demais, impotente demais para ter qualquer reação – fungou quando sentiu a bailarina enlaçar seu corpo, não percebeu em que momento transformou-se num bebê em posição fetal, sendo acariciado pela mulher que amava.
– Eu achei que minha vida tinha acabado ali também. Devia ter. Tinha que ter sido eu. Mas agora eu entendo Luz, porque continuei aqui, tinha que te conhecer. Você é o meu destino final. E agora vou passar o resto dessa vida, vivendo por você; apenas isso me mantém sóbrio, nada faz sentido...
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A Cura de um Anjo - Quebrados 4
RomanceSeguimos tão fragmentados, que para reconstrução terão que entender, algumas coisas: Não é possível amar um anjo e ser retribuída de igual para igual. Alguém com tanto poder sobre tudo ao seu redor, jamais estaria preparado para receber um amor ágap...