Viajamos a noite inteira, quando chegamos na praia já amanheceu, enquanto estamos tirando as coisas do carro, vejo uma menina de uns três anos brincando perto de onde estamos, olho em volta, mas não vejo nenhum adulto por perto, só alguns turistas bem mais para frente. Vou ajudando o Phat a tirar as malas, mas fico de olho nela, ela está muito perto da água.
Quando o Phat se abaixa para pegar as malas que estão no chão ela se aproxima, está segurando alguma coisa na mão.
- Tio, olha.
O Phat levanta a cabeça, ela olha para ele e sorri. Ele olha para mim e está com uma cara assustada.
- Pran, você está vendo isso?
Eu me aproximo achando que pode ser algo na mão da menina, mas ela só tem conchas. Eu olho para ele de novo vejo o seu olhar, eu reconheço aquele olhar, é como ele me olha.
- Pran, ela é igual a você quando era criança.
Eu olho para ela e realmente a semelhança é muito grande.
- Tio, cossinha, cossinha.
Ela estende as mãos para o Phat, ele abre as mão e ela da as conchas para ele, então ela beija o rosto dele, abre um sorriso enorme e eu vejo os olhos dele brilhando, eu sei o que ele está vendo, são as minhas covinhas. Ela se afasta correndo e rindo, mas tropeça e cai. Por puro instinto o Phat corre até ela e a pega no colo, ela chora de maneira inconsolável, ele tenta agradar, mas ela continua chorando. Ele vai sacodindo ela e se aproximando de mim, eu olho em volta procurando, cadê os pais dessa criança?
Quando eles chegam perto ela estende os braços na minha direção e começa a abrir e fechar as mãozinhas.
- Papi, Papi.
Eu olho atrás de mim, mas não tem ninguém ali. Essa situação toda é muito absurda.
- Você quer ir com ele princesa?
Olá apronta para mim e fala para ele.
- Papi, Papi.
Ele se aproxima e vejo que quer dar ela pra mim, dou um passo para trás.
- Ah não, não, não.
Ela começa a chorar muito alto, alguns turistas começam a olhar na nossa direção.
- É só para acalmar ela Pran.
Eu pego ela no colo e vou esfregando as suas costas, ela me abraça e vai parando de chorar, está mais calma, mas ainda está soluçando, é de partir o coração.
- Papi, dodói.
- Eu sei querida, já vai passar.
O Phat olha para mim e sorri.
Uma senhora que conhecemos no casamento vem até nós.
- Claire? Aí meu Deus meninos, ainda bem que são vocês. Ela estava brincando e quando eu percebi já tinha sumido. Me de ela aqui.
Eu tento afastar a menina, mas ela se agarra ainda mais forte no meu pescoço.
- Não, Papi, não.
- Claire, não seja mal criada, vem com a vovó.
- Não, quero Papi!
Ela começa a chorar de novo, eu não sei o que fazer. O Phat olha para mim e para a menina.
- Porque nós não acompanhamos a senhora até em casa, talvez seja mais fácil pegar ela lá.
- Eu não quero atrapalhar vocês.
- Não, está tudo bem. Só um minuto.
Ele abre o porta malas do carro e guarda as malas novamente, vem até nós e me abraça, colocando a mão no meu ombro, eu vejo a menina segurando o dedo dele e deitando em cima da sua mão. Quando chegamos na casa ela está dormindo.
- Agora que ela está dormindo, deixa eu pegar ela.
Tento afastar ela, mas o Phat tem que puxar o braço que está me segurando. Ela também continua segurando forte o seu dedo, ele tenta tirar com cuidado.
- Me desculpem por isso meninos, ela normalmente não chega perto de estranhos.
- Está tudo bem.
Nos despedimos e saímos, vejo o Phat olhar para trás algumas vezes, mas não comento, essa situação toda já está bizarra demais.Quando chegamos no carro, ele começa a rir.
- O que foi agora?
- Eu juro que se não te conhecesse eu ia achar que você andou me traindo lá em Singapura.
- Idiota.
- Fala sério Pran, qualquer um poderia jurar que ela é sua filha.
- Eu sei, mas não é. Então chega desse assunto.Quando chegamos na casa do tio Tong ele nos leva para o quarto e fala para a gente descansar. Nós precisamos mesmo, passamos a noite toda no carro, o Phat principalmente, porque veio dirigindo. Nós tomamos banho e vamos dormir.
Acordamos e já está de noite, saímos do quarto e o tio Tong está na varanda.
- Ah garotos, que bom que vocês acordaram. Estão com fome? Eu quero levar vocês para conhecer alguém.
- Estamos com fome sim, tio.
- Então vamos lá.
Ele sempre tem alguém da vila para apresentar para nós, já comemos na casa de pelo menos metade dos moradores daqui, eles sempre nos acolhem e nos tratam como parte da comunidade deles, que na verdade é uma grande família.
Quando chegamos na casa, vejo que é a casa que trouxemos a senhora com a garotinha, eu olho para o Phat e penso que não pode ser coincidência.Ele bate na porta e a senhora que encontramos mais cedo abre ela.
- Meninos, essa é a Thana, podem chamar ela de tia Thana.
- Nos cumprimentamos ela.
- Parem com isso, entrem logo.
Nós entramos e ela fala para ficarmos no sofa e nos tras água.
- Eu já estou quase terminando o jantar, fiquem a vontade, eu tenho que ficar de olho nas panelas.
Escutamos um barulho vindo de trás de uma porta, então ela se abre e aquela menina sai correndo.
- Vovó, vovó!
Quando ela nos vê ela para e comeca nos encarar muito irritada.
- Impossível!
Eu olho para o Phat, que dá risada.
- Alguma coisa de mim ela tinha que ter.
Isso é simplesmente surreal. Ela tem o mesmo olhar feroz que ele quando está irritado.
Ela volta para o quarto que estava e bate a porta. Como uma criança desse tamanho pode ser tão geniosa? O tio Tong vira para nós rindo e pergunta.
- Vocês perceberam também, certo? Quando eu vi ela eu podia jurar que era filha do Pran, até ela ficar brava com o Júnior, então eu vi o seu olhar.A Tia Thana vem da cozinha e nos chama para jantar, ela vai até o quarto e trás a Claire também, que continua nos encarando com aquele olhar perturbador.
Ela não quer jantar, por mais que a avó insista. O Phat levanta e se aproxima. p
- Princesa quer comer comigo?
Ela olha para ele e mais uma vez abre aquele sorriso, estende os braços e ele pega ela. Ele a senta no colo, pega o prato dela e começa a alimenta-la.
Depois de um tempo era começa a recusar a comida, eu já terminei de comer e fiquei só observando os dois, ela sempre olha para ele encantada e ele faz o mesmo. Ela encosta nele e me olha.
- Papi, soninho.
Eu respiro fundo, eu sei que ela está falando comigo e isso é estranho. Eu levanto e pego ela, assim ele pode comer.
- Vem aqui querida, vamos dormir.
Eu vou até a sala e fico andando com ela, começo a cantarolar e logo ela dorme. Eu volto para a cozinha e me sento. A Tia Thana se levanta e fala.
- Quer me dar ela?
- Não, está tudo bem, eu posso ficar com ela.
Ela olha para o tio Tong que sorri, então olha para mim e diz.Então meninos, eu trouxe vocês aqui para falar sobre ela
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Bad Buddy - Depois
FanfictionApós dois anos de casamento Phat e Pran vivem uma vida feliz, está tudo perfeito até que eles resolvem viajar para comemorar o seu aniversário de casamento, então a suas vidas vira de pernas para o ar. Essa é uma fanfic inspirada na série Bad Buddy...