Capítulo 5 | Lighthouse

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Sophie's pov

O som do chuveiro contra a minha nuca era agradável e dava uma sensação de sossego. Gostava de imaginar que todos os meus males se desintegrassem na água, indo pelo ralo com a mesma. Passo a mão no vidro frio do espelho, limpando as gotículas de água.

Enquanto trocava minha roupa, escuto batidas na minha porta. Coloco a blusa rapidamente quando vou atender. Abro a porta, esperando que seja meu pai, surpreendendo a mim mesma quando vejo que era Rafe. Espero na porta até que o mesmo me dê uma explicação.

⎯Seu pai falou que eu podia subir⎯ ele explica, aparentemente mais calmo do que o normal, o que era bem difícil.

Abro espaço para que o mesmo entre no meu quarto. Ele se senta na minha cama enquanto eu fico parada diante dele, de braços cruzados.

⎯Por que você tá me olhando desse jeito, em?⎯ pergunta e eu continuo a encará-lo. Estava esperando suas desculpas.

⎯Não tem nada para me dizer?⎯ faço uma pergunta retórica⎯ Ou você veio até a minha casa às 21h da noite só para admirar minha beleza?

Ele fecha os olhos quando respira fundo.

⎯Ia te chamar para andar de moto⎯ ele diz.

⎯Eu estou ocupada⎯ descruzo os braços e vou até a cômoda e pego minha escova de cabelo, penteando-o.

⎯É sério, Sophie, vai fazer pirraça agora?

O ignoro enquanto me olho no espelho escovando meus cabelos molhados. Ele me encara pelo espelho, sinto isso, mas não olho em seus olhos no reflexo.

⎯Sophie⎯ ele chama novamente e sua boca se torna uma linha fina.

Me viro para Rafe, com meus cabelos escovados e lambidos, e levo a escova de cabelo até a cabeceira e a deixo lá. Olho me mais uma vez no espelho, sacudindo um pouco os cabelos.

⎯Sophie⎯ soa mais como um resmungo.

⎯O que foi!?⎯ digo um pouco mais alto, mas ainda num sussurro já que meu pai estava na casa⎯ Nossa, que chatice⎯ olho para seu rosto e um pequeno sorriso estava prestes a sair⎯ Você esperou nove meses para nascer, onde foi parar essa paciência?⎯ digo enquanto pegava meu casaco que estava pendurado na porta. Abro a porta e saio do quarto, parando no corredor enquanto espero Rafe seguir meus passos.

(...)

Uso os ombros de Rafe como apoio quando desço de sua moto. Ele desce em seguida. Rafe me levou para um lago que tinha perto da minha casa, que eu não lembrava que ainda existia.

⎯Esse lugar ainda existe?⎯ pergunto, andando para mais perto do lago. Procuro uma árvore onde eu, Rafe e Sarah escrevemos nossos nomes anos atrás⎯Isso era da época de nossos pais e ainda tá aqui...⎯ digo quando aconchego meus braços no moletom na esperança de que isso fizesse com que eu me esquentasse mais.

⎯Sem conta para pagar, trabalho...⎯ Rafe diz e olha para mim, referindo-se aos nomes gravados na árvore velha. Ele dá uma pausa⎯ Eram bons tempos.

⎯Ah, que conta o senhor paga?⎯olho para o garoto, agora ao meu lado⎯ Você mora com seu pai.

⎯Você também⎯ ele se justifica.

𝐂𝐚𝐫𝐞𝐥𝐞𝐬𝐬 𝐖𝐡𝐢𝐬𝐩𝐞𝐫𝐬⎯ 𝐎𝐮𝐭𝐞𝐫 𝐁𝐚𝐧𝐤𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora