💄 CAPÍTULO 05 💄

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CAPÍTULO 05

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CAPÍTULO 05

Por mais absurdo que tivesse sido aquele encontro, passo a noite em claro. Meu coração está mais acelerado do que o normal, e eu nem tinha pensado direito na possibilidade de me encontrar com ele. Era surreal algo tão estranho acontecer e dar aquela sensação de que sua vida está prestes a mudar drasticamente para melhor ou para pior.

“Pense no que sua família pode ganhar com isso”, foi o que o tal William Clark disse e acabei realmente pensando nessa parte. Ouço barulhos na cozinha e me levanto. Desço para tomar meu café, assim que chego na cozinha vejo mamãe com sua xícara já em mãos. Quando me vê já esboça um lindo sorriso. Vou até ela, e lhe dou um beijo na bochecha e um abraço mais apertado do que pretendia.

Ela trabalhava dia e noite, esgotava-se com aquela vida para que pudéssemos ter o que comer, sacrificava seu conforto desde sempre por minha causa. Ninguém era mais merecedora de uma vida melhor que minha mãe.

— Filha, tudo bem? — Seguro o choro que sobe por meu peito.

— Estou bem, mãe.

— Você parece preocupada, querida. Aconteceu algo? — Sinto novamente aquele arrepio no estômago ao lembrar da noite passada.

— Eu acho que recebi uma proposta de trabalho, mas não sei se seria correto aceitar.

Não era cem por cento verdade, mas também não era mentira. Na verdade, eu não sabia, mas queria esperar pelo “menos mal” já que o “melhor” nunca estava disponível.

— Desde que não seja algo fora da lei… — comenta enchendo uma segunda xícara com café fumegante.

— Não sei ao certo, mas fui chamada para uma entrevista depois do expediente na lanchonete. Tenho até sexta-feira para entrar em contato.

— Se eles esperam o seu contato, então estão ansiosos para ver do que é capaz.
— Se ela ao menos soubesse…

— Isso me deixou um pouco nervosa, se quer saber.

— Querida, é só uma entrevista. Se der certo, será ótimo ganhar um pouco mais, mas se não der, não é como se não pudéssemos viver mais um dia de trabalho como esse.

— Acha que eu deveria aceitar?

— Acho que deveria tentar, se não se sentir confortável, faça como eu te ensinei. Saia pela mesma porta que entrou e de cabeça erguida.

Conversamos mais um pouco, enquanto tomávamos nosso café, mas isso ainda fica na minha cabeça assim como toda a prévia do “emprego”. Quando lembro que isso pode e vai envolver minha virgindade fico ainda mais inquieta. Logo que saímos para trabalhar, me despeço de mamãe seguindo meu caminho de sempre. Não demora muito para que eu chegue no trabalho tão perdida nos pensamentos.

Assim que entro, trato logo de ir trocar a roupa, quanto mais rápido eu me ocupar, melhor.

— Hoje isso está um porre! — Katty reclama. — Acredita que ontem Luisa me raptou para uma festa?

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