At My Worst

37 6 4
                                    


—Seokjin vai voltar para a Coréia logo mais, não vai? —Perguntei. Taehyung fechava o carro e nos dirigíamos para a entrada do Dinno.

O Dinno era, definitivamente um marco na nossa amizade. Seokjin, Hoseok e eu crescemos juntos no mesmo bairro suburbano de Daegu. As coisas acabaram se vinculando e nos mudamos com dezoito anos para Seoul, para terminarmos o ensino médio e logo ingressar a faculdade.

Foi no ensino médio que conhecemos Taehyung e Yoongi.

Tae era um ano mais novo enquanto Yoongi era um ano mais velho. Conheci Yoon pelo clube de Artes, e Seokjin conheceu Taehyung por conta da namorada da época, que era prima do mais novo.

Não sei em que momento tudo virou uma bola de neve e não nos separamos mais. Mas aconteceu.

E, apesar das similaridades, cada um sempre foi muito diferente e decidiu um caminho mais inusitado ainda.

Yoongi e eu éramos os que mais tínhamos áreas em comum, já que, ele escolheu artes visuais, e eu, museologia.

Taehyung, contrariando sua família de advogados, decidiu ir para a área da saúde. Seokjin trabalhava com marketing, e assim que se formou, fez um intercâmbio de dois anos nos Estados Unidos.

Hoseok, por outro lado, era professor. Vê-lo ensinar sempre era um aprendizado.

—Seokjin? —Taehyung respondeu minha pergunta, um tanto aéreo.

—Sim! —Afirmei. —Ele está para voltar, não está? Já faz dois anos desde que ele foi.

Tae abriu a porta do Dinno e logo entrei. Senti de imediato o cheiro de nóz-moscada vindo do nosso restaurante mexicano favorito.

Yoongi e Hoseok já estavam sentados na tão corriqueira mesa. Ela ficava de canto, no final do restaurante. Tinha uma janela enorme para o jardim do lugar.

—Que demora! —Yoongi reclamou, beliscando suas recém fritas chimichangas.

—O Jimin quem se enrolou. —Tae justificou-se.

—Eu? —Protestei, indignado. —Você ficou uns quarenta minutos no apartamento daquele seu amigo até ir para o meu! —Continuei. —Não sei se vocês sabem, mas por algum motivo aquele amigo do Taehyung é meu novo vizinho. —Cruzei os braços, vi Tae me olhando e parecia estar segurando a risada. Me irritei ainda mais. —Agora, todas as vezes que ele me dá carona, simplesmente some e vai para a casa daquele um. É assim que você vê quem são seus amigos de verdade e...

—Por que você precisa falar fazendo esse biquinho, Jimin? —Taehuyng apertou minha bochecha, como de praxe.

Dei um tapa na sua mão direita.

—Esqueci que estava bravo com você. —Briguei.

—Se eu te pagar aqueles tacos vegetarianos, você me perdoa? —Tentou negociar.

Taehyung falava todas as palavras com muita calma. Ele costumava apoiar o cotovelo na mesa, cruzar as pernas e encarar quem ele bem entendesse. Suas roupas eram sempre sociais e seu cabelo desarrumado. Ele cheirava a algum perfume da Lâncome misturado com nicotina.

—Isso é chantagem, não é? —Perguntei, sabendo que cairia na conversa mole dele. —Preciso que você peça os tacos antes, aí eu penso melhor...

—Você é um vendido! —Hoseok riu.

—Você sabe que eu não nego comida. —Admiti.

—Errado você não está, Jimin. —Yoongi concordou, rindo.

DesencontrosOnde histórias criam vida. Descubra agora