Lady do Caos | O Carmesim da Noite

- 𝐎𝟖

— Seus sorrisos, seus pedaços e sua gentil voz...

    Começava a cantar enquanto chutava um dos corpos ali para não atrapalhar a sua caminhada, suas botas afundaram na terra enquanto carregava a lança coberta de sangue negro. Seu rosto estava com respingos de sangue enquanto os seus olhos deslizavam por cada corpo espalhados pelo chão; a mesma teve que parar para assim esticar seus braços por um momento, movimentando os seus pulsos para retornar o seu sangue a circular naquela região.

— Lá, lá lá...

    Continuava a música mesmo sem saber a maior parte da letra balançando sua arma levemente de um lado ao outro antes de escutar passos apressados na sua direção; ela não se importou continuando a melodia que mau se lembrava se balançando levemente para frente e retornando a posição em que estava antes. Fechava os seus olhos levemente contando os passos do indivíduo até estar próximo de si.

1...2...3...

   Ela apertou o cabo da sua lança e logo a girou repetidas vezes até virar brutalmente para onde o indivíduo estava deslizando a lança da sua barriga até o seu pescoço rasgando o tecido da sua pele conforme a lâmina avançava atravessando os seus órgãos cada vez mais para assim ele ser partido ao meio tendo o seu sangue jorrando pelo corpo da garota a sujando ainda mais fazendo os respingos escorrerem da sua mão para o cotovelo pingando na terra maldita do campo de batalha. Os olhos vermelhos observava a cena do cadáver onde o sangue escorria até o seu salto a fazendo abaixar a lâmina da sua arma aos poucos.

   Ao seu redor apenas se encontrava cadáveres que começaram a feder, impregnando o seu nariz aos poucos porém, sua face estava intacta, congelada perante todo aquele cenário tendo os fios do seu cabelo a irem na direção do seu rosto os cobrindo levemente antes dela abrir sua boca novamente e entoar o resto das letras.

— Tudo foi levado pela lua, você é uma sombra branca...

   Seus olhos foram na direção do forte logo a frente com as portas fechadas apenas aguardando que ela avançasse como mil soldados prontos para destruir o local por completo. Deslizavam seus glóbulos por cada torre ali por um momento antes de começar a dar os seus passos para a porta da frente. Sua voz continuava a entoar a música tendo seus sentidos atentos para as armadilhas, a primeira era meio previsível uma flecha indo na sua direção e ela apenas se virar para não ser atingida junto com as outras disparadas uma de cada vez, arranhando na sua armadura não surtindo o efeito que eles esperavam porém quando ela encarou aquele que estava na torre ele poderia ver a morte gravada bem ali.

    Aqueles que estavam dentro do forte estavam prontos, atentos para a emboscada, isto até ouvir o som de uma explosão de uma das torres fazendo os demônios que estavam ali apertarem mais as suas armas atentos ao portão. Os pedregulhos voaram para direções diferentes. O coração deles pesavam, suas pernas falharam quando o silêncio começou deixando alguns confusos sendo que o portão de aço não fez nenhum barulho até agora além das torres destruídas.