Lady do Caos | O Carmesim da Noite

- 𝐎𝟓

𝓔𝓶 𝓪𝓵𝓰𝓾𝓶 𝓵𝓾𝓰𝓪𝓻 𝓷𝓸 𝓸𝓬𝓮𝓪𝓷𝓸...

Ela caiu.
    Suas costas furiosamente bateram nas águas do mar que a puxavam para baixo, onde a escuridão estava predominante e as luzes da lua não chegavam. Suas costas ardiam pelo golpe da espada, o sal que ali se encontrava não ajudava muito para amenizar a dor que sentia.

    As dobras das suas asas se apertavam entre si causando um incomodo na garota pela força que tinha feito em pleno ar. Seu cabelo flutuava enquanto ela continuava a cair, se espalhando e quase ocultando a sua visão do brilho da lua. Seus olhos se deslizaram ao redor a procura de algum ser; a escuridão não estava a permitindo enxergar nitidamente, porém... ela precisava voltar, apesar da calmaria que estava ali embaixo.

Nenhum som de espadas.
Nenhum som de balas.
Nenhum som de gritos e de fúria.
Tudo estava... quieto.

    Precisava sair dali, tentava bater suas asas contra a força do mar, movimentava com dificuldade sentindo as dores aumentarem e suas costas irem contra tudo aquilo. Precisava resistir a dor, precisava resistir a tudo aquilo para seguir adiante. A dor poderia fazer qualquer um voltar atrás, a fazer qualquer um desistir mas, ela aprendeu... deveria o dominar para que não seja dominada, mesmo ferida, mesmo com o membros quebrados, se resistisse a dor... ninguém teria poder sobre ela.

    Concentrava - se para sair do mar azulado começando a nadar e a bater suas asas para ganhar força para ir para frente. Poderia ver adiante as sombras dos demônios que estavam esperando que ela saísse e os enfrenta-se. Agora só tinha cinquenta e cinco demônios, tinha matado a maioria deles. Teria que aproveitar a noite para os eliminar e não chamar atenção dos mortais daquela terra.

   A tempestade continuava fora do oceano, era apenas uma área mas, aquilo já era o suficiente para chamar atenção. Os humanos eram curiosos demais e maldito seria aquele Overlord cinco pela ideia de escolher os locais em batalha... na terra, onde os mortais poderiam ver. Aquilo era preocupante.

   Seu sangue se espalhava pela água enquanto a escuridão continuava a curar o golpe da espada nas suas costas. Estava perto da superfície e poderia sentir seus pulmões queimarem pela falta de oxigênio então apenas mostrou a sua mão fora d'água.

   Apenas uma mão onde, parecia que tudo ficaria em silêncio enquanto todos ali encaravam o que deveria ser da garota após ela cair na água. A tempestade continuava, os raios apareciam entre as nuvens e os trovões ressoavam a sua cantiga. As nuvens negras os circulavam cada vez mais até que o último raio apareceu os deixando - os em plena escuridão. O som das asas era mais alto que o som da água que batia uma na outra. As mãos apertavam as suas armas enquanto tentavam enxergar ao seu redor com a guarda alta, porém, quando a luz do raio voltou a cabeça de um fora separada do corpo, mostrando a garota o arrancando espalhando o sangue e as veias que conectavam para a água para logo ela desaparecer outra vez quando a luz sumiu.