Quando seus olhos se encontram, há um breve momento de silêncio que parece opressivo, como se estivessem sob pressão. Ela não tem certeza se ele a está olhando nos olhos. A visão falha tragicamente na hora certa. Ela baixa o olhar para o ombro dele...
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CAPÍTULO 6 - O DRAGÃO
Che Vuole Questa Musica Stasera - Armando Trovajoli
- Claro, eu irei! - Hermione diz no receptor, olhando pela janela. A visão de quatro homens vestidos de preto, parados do outro lado da rua, a faz franzir a testa. - Sim, vamos nos unir!
Seus pais estavam esperando ela e Draco para o Natal. Não que isso fosse uma surpresa para ela. Quando viram os jornais, o número de suas perguntas se multiplicava e sua natureza se tornava mais intrusiva.
- Esse é o jovem que a ajudou quando você tropeçou na plataforma do trem?
Silêncio.
A princípio, Granger não tem ideia do que sua mãe está falando. Mas seus olhos se arregalam quando lembranças há muito esquecidas que de repente surgem em sua mente.
- Deus, eu esqueci completamente disso! Foi meu primeiro ano, né? Eu estava tão nervosa!
- Sim, eu me lembrei especificamente naquela época porque foi muito legal da parte dele.
Primeiro dia em Hogwarts e ela já se envergonhou. Ela tropeçou em na plataforma e imediatamente caiu na direção do menino que entrava no trem à sua frente. Ela não pôde deixar de gritar, agarrando-se firmemente à capa dele. Sua reação rápida a surpreendeu. Draco se virou e avaliou a situação. Pegou a mão dela e puxou-a para si, certificando-se de que ela não cairia da carroça.
Sua mão não parava de doer. E no dia seguinte, os hematomas dos dedos de Malfoy apareceram. Um indicador de quão forte ele a agarrou. E quem teria pensado que esta seria a única coisa boa que ele faria por ela.
Ela se despede dos pais, encerra a ligação e coloca o telefone na mesinha de cabeceira. O fato de que os guardas de Malfoy estiveram perto de sua casa nos últimos dias a incomoda. Perto da noite, o número de homens de preto dobrou. Os aurores mantiveram distância deles. Harry não ficou surpreso que Draco levasse tão a sério o assunto da segurança dela. Afinal, ele prometeu a ambos que Hermione estaria segura.
Mas ainda assim, ela sentiu que algo estava errado.
Malfoy não respondeu a nenhuma das cartas dela.
Ela começou escrevendo uma carta oficial, sobre a qual deliberou por pelo menos uma hora. No final, ela conseguiu escrever algumas frases, não sem esforço. Hermione anexou as regras que foram escritas em seu contrato nupcial e apontou que ela não aceitaria presentes que custassem tanto.
Isso foi há três dias.
Não houve resposta.
E para ser sincera, ela não parava de pensar em tudo o que havia acontecido na França. E mais uma vez comparando sua vida com aquela que se apresentava a ela. Aquela que era agitada, rápida, emocionante e divertida.
