Consequências

405 2 0
                                    

Querido diário,
Eu não dormia e nem comia direito pensando no que eu fiz. Estava entrando em um processo de depressão muito doloroso e a minha tortura era saber que eu não podia ser honesta com quem eu amava, ele não merecia sofrer  daquela forma. Perde-lo para mim já tinha sido castigo suficiente, mas eu estava enganada.
Oito dias depois do ocorrido comecei a sentir uma coceira e um mal cheiro vindo das minhas partes íntimas, então fui a farmácia comprei uma pomada na esperança de resolver aquela situação, mas não havia melhora.
Fiquei em uma situação que toda hora tinha que ir ao banheiro limpar um corrimento pastoso meio amarelado. Fiquei bastante preocupada com com o tipo de doença sexualmente transmissível que eu tinha contraído.
Naquela mesma semana marquei um ginecologista e meu coração estava na mão,fiquei com tanto medo que a ansiedade não me deixava dormir. O medo misturado com a culpa estava me matando lentamente.
Quando entrei na sala do ginecologista não sentia minhas pernas, ele foi me fazendo algumas perguntas e eu bastante abalada fui respondendo de forma bem sucinta. Descrevi os sintomas e ele me pediu para deitar na maca pra me examinar e a cada expressão que ele fazia minhas pernas ficavam bambas e minha mão gelava por um momento achei que eu fosse desmaiar. Levantei da maca, ele sentou em sua cadeira e me olhando bem apreensivo, ergueu as sobrancelhas falou que eu tinha contraido gonorréia que não era nada muito grave me pediu exames de sangue e também aconselhou entrar em contato com todos os meus  parceiros sexuais para que eles fossem ao médico para serem avaliados também . Na minha cabeça eu sabia que  aquilo não era necessário fazer isso,pois sabia muito bem quem havia me contaminado.
O médico muito cauteloso explicou que havia cura e que nosso tratamento seria feito através de antibióticos e isso me tranquilizou bastante, mas não me deixou menos brava
Quando cheguei em casa a primeira coisa que eu fiz foi bater na porta da casa do Marcelo, por que eu precisava olhar para a cara de pau do Matheus. Naquele momento fiquei tão cega de raiva que não me importava se alguém ia descobrir minha indiscrição, eu só queria matar aquele moleque que me passou aquela maldita doença. Bati na porta sem parar até que o Matheus me atendeu, ele com a cara mais sinica do mundo falou que o Marcelo não estava em casa e perguntou se eu queria entrar. Estava com tanto nojo daquele garoto que não aguentava olhar para ele, então disse que meu papo era com ele e que seria rápido.  Quando eu dei a notícia de que ele tinha me passado gonorréia ele me puxou para dentro da casa com toda força do mundo. Ele me empurrou contra a parede segurou o meu rosto e me falou que eu era uma putinha e que eu havia passado a doença para ele. Eu o empurrei para longe de mim e falei que ele quem tinha me passado, então ele violentamente chegou perto de mim segurou meu rosto mais uma vez e ameaçou me matar caso eu falasse para alguém, ainda segurando meu rosto me disse que eu não passava de uma putinha rodada que dava para todo mundo e que seu primo merecia uma mulher não uma vadia como eu. Ele cuspiu na minha cara e eu dei um soco nos peito dele e consegui-lo afastar de perto de mim. Sai da casa correndo com medo do que ele podia fazer comigo, afinal ele era um babaca. Quando eu cheguei em casa só sabia chorar e tremer, fiquei tão desesperada que não conseguia respirar. Eu estava com uma crise de ansiedade fortíssima e para meu azar olho pela janela vejo o Marcelo com uma menina e os dois se beijaram, então ali meu mundo caiu. Sei que ele não tinha me visto e eu não poderia  cobrar nada, mas meu coração se despedaçou de um jeito aquela noite que nunca mais se curou. Mas a vida é um banquete que ninguém fica impune de provar as consequências.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 18, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

NinfomaníacaOnde histórias criam vida. Descubra agora