III

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Entre as árvores um vulto se revela, fazendo as duas sacarem suas armas. Analisando melhor o local, tinha um cheiro fortíssimo e eminente de sangue, Chiymerah não se incomoda com o cheiro, mas Ameriati, por algum motivo, enjoa com a fragrância delicada e suave que fedia à podre.
Mesmo assim, não havia cadáver nenhum. Mas não dá para falar muito, estava escuro e muitas sombras impedindo uma visão ampla.

3 corpos que hesitam em se mexer antes de calcular milimetricamente. Algo claramente estava acontecendo ali. Ameriati, desvia o olhar para Chiymerah, que por algum motivo peculiar ainda não tinha atacado. Tentando se controlar para não vomitar, fixa agora o sentido da audição quando a sombra deixa a respiração densa. Era um humano, tudo indica.

Ameriati

É bizarro.

O corpo dela não se mexe. Eu não sei se é uma habilidade dela, ou se... Eu não sei. Ela é indecifrável.

Que mau cheiro. Eu vou vomitar a qualquer hora.

Agora, o que é essa pessoa? O que está acontecendo?
Sua respiração está... Parece que anseia por algo. A sombra está trêmula... Ele está tremendo?

Ainda, parada. Penso friamente quando volto a olhar para ela. E me surpreendo. Ela está com uma marca se alastrando por todo o seu braço e indo até o pescoço. Uma espécie de queimadura esculpida.

Com receio decido quebrar o silêncio.

- A marca... No seu braço. - Ameriati tonteia e desmaia.

Chiymerah sai de sua postura e crava as mãos no chão, se movendo com agilidade faz uma espécie de invocação de cipós, de olhos fechados. Pouquíssimos segundos, mas tempo o suficiente para não ser atacada e não pegar Ameriati, que está sendo enrolada pelos cipós e indo para de baixo da terra.

Finalmente revelando seu rosto, um olhar sedento quando observa Chiymerah, que o retribui encarando com veemência afrontosa.

Quem diria, ou Yakiha está alucinando em um nível muito grande, ou sua suposta falecida esposa está a sua frente.

Contemplando ela, o mesmo percebe a marca que parece queimar no corpo de Chiymerah.

Queima, arde, dói... Mas ela é inexpressiva, mesmo assim ele sente, sente o coração frio dela começar a aquecer de tanta dor.

Os dois não se atrevem a dar um passo, se encaram com um sentimento mútuo composto de pensamentos.

Quando percebe o que é aquela marca suas ideias se dividem em ajudar ou atacar. Por quê? Porque o motivo da marca é ele, ele é o causador. E ele sabe disso.

- Chiymerah?! - Grita involuntariamente, sentindo seu corpo se mover em direção dela.

Chiymerah não correspondendo, o corpo de Yakiha para de frente a ela. Com nó na garganta, olha no fundo dos olhos dela. Não entendeu o seu corpo reagir. O que cacete foi aquilo?

Chiymerah desvia de Yakiha, com dificuldade em se mover, pois movimentos bruscos colabora na sensação. Yakiha volta a olhar nos olho dela, ficando novamente a sua frente. Levantando os braços, e com receio, encosta nos braços dela lentamente. Seu corpo ferve.

Meu Devoto: A nova era do caos Onde histórias criam vida. Descubra agora