Capítulo I - Prólogo

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POV Narrador

O quarto ainda está completamente escuro. São oito da manhã e o sol é impedido de entrar no quarto pelas cortinas que cobrem as várias janelas. O clima é ameno, por isso apenas um lençol e um fino cobertor cobrem os dois corpos deitados naquela gigante cama.

No fundo da cama, por cima do cobertor, uma cadela ressona alto, mas nenhuma das mulheres parece incomodada com o barulho, continuando a dormir serenamente.

A mais alta das duas tem um dos braços à volta da cintura da loira que dorme ao seu lado, uma das suas bochechas apoiadas na sua cabeça. Por sua vez, a loira tem o rosto enterrado no pescoço da mais alta e uma das duas mãos encostada ao seu peito.

O ambiente é sereno e pacífico, e apesar de as duas viverem numa grande cidade, a sua casa fica retirada do centro, onde o trânsito é quase inexistente.

Nada pode quebrar a tranquilidade deste momento.

A não ser o toque barulhento e estridente de um dos telemóveis das duas.

Não demorou muito para a mais alta acordar com um baixo grunhido de insatisfação. Ela aperta a braço que está a volta da loira e aconchega-se mais à sua beira, esperando que aquele barulho pare.

Segundos depois tudo volta a ficar silencioso e um pequeno sorriso surge no seu rosto, acompanhado por um leve suspiro quando ela pensa que pode voltar a adormecer. No entanto, o silêncio dura pouco tempo quando novamente o barulho do telemóvel ecoa por todo o quarto.

- Atende. - a voz rouca e pesada de sono da loira diz

A mais nova obedece, demasiado sonolenta para protestar. Ela afasta-se da mais baixa, e lançando uma das mãos cegamente para a mesinha de cabeceira, procura por aquele aparelhometro irritante.

Achando-o, ela volta-se a deitar na mesma posição, trazendo a loira para o seu peito, uma vez que ela se tinha afastado. Sem verificar o nome do contacto, ela atende a chamada, e enquanto leva o telemóvel à orelha, deixa um par de delicados beijos na cabeça da namorada.

- Sim ? - a sua voz sai mais pesada e rouca do que o que ela gostava, denunciando imediatamente para a outra pessoa que ela tinha acabado de acordar

- Bom dia, América! - uma voz demasiado animada para aquela hora da manhã surge de repente, e ela afasta o telemóvel da orelha devido ao alto tom de voz - Já está na hora de se levantarem e de se prepararem para o dia. Não se esqueçam de comer um pequeno almoço saudável e nutritivo e claro, beber água.

- Raffie... - suspira - São oito da manhã. - protesta levemente - Porque é que me estás a ligar ?

- Então, já não posso ligar à minha melhor amiga quando sinto saudades dela ? - pergunta ofendida - E já são oito da manhã ! Hora de começar o dia !

O barulho de várias vozes abafadas juntamente com música, faz S/N franzir as sobrancelhas.

- Raffie ? Onde é que estás ? - aperta os braços à volta da loira quando esta suspira e volta a enterrar o rosto no seu pescoço

- Hm... Em casa. - responde de forma suspeita e com a voz demasiado fina

- Ah Hm... - concorda de forma duvidosa - Então e esse barulho todo que eu estou a ouvir ?

- Ok, pronto, apanhaste-me! Uns amigos da faculdade convidaram-me para ir a um bar, e tu já sabes como eu sou, eu não consigo dizer não ! - suspira

- Raffie ! - exclama baixinho, tentando não acordar a namorada - Já é meia noite aí e tu amanhã tens aulas super cedo ! A que horas estás a pensar ir para casa ?

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