Capítulo XVI - Matilda

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N/A: A música referenciada no capítulo está afixada acima. A tradução está no final do capítulo.

POV Narrador

Meia hora depois, Lizzie e S/N estão na cozinha a preparar o jantar enquanto que Robbie está a tomar um duche.

Mesmo que tenha só falado com o marido da madrinha por dez minutos, S/N já se sente confortável com ele. Ele é doce e super simpático, e de certa forma, uma versão masculina de Lizzie.

Uma voz dentro da sua cabeça grita-lhe em aviso sobre Robbie, mas ela faz de tudo para a ignorar. Desde que se lembra, todos os homens que apareceram na sua vida trataram-na como lixo, já que nem um animal seria assim tão mal tratado, por isso, ainda agora, na sua vida adulta, tem muita dificuldade em se sentir confortável à volta de algum homem.

Ter Clint na sua vida ajudou-a imenso com esse problema, mas mesmo assim, a sua criancinha interna não consegue deixar de se sentir completamente amedrontada à beira de qualquer homem.

Contudo, ela batalha contra essa voz e tenta confiar mais nos homens que conhece, pois sabe que nem todos são como ele. Vai ser um pouco difícil, mas S/N fará o seu melhor para combater essa insegurança com Robbie, tal como tem estado a fazer com o Colin.

O seu humor melhorou um pouco com o passar das horas, mas a sua mente ainda é consumida largamente pelos acontecimentos de mais cedo. As palavras de Rose não deixam o seu pensamento, fazendo-a entrar numa mini espiral de inseguranças que ela trava todas as vezes.

O jantar é agradável e cheio de conversa, e S/N presume que Lizzie tenha contado a Robbie o que aconteceu, pois o homem evita todos os tópicos "Scarlett", algo que ela agradece.

- A Lizzie disse-me que trabalhas numa livraria ? - Robbie pergunta-lhe enquanto bebe um pouco de água

- Hm. - concorda com a cabeça, estando de boca cheia - É, tenho uma pequena livraria na baixa.

- Oh, ela é tua ? - questiona em surpresa, inclinando a cabeça ligeiramente para o lado - És a dona ? Não me leves a mal, - sorri - mas eu diria que és nova demais para ter um negócio em LA, especialmente com o preço dos imóveis.

- Na verdade, é uma história engraçada. - ri - Eu quando vim para os Estados Unidos para vir viver com a Flo, tive dificuldade em arranjar emprego, já que ninguém queria um empregado sem formação superior. - franze as sobrancelhas, sabendo que um dos seus sonhos era ir para a faculdade, mas não o pôde fazer uma vez que não tinha dinheiro - Até que encontrei uma velhinha super simpática que me deu trabalho na livraria dela.

Lizzie e Robbie, sentados um ao lado do outro, e do lado oposto da mesa de S/N, sorriem ao mesmo tempo em reação à história da mais nova, aproveitando para aprender cada bocadinho de informação que a morena revela sobre si mesma.

- Cerca de um ano depois, ela ficou muito doente e acabou por morrer. Foi difícil, e foi como perder uma avó, já que eu nunca tive uma, - encolhe os ombros - e uns dias mais tarde, descobri que ela me tinha deixado a livraria no seu testamento.

- Sinto muito, pequenina. - a loira diz e pousa uma mão reconfortante no braço da outra

Um sorriso pequeno surge nos lábios de S/N e ela abana a cabeça, agradecendo o sentimento da madrinha. Percebendo que este é um tópico sensível, Robbie decide mudar de assunto.

- Outra coisa que a Lizzie me disse, é que tu tocas guitarra. - diz super entusiasmado

- Hm Uhm. - sorri largamente - E piano também. Na escola em Oxford, os alunos eram obrigados a entrar num clube extra curricular, e como eu só gosto de assistir a desporto, e não participar nele, acabei por me juntar ao clube de música. - partilha

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