Capítulo 41- Baile de máscaras part II

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Rebecca aguardou a resposta dele com ansiedade.

A mente de Théo estava vulnerável como nunca sem o soro. Por mais que não pudesse entrar a fundo ao ponto de vasculhar suas memórias e a complexidade dos seus pensamentos, Rebecca podia ter um pequeno vislumbre da camada mais superficial.

Ela definitivamente nunca viu tantas sombras em alguém.

Pensamentos são abstratos. Eles não podem ser lidos, como a maioria das pessoas imaginava, Rebecca aprendeu isso ainda cedo. Era preciso interpretação e delicadeza para descascar cada camada mental, para entender os simbolismos.

— Sai da minha cabeça — Théo sibilou.

Era como se não existisse rosto nenhum por trás de sua máscara.

Ele estava sumindo em meio a própria escuridão.

Vic podia sentir o peso da atenção de Henri sobre si a cada movimento

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Vic podia sentir o peso da atenção de Henri sobre si a cada movimento. Ela engoliu seco. Ele se lembrava do que aconteceu? Ele sabia que ela havia o dopado e roubado os documentos?

As mãos de Vic começaram a suar frio. Ela passou as últimas horas tentando se convencer de que estava tudo bem, quando tudo estava desmoronando.

Aquela festa era a maior prova disso. Ela sentia que todos estavam rindo deles. Sentia que todos eles já sabiam de tudo e que a presença deles ali não passava de uma chacota.

Fúria tomou seu olhar. Vic não podia desistir assim. Pelo menos uma vez na vida, ela acabaria algo que começou.

E acabaria sozinha.

Já estava na hora de enfrentar os monstros debaixo da cama.

A doçura de seu sorriso escondeu a fúria de seu olhar quando Vic ergueu a cabeça e sustentou o olhar de Henri. A jovem Projenitora dos cabelos dourados atravessou o salão com vestido de seda esvoaçando por onde passava, seus passos eram tão graciosos e suaves que a impressão dada era que ela sairia voando a qualquer momento.

— Senhor prefeito — Vic deu um aceno respeitoso com a cabeça.— Gostaria de me desculpar pela última vez. Acho que exageramos um pouco — ela colocou a mão na boca confidenciado o segredo e deu uma risadinha.— Espero que o senhor tenha ficado bem.

A postura de Henri era ilegível, principalmente o semblante escondido pela máscara.

— É claro que sim, pequena Vic — o prefeito abriu um ligeiro sorriso e ergueu uma taça na direção da jovem.— Mas acho que você está me devendo.

O sorriso de Vic perdeu o brilho quando seus olhos pousaram na taça que ele lhe ofereceu.

— É doce como você — Henri acrescentou.— Mas se exagerar na dose, pode se tornar amarga e até letal.

— Acho que preciso de uma entrada — Vic negou educadamente.

Ela se virou para a mesa de coquetéis e sentiu a imponência de Henri em suas costas. Todos estavam auto centrados demais para perceber a aproximação venenosa. Vic passou os olhos pela festa em busca dos irmãos ou de Z, mas não encontrou nenhum deles.

Espectro da Meia-Noite/ Legado Das Sombras- Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora