A chuva ainda caia lá fora, Noah mal havia dormido, não havia conseguido tirara aquele olhar da cabeça, o jeito que o androide olhou, parecia que estava olhando especificamente pra ele. Não parava de pensar na forma como eles se jogaram contra o campo de força, mas logo os seus pensamentos foram interrompidos pelo alarme que ele havia programado. Noah se levantou, coçou os olhos e foi tomar banho. Todos nós temos o costume de nos perder em nossos pensamento enquanto estamos no banho, com Noah não é diferente. Ele pensava em como foi parar nessa situação, ela poderia ter sido evitada? Será que ele conseguiria levar Mariah de volta para casa em segurança? Seria impossível leva-la para casa inteira, não fisicamente, mas psicologicamente, ela não suportaria, a pressão, o medo, a desconfiança, as decisões que eles teriam que tomar futuramente, ela não aguentaria. Iniciaram-se batidas na porta, Noah saiu de seu transe, desligou o chuveiro e foi atender, ele já sabia quem era.
- Oi Noah.
- Olá Mariah, o que deseja?
- Você hm... Eu interrompi seu banho né? Desculpe
- Não, não se preocupe eu já tinha terminado de qualquer forma. Mas e então, o que foi?
- Oh, então, é que eu vim te chamar pra tomar café.
- Ah sim, claro, só um instante. - Noah fechou a porta e foi se trocar, colocou uma camiseta branca, uma calça de moletom preta, um moletom azul e um tênis branco. E então saiu.
***
No refeitório Noah tomava o seu café, Mariah, notara seu olhar distante, preocupado. E assim, ficou preocupada também.
- Noah - Chamou uma, duas, Noah só se virou para ela quando o chamou pela terceira vez.
- Oi, o que foi?
- Você Parece distante, preocupado. está acontecendo alguma coisa?
- Não é nada, não precisa se preocupar.
- Noah, eu sei quando algo está errado, acredite. Aliás, eu sou a unica pessoa na base inteira, somos só nós dois aqui, então se tiver algo ai dentro, pode falar comigo por que infelizmente eu sou sua unica opção.
- Eu, só estou pensando, não é nada de mais.
- Aceite o conselho de uma pessoa que pensa demais, vinte e quatro horas por dia. Tudo bem pensar, você só não pode deixar que esses pensamentos consumam você e não pode se deixar afogar nesses mesmos pensamentos.
- Ok, agora, vamos terminar o café, temos muito o que fazer. - Mariah concordou com a cabeça. Depois de alguns minutos em silencio Mariah perguntou:
- O que nós vamos treinar hoje? - Disse, enquanto colocava a caneca na pia.
- Talvez combate corpo a corpo, tiro ao alvo ou corrida.
- Hm, Vamos fazer isso ao ar livre né?
- Sim, desculpe, mas quanto mais dificuldade, melhor.
- Não vejo muita dificuldade. - Disse Mariah de forma convencida.
- Correr num chão lamacento, escalar na chuva, atirar na chuva... Você consegue fazer isso sem os equipamentos adequados? - Mariah ficou calada durante alguns segundos e respondeu.
- Nah, e finalmente você tem um ponto.
***
Mariah e Noah caminharam pela base, até chegarem na parte externa, a chuva estava fina, o chão lamacento, estava frio, dava pra ver a respiração, Mariah tremia de frio e batia queixo. Noah mal sentia o frio, na verdade Mariah suspeitava que ele não sentia nada.
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O trem dos condenados
RomansaO trem dos condenados foi uma ideia que surgiu na minha mente aleatoriamente quando eu peguei o trem e vi o aviso de "sem serviço" na tela e a ideia simplesmente surgiu na minha mente, então decidi escrever. O trem dos condenados se passa num univer...