CAPÍTULO 12

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– Jimin! – Jieun estava na cama, tomando o chá da manhã. Uma criada revirava as brasas e acendia a lareira, rindo como se ela e Jieun tivessem compartilhado uma piada irresistivelmente engraçada. Jimin tinha acabado de voltar de uma longa e fria caminhada, e sorriu carinhosamente para a prima.

– Bom dia, querida, finalmente acordada?

– Sim, fiquei acordada até muito tarde na noite passada.

Um grupo de convidados mais novos, incluindo Jieun, passara a noite divertindo-se com jogos de salão. Jimin não tinha perguntado nem queria saber se Jungkook – pois era assim que ele agora pensava no Sr. Jeon – tinha estado entre eles. Nos últimos dias, desde sua impressionante interação na biblioteca, Jimin evitara Jungkook o máximo possível, e tentara não falar com ele diretamente. Saíra para fazer caminhadas solitárias e pensar muito, incapaz de compreender por que Jungkook tinha se envolvido em um ato tão íntimo com ele, por que ele permitira aquilo e quais eram os sentimentos que tinha pelo alfa.

Embora soubesse pouco sobre o desejo físico, Jimin entendia que acontecia mais fortemente entre algumas pessoas do que entre outras. Não sabia dizer se Jungkook tinha o mesmo desejo em relação à Jieun. E sentia-se péssimo ao pensar nisso. Mas estava certo de que ele não avançara assim para cima de Jieun, pelo menos ainda não, ou Jieun teria lhe contado. Mais que tudo, ele sabia que, em última análise, nada disso importava. Para um alfa na posição de Jungkook, sentimentos de desejo e ligação não mudariam o rumo que daria à sua vida.

Quando se casasse com Jieun, ele já não seria a ovelha desgarrada dos Jeon's. De uma só vez, agradaria o pai, asseguraria sua posição de direito nos negócios da família e ganharia uma grande fortuna. Se escolhesse outra pessoa, ele perderia tudo. Um ômega que gostasse dele nunca lhe pediria para fazer uma escolha dessas.

Naquela tarde, quando se levantara do chão da biblioteca e arrumara cuidadosamente sua roupa, Jimin admitiu para si mesmo que estava se apaixonando por ele, e, quanto mais o conhecia, mais profundos esses sentimentos se tornavam.

Pegara o pequeno soldado de brinquedo e o carregava no bolso, um peso pequeno e íntimo. Era seu amuleto agora – não o ofereceria a Jungkook de novo. No futuro, poderia segurá-lo na mão e lembrar-se daquele americano atrevido e canalha, e da atração que explodira em uma paixão entre eles.

Sou um ômega com um passado agora, pensou, melancólico, achando graça. Sobre Choi Byung-chan e sua proposta... Jungkook tinha razão. Ele não o amava. Seria injusto com Choi casar-se com ele e compará-lo para sempre com outra pessoa. Portanto, Jimin resolveu escrever para Choi assim que possível e recusar sua oferta de casamento, por mais que ficasse tentado com a segurança que o alfa oferecia.

A alegre voz de Jieun o fez despertar de seus devaneios.

– Jimin! Jimin, você está ouvindo? Tenho algo delicioso para lhe contar... há alguns minutos, Polly trouxe o bilhete mais surpreendente... – Jieun balançou um pergaminho queimado e meio amassado à sua frente. – Você vai corar quando ler. Vai desmaiar.

– O que é? – perguntou Jimin, aproximando-se lentamente da cama.

Polly, a jovem criada de cabelo escuro, respondeu com timidez.

– Bem, senhor, faz parte das minhas tarefas polir as grelhas e limpar as lareiras da pequena casa de solteiro atrás da mansão...

– É onde o Sr. Jeon está hospedado – interveio Jieun.

– ...e, depois que o Sr. Jeon saiu esta manhã, fui até a lareira e, enquanto estava varrendo as cinzas, vi um pedaço de papel escrito. Então o peguei e, quando vi que era uma carta de amor, sabia que era para lady Jieun.

UM AMOR PARA AS NOITES DE LONDRESOnde histórias criam vida. Descubra agora