UM AMOR PARA AS NOITES DE LONDRES

CAPÍTULO 02

– Correndo o risco de parecer arrogante, acho que não preciso de conselhos sobre como cortejar uma ômega – disse Jeon Jungkook, que chegara de Londres no dia anterior. E agora, enquanto a condessa de Westcliff estava fora, visitando a fábrica de locomotivas da qual era sócia, Jungkook imaginava que deveria tomar um chá com Jisso e seus amigos.

Certamente ele preferiria visitar a fábrica de locomotivas, já que era filho de um industrial e sempre se encantava por novas máquinas e aparelhos. Por outro lado, Jisso lhe pedira para ficar, e ele nunca conseguira lhe recusar nada. Adorava os dois irmãos ômegas, que, na sua opinião, eram as melhores coisas que seus pais haviam feito.

– O Sr. Park não vai lhe dar conselhos – rebateu Jisso, bagunçando o cabelo dele carinhosamente. – Nós o convidamos para o chá para que ele possa nos contar mais sobre lady Jieun. Achei que você gostaria de saber mais sobre sua futura noiva.

– Isso ainda está em aberto – disse Jungkook, irônico. – Mesmo que eu queira me casar com ela, ainda caberá a lady Jieun decidir se vai me aceitar.

– E é por isso mesmo que você vai ser tão encantador que o Sr. Park vai voltar para casa correndo dizendo maravilhas a seu respeito para lady Jieun. – Jisso fez uma pausa e fingiu um olhar ameaçador. – Não vai?

Jungkook sorriu para a irmã enquanto embalava a filha dela, Jennie, de oito meses, nas coxas. A bebê tinha cabelo escuro e olhos castanhos como os das mães, além de bochechas rosadas e mãos pequenas e ávidas. Depois de arrancar um dos botões do colete de Jungkook com um puxão determinado, a bebê tentou colocá-lo na boca.

– Não, querida – disse o tio, tirando o botão do punho úmido e fechado de Jennie, que começou a resmungar em protesto. – Sinto muito, querida – acrescentou ele, comovido com a reação. – Eu também gritaria, se alguém tirasse de mim algo tão gostoso. Mas você pode se engasgar com isso, amor, a sua mamãe ali me deportaria para a China.

– Só se Lalisa não o alcançasse primeiro – disse Jisso, tirando a bebê aos berros das mãos dele. – Calma, querida. Mamãe não deixará o malvado tio kook perturbá-la mais.

Ela sorriu e enrugou o nariz de forma travessa enquanto consolava a filha. O casamento e a maternidade haviam feito bem a Jisso, pensou Jungkook. Sua irmã sempre fora uma criatura obstinada, mas agora parecia calma e feliz como ele jamais vira. Ele só podia creditar isso a Condessa de Westcliff, embora fosse um mistério como uma alfa tão distinta e autocrática pudesse operar tal mudança em Jisso. Se tivessem que prever, muitos diriam que a dupla se mataria no primeiro mês de casamento.

Depois que a bebê se acalmara e Jisso a entregara a uma babá para que a levasse para o andar superior, Seokjin e Sana chegaram. Jungkook, então, ficou de pé, curvando-se para os ômegas quando as apresentações foram feitas. O Sr. Kim Seokjin, esposo do empresário ferroviário Kim Namjoon, era conhecido por ser um dos ômegas mais bonitos da Inglaterra. Era difícil imaginar que alguém pudesse ofuscá-lo. Sua beleza era perfeita: cabelo cor de mel, olhos azuis e um rosto puro e angelical. Sua aparência era capaz de tentar qualquer alfa e seu sorriso era tão encantador e expressivo que conseguia deixá-lo imediatamente à vontade.

Sana, lady Wang, não era tão acessível. No entanto, Jisso já havia avisado a Jungkook que, por ser tímida, muitas vezes Sana era vista como uma pessoa fechada. Ela era adorável de um jeito não convencional, a pele ligeiramente sardenta, o cabelo exuberantemente vermelho. Seus olhos azuis, apesar de cautelosos, eram amigáveis, e transpareciam uma vulnerabilidade que tocou Jungkook.

– Meu caro Sr. Jeon – disse Seokjin com uma charmosa risada –, eu o teria reconhecido em qualquer lugar, mesmo sem sermos apresentados. Você e Jisso são muito parecidos.Todos os Jeon's são tão altos e têm o cabelo escuro assim?