Acho que terei que trocar Silêncio & Solidão por alguma coisa mais sonora
Pensei aqui
porque tu me fizeste pensar
em "You only live once" do The Strokes
que não vai me fazer parar de chorar, mas vai abafar o choro
Sai café, entra álcool de novo
Estou absorvendo cada palavra exteriorizada pelo ser aí
Eu realmente precisarei de um momento "fermativo" a fim de que possa responder algo útil, embora o que eu esteja fazendo neste exato momento seja uma resposta
"Dualismo em essência"
A palavra essência é tão complicada para mim
Entendi a lógica, mas no reino animal também não é assim? Alguém nasce exatamente no dia em que alguém morre. Existe uma cadeia alimentar. Existe uma hierarquia. Todos os seres vivos precisam uns dos outros para completar e contemplar este ciclo da vida. Neste momento, imagina-se "O ciclo sem fim", do filme "O Rei Leão", como som de fundo
Sobre minha existência fazer alguém perder
toda essa ideia de perder ou ganhar seria um ponto a ser dissecado aqui
envolve o sucesso e fracasso de algo
obter ou não o desejado
escolhas mais uma vez
E independentemente disso, resolvi viver sem culpa, ao menos estou trabalhando nisso
Quero me libertar de todas as culpas que carreguei até hoje
inclusive a culpa por ter momentos felizes enquanto outras pessoas não possuem este privilégio, seja por suas situações socioeconômicas, seja por algum evento trágico, seja pelo que for
Houve um evento complicado aqui (não sei como está aí, pois tenho lido mais notícias locais): as chuvas geraram um transtorno gigante em diversos sentidos
Nesse caso, essas pessoas perderam, não?
Perderam suas casas devido a alagamentos extremos, algumas perderam a vida
Onde está a porra do governo nessas horas, Itálico?
Cadê?
Cadê os responsáveis?
O que as figuras públicas que possuem a porra do dinheiro de um imposto gigante estão fazendo para solucionar os eventos drásticos?
Mas quem sou eu e o que estou fazendo?
Jogando minha culpa e/ou responsabilidade para um governo "externo"?! Talvez. Tentando separar o envolvido do alheio e, assim, evitando fazer injustiça comigo ao absorver uma dor que não é minha? Tentando pensar em uma solução? O que posso fazer para ajudar? Até o momento, o que fiz foi ajudar a compartilhar a rede de apoio para doações. E estou no Censo e ainda não recebi desde que entrei. Quem é recenseador (a pessoa que bate de porta em porta para fazer pesquisa) não ganha pela hora de trabalho, ganha por pesquisa feita dentro do setor a qual foi destinado (área contendo quadras e faces de ruas a serem pesquisadas), e também ganha um pouco por adicionar e atualizar endereços, retificar estabelecimentos, etc.. No treinamento, aprendemos que, após um mês, poderíamos pedir um adiantamento referente à produção feita até então; em contrapartida, quem pega um setor que já foi iniciado por outra pessoa não tem esse direito, que foi o meu caso. Comentei isso com meu supervisor, sobre minha frustração e tudo mais, pois me surpreendi quando ele elogiou meu trabalho dizendo que provavelmente serei indicada para continuar o processo "pós coleta de dados" e, por conta disso, pensei que ele pudesse me ajudar com a questão do pagamento, mas não ajudou. Enfim, é complexo, é um rolo e foi um ano difícil para o IBGE. A pesquisa coincidiu com o ano eleitoral e isso gerou impactos negativos. E por que caralhos enfiei a porra do Censo na conversa? Sei lá, porque os dados nele coletados deveriam servir para os políticos conhecerem melhor o país que governam, conhecerem onde e quem precisa de. De ajuda. Ajuda que eu não necessito. Devo me sentir culpada por ser privilegiada de ter assistência financeira de minha mãe nessas horas? De poder ter a dádiva de pensar em estudo e viver e não sobreviver? E olhe que minha mãe nem é privilegiada, a palavra seria organizada. Organizada com sua vida, resolvida à sua maneira, mesmo tendo várias dificuldades que nem vou falar aqui, senão vou chorar de novo. Puta que não me pariu, isso virou um desabafo
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Não mais em Branco
RandomA pergunta em forma de personagem surgiu num universo paralelo virtual. Era Google docs o nome do papel compartilhado, do mundo, da tela. A tela que de vazia, branca, não era assim tão branda. A pergunta surgiu, o ponto de interrogação. Apareceu sim...