Devir

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Devir (s

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Devir (s.m)

É um processo de mudanças pelo qual todos os seres passam, é uma lei geral do universo, que cria, destrói, reconstrói, ensina e engrandece.  Nada permanece igual ao que era no início, é a prova de que não somos a prova de sentimentos pesados demais, que corações fortes também choram e que segundas chances são reais

Os minutos tinham se passado, como se fossem horas. Era difícil saber se já era dia, quando o que tinha sobre sua cabeça era um teto de pedra no subterrâneo. Mas realmente, por segundos longos demais, nenhum dos dois se preocupou com isso. Neteyam até mesmo esqueceu que tinha um pai para enfrentar.

Ont'ari estava com os olhos fechados, e a cabeça deitada sobre o braço de Neteyam. O silêncio eram as muitas palavras não ditas entre eles. E era um sentimento profundo de tudo que um dia foi sonhado, até mesmo no inconsciente. Então, era isso o amor.

De repente, aquelas vezes em que viu seus pais trocando palavras doces, histórias do passado, planos do futuro, tudo isso fez sentido. Porque mesmo sem ter certeza do amanhã, Neteyam almejava começar a traçar planos para o futuro. Planos para ficar ao lado de Ont'ari. Planos para nunca mais deixá-la sozinha.

Planos para esse tal amor. Planos para a única coisa que é eterna e dribla até mesmo a morte.

— O que faremos agora? — Ont'ari questionou, enquanto sentia a mão livre de Neteyam tocando suas tranças. — Uma hora teremos que voltar.

— Vamos pensar nisso quando for a hora.

— Sabe que seu pai não vai ficar feliz. Ele me acha inconsequente.

— Ele não conhece você. — Ont'ari se levantou, Neteyam quis reclamar. — Olhe para como está agindo agora. Está mais preocupada comigo do que com você. É amorosa, quando não está sendo cruel. — Ela sorriu. — Vamos dar um jeito nisso. Eu prometo.

— Você faz muitas promessas.

— E não pretendo quebrar nenhuma.

Ont'ari virou a cabeça de lado e Neteyam só precisou se mover um centímetro para beijá-la.

Era bom demais. A sensação era ótima. E estar com ela era prazeroso. Não só dê macho pra fêmea, mas de companhia para companhia. Quando olhava para Ont'ari, antes via um desejo inalcançável de um amor reprimido. Porque sempre soube, que Ont'ari se policiava para não gostar dele. Já que era um Sully e a garota tinha princípios contra todo e qualquer membro daquela família.

Mas agora que ela tinha cedido, deixado esses pensamentos tolos para trás: agora quando olhava para ela via futuro e esperança. Desejo de algo maior. E precisava começar aceitando que era hora daquela conversa.

— Precisamos mesmo ir, Ont'ari. — A garota assentiu se levantando. — Mas as coisas não vão mudar entre nós. Vou cuidar de você.

— Você é muito meloso. Vou começar a ficar enjoada.

Pasárgada • Neteyam Fanfic Onde histórias criam vida. Descubra agora