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Dói, dói, dói, dói...

Isso é tudo que o garotinho conseguia pensar.

O homem mais velho gritava e o chamava de vários nomes, menos o seu próprio.

Criança

Sujo

Fraco

Inútil

Quirkless

O menor estava em posição fetal, e tentava ao máximo proteger-se do homem que um dia ele chamou de pai.

Mas oh, como ele estava errado.

Se ao menos ele soubesse.

Se ao menos a sua mã- Inko não tivesse deixado tantas pontas soltas.

Se ao menos ela não tivesse sido tão estúpida ao fugir com o filho daquele homem.

Talvez ela ainda estivesse viva, junto de seu marido de merda.

E talvez, o garoto teria tido uma infância feliz.

Cheia de sangue e violência, claro.

Mas nunca direcionada a ele.

Afinal, seu pai nunca o machucaria.

Mas ao ver como seus guardiões morreram... Izuku teve certeza de que apesar dele nunca o machucar...

Ele mataria quem encostasse um dedo em um de seus filhos.

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Depois de sair do banho, Katsuki encontrou Izuku em sua cama completando o rascunho do arquivo do vilão de gosma.

"Quando você terminar, vai querer que eu passe a limpo no sistema ou você vai fazer isso?" - Perguntou o loiro enquanto pegava uma muda de roupa no armário.

"Eu faço, assim você pode fazer a tarefa de matemática e me passar depois" - Disse sem tirar os olhos do caderno.

O maior revirou os olhos mas fez o que foi dito, até que percebeu onde o menor estava.

"Saia da merda da minha cama, você tem a sua" - Disse Katsuki empurrando Izuku para fora.

O loiro gostava de fazer a tarefa em sua cama, porque apesar de doer as costas as vezes, ainda era mais confortável que a cadeira do quarto deles e com o outro usando ela, isso não era possível.

"Me expulsando da sua cama Kacchan? Geralmente você me pediria para estar nela" - Disse Izuku com um sorriso enquanto finalmente encarava o outro.

Bakugou abriu um sorriso malicioso e agora somente com o moletom, se inclinou levemente na cama.

"Não minta Izuku, você sabe que eu nunca peço, afinal, é você que está nela todas as noites"

Quanto mais ele falava, mais o menor ficava vermelho, mas isso não parecia o abalar nenhum pouco, seu sorriso continuava intacto e seus olhos brilhavam com diversão.

"Oh sim? Mas nós dois sabemos o quanto você sentiria minha falta se eu dormisse na minha cama, e além disso, a sua é maior, ela é ótima para os dias em que seus pais viajam-

"Você só diz isso porque gosta de cavalgar" - Disse o loiro se aproximando cada vez mais.

O menor engasgou e ficou ainda mais vermelho.

"Como se você não gostasse quando eu faço isso" - Disse depois de recuperar a compostura.

"Mais ou menos, você sabe que eu gosto de ter o controle"

Mentirosos? Não, ManipuladoresOnde histórias criam vida. Descubra agora