Doze

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 — Você está me dando um bolo para ver o treinador? Foi isso mesmo que eu ouvi? — questiona Kali sem acreditar no que estava acontecendo. 

Não é um bolo, ele me obrigou a chegar mais cedo! E ainda vamos nos encontrar no colégio. — Jamal tenta explicar novamente para a namorada que respira fundo. 

 Hoje é a noite do baile de dia dos namorados, ou melhor, o baile já havia começado a quase meia hora e Kali ainda estava em casa toda arrumada à espera do namorado, ao qual ela acaba de descobrir que já estar no evento. 

— Porque você não ligou mais cedo? Eu poderia ter ido com a Jasmine e o Ruby! — reclama Kali novamente andando de um lado para o outro na sala de estar. — Como eu vou chegar até aí agora? — pergunta sem saber o que fazer. 

Sua mãe, ela pode te trazer. — diz em tom de alívio. 

— Ela já está dormindo e meu pai não vai me deixar acordá-la só para… — inicia Kali mas é interrompida. 

Amor, eu preciso desligar o treinador está me chamando, ou melhor, gritando. — avisa e a garota consegue ouvir a voz grossa do homem ao fundo da ligação. 

— Certo, vou tentar arranjar um jeito. — se despede desligando. 

 Ela respira fundo colocando uma mão sobre a cabeça sem saber o que fazer, então encara o corredor dos quartos e paralisa tendo uma ideia. Põe uma expressão de dor no rosto e volta-se para a entrada da casa depois novamente para o corredor, olha para cima suspirando e segue para o quarto dos pais. Dá algumas batidas leves na madeira da porta e espera uma resposta. 

— Oi! — diz Kali sorrindo assim que o pai abre a porta do quarto. — Queria saber se o senhor pode me dar uma carona até a escola? — o homem dá as costas para ela sem dizer nada, deixando-a nervosa. — Eu sei  que está cansado e que devia ter avisado antes mas o Jamal furou comigo e… — continua a falar, fazendo-o olhar para ela, colocar um dedo em frente aos lábios e apontar com a cabeça para a cama onde Leila dormia, silenciando a garota na hora. 

— Vai para o carro Kali, estou procurando pela chave. — Julius sussurra para a filha que acena com a cabeça e murmura de volta um "obrigada" quase inaudível. 

 Kali vai até a sala, agarra seu telefone e sai porta a fora esperando pelo pai no local indicado. Depois de alguns minutos ele aparece, mas não diz nada. Apenas entra no carro, espera a filha fazer o mesmo e começa a dirigir. 

— Então… como está indo a escola? — pergunta Julius tentando dissipar o silêncio desconfortável que tinha se instalado entre os dois. 

— O ano começou a pouco tempo, então nada diferente aconteceu até agora. — responde Kali normalmente. 

— E com a equipe de torcida, tudo bem? — Julius questiona virando a rua principal em direção a escola. 

— Sim? — Kali responde com um tom confuso, sem entender qual era o intuito da conversa, já que desde que saiu da prisão o homem nunca havia se interessado nesses assuntos. 

— Aquele seu novo amigo, Trevor… — inicia mas é cortado rapidamente pela filha. 

— Aquele que você odeia? — rebate o encarando e ele acena com a cabeça. 

— Você tem falado com ele esses dias? — pergunta Julius, ignorando a provocação em um tom casual enquanto encara a estrada à sua frente, fazendo a filha se virar com uma expressão de questionamento. 

— Não — mente Kali, ainda sem entender o que estava acontecendo. — Vocês me proibiram, lembra? Com uma conversa maluca sobre ele ter tirado a minha virgindade — relembra e ele olha para a filha rapidamente e volta-se novamente para a estrada deixando o carro em silêncio novamente. — Posso fazer uma pergunta? — questiona e o homem acena com a cabeça. — Qual é o seu problema com o Trevor? — pergunta, expondo a dúvida que rodeava seus pensamentos a meses. 

𝐑𝐢𝐝𝐞 𝐎𝐫 𝐃𝐢𝐞 - 𝐉. 𝐓𝐮𝐫𝐧𝐞𝐫  [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora