2. Operação Cupido

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             Vegas foi conhecer o homem que o tio disse que poderia ajudá-lo. Estava esperando um homem comum,  mais um daqueles guarda-costas bonitos, fortes, silenciosos  e só.  Encontrou o homem conversando com Tay e seu filho em um francês fluente.

           Era alto,branco, de pele um pouco mais fechada que a sua, pernas longas e delgadas, mal-disfarçadas nas calças do uniforme. Ombros eretos e postura altiva. Sua primeira impressão era de que o homem sabia qual  o seu lugar na terra e não se abaixava para ninguém. 

          Joon Boom, que já foi informado por Melina para parar de empurrar pessoas aleatórias ao seu guardião, apressou o assunto e correu para o homem recém-chegado, abraçando suas pernas.

           Tay cumprimentou Vegas e chamou o filho.

            -     Despede-se de seu tio e do Pete, seu pai está nos esperando. 

            -    Tio, você vai lá em casa domingo?  Tem churrasco de porco.   -  Ainda preso nas pernas do Theerapanyakul e recebendo seu carinho,  Boom pergunta bem animado. 

            -     Se eu estiver na cidade...    -  Puxou o menino para o colo e o beijou.  O riso dos dois aqueceu Tay e Pete.

            -     Vamos esperar, titio Vee. Tchau, tio. Tchau khun Pete.  Nos vemos segunda-feira.  -  Pulou do colo do tio e se foi saltitante de mãos dadas com o pai.

          -     Olá, senhor Vegas. O senhor tem uma proposta para mim?

          -     Sim. Melina me disse que vai perder a guarda de seu filho se não encontrar alguém para cuidar e ter laços com ele. Tenho uma proposta.

          Vegas parecia seguro,  mas o assunto era incômodo. 

         -     Hum. Diga, senhor.   -   Pete percebeu o desconforto do outro mudar para certeza um segundo antes de ele ir direto ao assunto. 

         -     Vamos nos casar. 

         -     Como assim?    -   Pete ainda assim se assustou. Vegas continuou firme.

         -    Bem. Faremos um casamento por um ano. Se dentro desse tempo um de nós se apaixonar por alguém, o casamento acaba. Se não, ficaremos casados por mais um ano. Meu pai quer netos e estou muito ocupado para parar e arrumar alguém que queira filhos e ainda teria que gostar dessa pessoa.  O senhor tem filho. Isso resolve meu problema e o seu.

          -   O senhor acha que vou colocar meu filho em uma situação de risco dessas? O senhor se apaixona, nos deixa e meu filho perde o pai e o avô postiço e eu volto para a estaca zero.   -    Para Pete aquilo parecia ideia de criança. Só havia furos e promessa de problemas, mesmo que em seu  desespero tenha pensado em algo parecido.

          -    Não. Seu filho será neto de meu pai para sempre. E eu continuarei sendo responsável junto com o senhor. Tive uma boa família, não exporia uma criança a um estresse desse tipo. O nosso casamento é passageiro, a paternidade não. Seu filho será meu herdeiro sem contendas.

         "O homem é tão louco quanto bonito!"

        -     O senhor acha que vai amar meu filho sem o conhecer? 

       -      Vamos fazer assim: vou conseguir uma folga para o senhor e vamos ver seu filho. Se ele me aceitar, nos casamos.

         -    Senhor! Isso é muito estranho.

         -     Você quer se livrar dessa assistente social?    -   Foi preciso.

        -     Sim.   -   O que mais Pete poderia responder?

Operação Cupido #VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora