CAP 33: Formação K/DA

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- Ok, relaxe um pouco. Deixe-me pensar, eu preciso pensar... - Eu disse, soltando um suspiro e passando a mão por minha testa.

Estávamos totalmente encrencados, procurados por assassinato, não sabíamos se aqueles homens eram do governo ou de alguma organização criminosa.

Mas isso realmente não importava, não agora. Não importava quem eles eram ou para quem eles serviam, o que importava agora era a nossa sobrevivência.

- Você não tem um plano, não é mesmo? - Khalil perguntou, me fazendo erguer meus olhos arregalados em sua direção.

Meu amigo de infância soltou um suspiro e fitou o chão por alguns segundos, o silêncio se preencheu durante todo o local.

- Matar alguém, matar um homem nunca esteve em meus planos. - Eu disse, atraindo a atenção de ambos - Mas simplesmente aconteceu, mesmo que não fosse minha intenção.

- Mesmo que não fosse...? - Perguntou o loiro - Otto, você quem começou a encrenca só porque alguns pães caíram no chão! Você quem os matou!

- Eu comecei a discussão, mas você estava nessa também, lembra?! - Eu perguntei - Até perguntou o que deveríamos fazer!

- SIM, EU PERGUNTEI PARA QUE PUDÉSSEMOS RESOLVER! MESMO QUE FÔSSEMOS PRESOS OU MORTOS, MAS HELENA DEVERIA ESTAR A SALVO!

- ELA NÃO DEVERIA ESTAR AQUI CONOSCO, METIDA NESTA CONFUSÃO IDIOTA CAUSADA POR VOCÊ! AQUELES HOMENS MORRERAM POR SUA CAUSA!

Ele berrava, jogando toda a sujeira na minha cara. Eu sei de que estava errado, sei que de estávamos encrencados e de que a sobrinha de Carmen, Helena não deveria se quer está aqui.

Khalil continuou a berrar e apontou o dedo em meu rosto, falando sobre a merda que estava sentindo, meu sangue começou a ferver e fechei meus punhos para tentar controlar minha raiva.

Tentativa falha, pois no mesmo instante eu me levantei do chão e berrei em resposta.

- VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SEI DISSO!? ACHA QUE NÃO SEI EM QUE MERDA ACABAMOS DE NOS METER?!

- QUE ENVOLVEMOS HELENA NISSO E INFELIZMENTE PODEMOS ACABAR MORTOS!? - Eu berrei em frustração soltando um suspiro, Khalil estava prestes a revidar, mas foi interrompido.

- CHEGA VOCÊS DOIS! - Helena berrou em resposta, fazendo com que nós dois arregalássemos nossos olhos em surpresa.

- Brigar e discutir, apontar o dedo na cara um do outro e dizer o que fez de errado ou o que deixou de fazer, não vai ajudar em nada!

- Precisamos dar um jeito na sua ferida, Khalil. E precisamos voltar ao orfanato, sim é um grande risco sairmos daqui e tentar voltar para casa, mas...

- Não é como se eles também não estivessem procurando pelos adultos. Digo, aqueles dois podem ter avisado sobre nós nos rádios de comunicação que estavam em suas roupas.

- Eles podem ter dado sinal ou não, nós não sabemos. Mas não custa arriscar, eu conheço uma rota segura para nos levar para casa.

Ficamos em silêncio com a sua fala por alguns instantes, eu pigarrei e tomei a frente para perguntar o que exatamente ela estava tentando dizer.

- Como assim uma rota segura? - Eu perguntei curioso para a garota. Ela me olhou por alguns instantes e soltou um suspiro.

- Eu ando por essas ruas todos os dias desde meus seis anos de idade, tudo isso para comprar pão ou outras coisas. Já me perdi diversas vezes e sempre achei o caminho de volta, e eu sempre gravava o caminho.

Ok, isso é realmente incrível. Helena tem uma mentalidade de aço, se perder diversas vezes e ainda gravar os caminhos pelo qual percorreu? Tinha que ter uma memória muito boa para tal feito.

A Reencarnação do Poder: Uma Luta contra a Guerra!Onde histórias criam vida. Descubra agora