Michael estava em pé, olhos brancos e vazios. Eu o chamei pelo nome mas respondeu apenas com um ruído que vinha da garganta.
Ele vinha se arrastando em minha direção, lentamente, com um braço meio estendido. Era exatamente como as "pessoas" lá da rua, não era mais o Michael.
Fui andando devagar, porém um pouco mais rápido que ele, até o meu bastão. Quando coloquei minhas mãos na arma que tinha escolhido, o que antes costumava ser o Michael, se jogou em minha direção.
Eu pressionava o bastão contra sua garganta, afastando os dentes dele de mim. Era claro que a mordida era a forma de transmissão, ele foi mordido e agora era um deles, não tem outra explicação. É exatamente como nos livros e filmes (quem diria que tanto conteúdo de terror seria útil um dia).
Consegui lançar ele para trás, mas infelizmente meu bastão foi junto. Corri até a cozinha para encontrar algo, uma faca que fosse. Se a mordida transmitia a doença, então o ferimento na cabeça também poderia matá-lo.
A cozinha era aberta, como na maioria dos apartamentos e casa, não tinha uma porta que fosse. Mas era o lugar mais provável de eu encontrar algo para me defender dele.
Ele continuava se arrastando, devagar, até mim. E desesperada eu tentava encontrar uma faca ou uma vassoura, estava tão fora de mim que tinha esquecido onde guardava minhas próprias coisas. O medo atrapalhava meus pensamentos, bagunçava a minha mente.
Minhas mãos tremiam tanto que nem consegui segurar a faca direito e ela caiu no chão. Bem aos pés do antigo Michael.
Novamente ele se jogou contra mim, só que dessa vez pisei em falso e acabei caindo com ele por cima de mim. Seu corpo era muito pesado, então usei o que aprendi na época do jiu-jitsu e girei seu corpo ficando por cima.
Eu segurava suas mãos e olhava para todos os lados em busca de algo que pudesse me ajudar.
BINGO!
Encontrei a faca que havia caído no chão perto de nós, se eu o soltar e pular consigo pegá-la.
O pensamento acabou me distraindo e não percebi quando ele jogou o corpo contra mim novamente, só que dessa vez em direção da faca, não havia tempo para estratégias. Peguei a faca e enfiei no olho direito dele com as duas mãos.
Silêncio, ele não se movia mais. Obrigada filmes de terror.
Joguei ele para o lado e o chutei, nada aconteceu, continuava imóvel. Não queria tocar mais nele, tinha medo que voltasse a "vida" de novo. Então resolvi deixar onde estava até decidir o que fazer.
Fui para o banheiro tomar um banho, precisava tirar aquele monte de sangue e fluídos de cima de mim. Era muito nojento. A vontade de vomitar veio com toda a força, mas não havia nada no meu estômago que pudesse sair. Então tirei toda a minha roupa e deixei a água levar tudo.
Comecei a sentir uma ardência na mão, e quando a água fez o sangue escorrer, eu vi.
Era uma mordida.
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Amanhecer do Apocalipse
HorrorVer o sol nascer da varanda pode ter mudado o destino de Alice para sempre. O despertador não toca, ainda está escuro, mas o sol logo vai nascer. Da janela que da para a varanda, ruídos como se fossem de animais, invadem o recinto. Alice está desper...