Ben's POV
Ontem voltamos à Dortmund, após o jogo em Berlim contra o Union Berlim. Voltamos para a casa vitoriosos, apesar do jogo não tão perfeito, do jeito que o Terzic queria que fosse. No momento estamos todos aquecendo antes do treino começar pra valer. Parece que a Mia andou trabalhando bastante, o que significa: mais trabalho para nós.
“TODOS AQUI” grita Terzic, chamando atenção dos jogadores para sua pessoa. Logo que todos se aproximam, ele prossegue dizendo: “Certo, como já conversei com vocês ontem, em Berlim, estamos melhorando, mas ainda há erros imprescindíveis acontecendo, erros que as vezes podem não afetar o jogo, mas que em outros momentos, podem ser fatais. Então, hoje a Mia vai começar a trabalhar com vocês individualmente. Acho que todos já devem estar cansados de saber, mas vou repetir. A Mia é uma excelente profissional e está aqui para ajudar vocês. Escutem o que ela diz. Se eu souber de alguma gracinha ou de que alguém a desrespeitou, será resolvido com a diretoria. Agora que todos estão cientes, vamos começar. Não quero nenhuma moleza.”
“Nunca torci tanto pro Schulz falar alguma merda.” Sussurra Havertz em tom de risada.
“Certo, os jogadores que eu citar o nome, vão treinar na academia, enquanto não são chamados por Mia. Ela vai estar na salinha do lado. Depois que terminarem com ela, voltam para cá. Reyna, Wolf, Schlotterbeck e Chilwell.” Diz Teric.
“O negócio deve estar crítico cara, pra você ser uns dos primeiros.” Sancho diz, debochando da minha cara.
[...]
Enquanto ergo os pesos me pergunto se eu realmente estou tão ruim assim, ou se ela está fazendo isso para me provocar. Reyna e Wolf já foram chamados, pelo jeito vou ser o último e se tem algo que eu odeio, é esperar, parece que fico mais ansioso. Termino a série que eu estava fazendo, fecho os olhos e presto atenção na música que acaba de começar. A voz de Taylor Swift ecoa pelos auto falantes da academia. Olho para Nico, ele para o que está fazendo e se aproxima no ritmo da música.
“Cause the players gonna play, play, play
And the haters gonna hate, hate, hate
Baby I’m just gonna shake, shake, shake
Shake it off.”
Cantamos, dançamos e rimos, até que somos interrompidos pelo som de uma risada. Eu poderia ouvi-la o tempo inteiro.
“Bora Nico, sua vez.” Diz Mia.
[...]
Na academia tem um saco de pancada e algumas luvas de boxe. Foi uma maneira que eles encontram para que um jogador não pegue o outro na porrada. Pois é, futebol parece ser um jogo tranquilo, amistoso, mas é bem estressante. As vezes dá vontade de socar alguém, apenas para aliviar o estresse e a ansiedade. Eu estava suando que nem um porco, depois de horas na academia me exercitando. Tiro a camisa e visto as luvas de boxes. A cada soco dado sinto um peso saindo das minhas costas e da minha mente. Eu estava completamente vidrado no movimento que minhas mãos faziam, até que eu escuto:
“BENJAMIN” me viro “é a sua vez.”
“Precisa gritar Amalia?”
“Depois de ter te chamado três vezes, precisa sim.” Mia completa, ironicamente.
Entro na salinha salinha seguido por Mia e sem desviar os olhos de suas anotações, ela diz:
“Você poderia colocar uma camiseta.”
“Tá com medo de não conseguir se concentrar, né? Esse corpinho aqui é um colírio para os olhos.”Provoco.
“Eu já te falei que você é um babaca?”
“Já, mas ok, falando sério, minha camiseta está encharcada e fedendo mais do que eu. Estou fazendo um favor pra você de não estar vestindo ela agora.” Digo, fazendo-a suspirar.
“Certo, vamos começar. Quero que você veja o vídeo e tente identificar no que você está errando.” Diz, se aproximando com o tablet na mão.
Ela dá play no vídeo e cara, ela está muito próxima, não sei como estou conseguindo respirar. Tento tirar o foco dela e prestar atenção no vídeo completamente.
O vídeo eram os chamados melhores momentos, ou melhor, piores daquele treino individual, que foi filmado.
“Conseguiu identificar?” Ela pergunta e eu balanço a cabeça em sinal de negação.
“Certo, começando pelo jeito que você bate uma falta. É meio previsível. Primeiro eu vou chutar como você chutou no vídeo, e depois da maneira certa.” Ela pega a bola e posiciona no local marcado no chão e chuta uma vez e posicionando a bola novamente, ela chuta pela segunda vez.
“Na segunda forma, você chuta a uma distância maior do centro de massa, produzindo um torque maior, fazendo com que a bola rotaciones mais, gerando um maior efeito na bola. E claro, tem também a altura e local que você deseja acertar, depende muito do local de onde você bate a falta e etc. Eu sei que eu não sou psicóloga, mas eu sei que o emocional interfere bastante nas decisões tomadas. Você até pode saber o que dá mais efeito na bola e essas coisas, mas não adianta nada você não conseguir ter inteligência emocional para conseguir executar isso quando está sendo pressionado.”
Assinto, pensativo.
“Eu... Eu nunca parei pra pensar nisso e agora que você disse, faz completo sentido. Muitos jogadores acabam fracassando por não saberem lidar com pressão.”
O clima ficou um pouco desconfortável, então, encarando o chão, ela tenta desconversar, dizendo:
“Lógico que o efeito da bola acaba sendo um pouco diferente em grama natural, do que aqui na sintética, por causa da força de atrito.”
“Eu sei” falo erguendo seu queixo com o indicador, atraindo seu olhar eletrizante para o meu. Nos encaramos por um certo tempo, até que ela desvia o olhar para o relógio em seu pulso e se afasta, dizendo com a voz um tanto arrastada: “É...Está no horário do almoço.”
“Certo .... eu vou passar no vestiário antes de ir almoçar.”
Então ela sai da sala, me deixando completamente desnorteado.
Eu definitivamente não deveria ter a tocado, mas foi mais forte do que eu.(Não esqueçam de votar!!)
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Effect | BEN CHILWELL
FanfictionFísica e futebol, qual a relação entre essas duas áreas? Elas estão grandemente presentes na vida de Amália Alvarez, porém tudo vira de ponta cabeça quando essas duas coisas se misturam com uma nova, o amor. Nascida em solo brasileiro, vinda de uma...