Capítulo 10

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Ben's POV

O treino de hoje está sendo pesado, começamos na academia, fazendo musculação, e depois fomos para o campo dar uma aquecida. Depois, o treinador nos separou em dois times.

[...]

Recebo a bola, vinda de Jude, na metade do campo e corro até a linha de fundo com ela sob meu domínio, driblo as zagueiros e finalizo. A bola bate na trave e cai nos pés de Haaland, que marca. A euforia se alastra e Terzic sinaliza para que o jogo fosse paralisado.

Ele para ao meu lado e me diz "Precisa caprichar na finalização, Chilly, aquele gol poderia ter sido seu", antes de continuar andando. Terzic troca algumas palavras com Kehl, que está parado na frente do banco de reservas.

"GAROTOS, SE APROXIMEM, POR FAVOR." Terzic grita.

"Nossa, ele está tão simpático hoje, até parece que não vai terminar de acabar com a nossa saúde mental, depois do almoço." Sussurra Sancho, caminhando ao meu lado, em direção ao treinador.

"Eu quero apresentar uma pessoa muito especial para vocês. Ela irá a nos acompanhar e nos auxiliar em todos os treinos. Esta é a senhorita Alvarez, já comentei sobre ela com todos vocês. Gostaria de falar alguma coisa, querida?" Pergunta à moça com um rabo de cavalo loiro e olhos muito verdes, que está parada ao seu lado.

"Hm... Bom, me chamo Amália, mas podem me chamar de Mia, se for mais fácil pra vocês. Sou aluna de mestrado da Universidade de Duisburg e à convite do treinador Terzic e do meu orientador, o Doutor Neumann, estou aqui para ajudar vocês, com o auxílio da física, a aperfeiçoar suas técnicas."

Quando ela finaliza, um silêncio constrangedor paira sobre todos nós e a garota começa a ficar mais vermelha que um tomate. Terzic começa o que se torna uma salva de palmas, o que ajudou um pouco a abafar o constrangimento.

[...]

"Mia, né? Senta aqui com a gente." Diz Brandt, quando a garota faz menção a se sentar longe.

"Acho melhor não, eu não quero incomodar vcs."

"Não é incômodo nenhum, a gente quer te conhecer." Exclama Schlotti.

"Tudo bem." Ela diz, apoiando a bandeja no espaço à minha frente, para se sentar na cadeira livre. Ela me encara suavemente e logo desviou o olhar.

"Certo, você não é daqui, né? Você tem um sotaque diferente." Dispara Süle.

"Idaí que ela tem sotaque cara, não é porque você parece um armário que tem direito de ser xenofóbico com os outros." Diz Kai, em tom de sarcasmo, antes que mia pudesse falar alguma coisa.

"Cala a porra da boca cara, eu gostei do sotaque dela, fiquei curioso pra saber de onde ela é." Reclama Süle.

"Calma, geladeira frost free de duas portas, eu só tava te zoando." Diz Kai gargalhando.

"Você é um animal mesmo. Não dá pra levar muito a sério o que esses caras falam, na maioria das vezes são piores que animais selvagens." Süle fala essa última parte para Mia.

Ela dá um sorriso largo e se prepara para responder e cara, o sorriso dela é lindo! Merda, concentra Chilly, seu foco no momento não é isso.

"Relaxem, eu já ouvi tanta coisa pior sobre o meu sotaque, que acho que vocês não iriam se sentir bem ouvindo... Mas ... Certo, eu sou do Brasil e vim morar na Alemanha quando eu tinha 17 anos."

"Você estuda em Duisburg, mas quando você veio pra Alemanha, você foi morar lá mesmo?" Pergunta Reus com curiosidade.

"Sim, eu fui morar lá porque minha tia morava lá quando eu me mudei, e ainda mora, a propósito. Fiz minha graduação na Universidade de Duisburg também.

"Certo, mas você veio pra cá só pra estudar, ou teve outro motivo?" Pergunta Kobel.

"Bom... Meus pais morreram e a minha única parente viva era a minha tia, então eu vim pra cá ..." Ela falou, um pouco sem graça.

Uma chuva de "Sinto muito" ecoou pela sala.

"Desculpe por tocar no assunto, eu não s ..." Diz Kobel desesperado.

"Está tudo bem, já faz tanto tempo, ainda dói um pouco, claro, mas eu já superei bastante."

A dor em seu olhar é perceptível, mesmo ela tentando se fazer de forte.

[...]

Levo minha bandeja até o balcão que separa a cozinha do refeitório. Quando me viro, esbarro sem querer em Mia. Nos encaramos por um tempo. Seu olhar é tão intenso que me deixa fraco. Entro em pânico, então antes de me afastar dela, falo de forma grosseira: "Você deveria prestar mais atenção nas coisas que faz."


(Oie oie, não esqueçam de votar!! Espero que tenham gostado e até a próxima)

Effect | BEN CHILWELLOnde histórias criam vida. Descubra agora