Capítulo 20

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Ben’s POV


Alguns dias se passaram desde que conquistamos a Bundesliga e apesar da ressaca, o Terzic  não perdoou ninguém. Estamos no momento mais importante da temporada, a reta final. Apesar de termos tido um início desastroso, persistimos, e por incrível que pareça, ficamos vivos em todas as competições. Tudo passou tão rápido e lidamos tão bem com os desafios, que alguns detalhes passaram batido. Chegamos à final da Pokal, depois de vencer o RB Leipzig e agora enfrentaremos o Eintracht Frankfurt, depois de amanhã e olha como as coisas são, a final será em Leipzig. Estamos treinando duro para atingir nossos objetivos. Já a Champions, a tão sonhada Champions League, depois da conquista de 1997 e a frustração de 2013, sabemos que é tão importante quanto a Bundesliga ou até mais, pelo nível de visibilidade e prestígio e nós estamos na luta pela conquista de todo este prestígio, após sair perdendo no  primeiro jogo contra o Liverpool em Anfield e ter revertido o placar em casa. Eu sei que é algo grande, mas procuramos pensar no presente, na real, com toda a rotina de treinamento e os momentos de integração com a equipe não me deixam pensar em mais nada e creio que os rapazes pensam da mesma forma. Conseguimos um lugar para treinar em Leipzig, então, a viagem que seria feita apenas para o jogo, foi antecipada. Decolamos no dia posterior ao episódio da balada e se Jadon já estava vomitando antes, vocês nem querem saber como foi a viagem.

“Aeee cara, acho que você já descansou demais, bora voltar antes que o Terzic chute uma bola na sua cabeça.” – Jadon chega ao meu lado, tentando disfarçar, pra não levar um esporro.
“Eu tô parado há uns 3 minutos, no máximo, ele não vai... Ai.” -Sinto minha cabeça ir pra frente com o impacto da bola que veio pela traseira.”
“Eu te avisei cara” – Jadon tenta se afastar, rindo da minha cara.
“Você armou pra mim, seu babaca.” – Corro atrás dele segurando a bola, na medida em que ele se afasta de mim, até que arremesso a bola em sua direção, atingindo suas costas.
“PAREM COM ISSO CRIANÇAS, VOLTEM AO TRABALHO.” – Ouço a voz de Terzic, de longe.
[...]
A rotina desses dias vem sendo um pouco diferente, devido às circunstâncias. Depois do treino, tem um momento de lazer antes do jantar, que serve para descontrair e aproximar mais toda a equipe. Sempre gosto de fazer uma resenha no vestiário, dar alguns conselhos, fofocar um pouco, porque faz bem pra saúde né gente. Esses dias a gente estava comentando sobre o Neymar ter traído a esposa dele grávida, é chocante né, as fisioterapeutas que trouxeram essa edificação pra nós, uma delas é brasileira e veio com a fofoca quentíssima. Mas enfim, por conta desses imprevistos, sou um dos últimos a tomar banho e sair do vestiário.
Quando estou prestes a cruzar a saída, me deparo com Mia, ela está com um olhar estranho, na verdade, o mesmo olhar desde o que ocorreu entre nós.
“Está tudo bem?” – Sou eu quem dá o primeiro passo, vendo que depois de alguns segundos nos encarando, ela permaneceu calada.
“Eu... Eu tô cansada de fingir que nada aconteceu. Eu sei que eu pedi pra você esquecer tudo, o que soa hipócrita porque eu também não consigo esquecer e droga, eu não tenho moral nenhuma pra te dizer ...” – Antes que ela pudesse completar, eu a trago comigo para dentro do vestiário e prendo seu corpo contra a porta.
“Mia, você sabe que mesmo que se a pessoa mais poderosa do mundo me pedisse pra te esquecer, eu não conseguiria. Você é inesquecível. Porém eu nunca desrespeitaria sua vontade. O que você quer?” – Digo, suavizando meu toque na sua cintura.
“Eu  só ... Eu só não quero estragar tudo Benjamin, eu sinto um peso terrível sobre mim, eu não sei se ...” – Ela diz com a voz embargada enquanto lágrimas deixam seus olhos e escorrem pelo seu rosto.
Acredito que nenhuma palavra agora seria capaz de consolá-la então enxugo suas lágrimas e a envolvo em um abraço intenso.
“Ei, sabe o que eu acho que você precisa? Um sorvete de morango, é o melhor de todos, cura todo tipo de tristeza” – Falo, desprendendo-a de meus braços.
“Eca Benjamin, você é tão previsível, sorvete de morango é o pior da trindade napolitano.” - Ela fala a última parte em português e sinto que preciso aprender português o mais rápido possível.
“Que?”
“Deixa pra lá, nós estamos há um tempo aqui, não quero que suspeitem de nada.”
“Certo, mas antes...” Digo, antes de beijá-la calmamente.

Oiee pessoal, voltei depois de um tempo, pois estava sem ideias. Espero que gostem e não deixem de votar!!

Effect | BEN CHILWELLOnde histórias criam vida. Descubra agora