O Diário.

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A campainha é tocada, a vizinhança é pacata, crianças brincam em quintais, um homem de meia idade estendia roupas no varal, haviam jovens andando de bicicleta, outros sentados na porta de casa, com celulares na mão. Casais do outro lado da rua, sorridentes enquanto passeiam com seus cães. Taro suspira esfregando as mãos e volta a tocar a campainha mais algumas vezes.

— Você vai queimar o dispositivo assim. — Alex diz se afastando, olhando as janelas de vidro cobertas por cortinas. Taro resolve bater, afinal já estavam ali há algum tempo e ninguém apareceu.

— Desculpa, é que... — Taro suspira. — Ainda estou nervoso...

— Se acalma.

— Como você consegue ficar tão frio? Aquela coisa, ela quase nos enviou pra "terra do pé junto" como você pode não estar surtando?

— Acredite, eu estou...

— Você por acaso é médium? por quê pelo o que me contou, sonhar com aquela exata construção relacionada ao espírito é muito surreal pra mim!

— Eu não sei, Taro eu só... Sonhei, de certa forma, sabia o que tinha que fazer, aquela mensagem no jornal, é como se alguém quisesse me mostrar essas coisas...

— O que aconteceu lá, aquelas pessoas, você acha que estão mortos mesmo? Que não estamos ficando loucos? Nossa, isso é muita loucura, eu..

— Taro! — Ele o pega pelo braço. — Fica calmo. Nada vai acontecer conosco, vamos sair dessa, ok? Vamos entender tudo isso que está acontecendo e arrumar um jeito de lutar contra. — O asiático assente com a cabeça e volta a tocar a campainha.

— Acho que ela não tá aqui.

— É mesmo senhor óbvio? — O comentário irônico faz Taro revirar os olhos. —  Ela mora sozinha? Isso nos bloqueia.  —  Alex coça a cabeça.

— Domino?! – Taro chama, batendo, logo após desistindo. – Vamos embora, amigo. Ela não está em casa.

— Não faz sentido. – Ele diz. – Falamos com a amiga dela lá no mercado, ela foi lá pra casa e depois não apareceu mais, Taro, alguma coisa aconteceu come ela!

— Talvez tenha ficando com tanta raiva pelo fato de você tê-la trocado por mim que fugiu do país. — O asiático está sorrindo, enquanto segue o loiro que rodeava a casa.

— Você falando assim, me faz parecer um monstro.

— Ah qual é, foi só eu aparecer que você esqueceu dela. — Sorri provocante. — Admite que me ama.

— Vá se danar. — Alex diz e chega à porta do fundo. Ao lado, uma janela.  —  Não tem jeito. Ela não veio para casa.

— Como tem certeza disso? — Taro questiona e o loiro o pega pelo pescoço, puxando levemente pra perto de si, focando seu olhar pra dentro, através da janela.

— Tá vendo? O alarme está ligado.

— Ela pode ter saído novamente.

— Taro... Ela deixou o celular na minha casa. Quem esquece o celular na casa de alguém e nem liga de ir buscar? Não fala com a amiga, não aparece no emprego...

— Você tem razão. — Ele suspira e olha ao redor. —  O que faremos?

— Vamos voltar, vou contar tudo pra Mel, temos que fazer alguma coisa. Achar a Domino, sei lá.

— Você por acaso acha que...

— O quê? — Ambos já estão voltando para o carro. — Que o espírito a pegou?

Mistério da Turma 101Onde histórias criam vida. Descubra agora