Capítulo 6: De volta ao meu lar e de volta ao suspense

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Acordo em um susto e ofegante. Charlotte sussura em meu ouvido: "pode ficar tranquila, estamos seguros", pisco várias vezes e balanço a cabeça concordando com a mesma. 

Percebo que estou dentro do carro. Damian esta dirigindo com uma mão, enquanto o seu braço esquerdo está apoiado perto da janela e um de seus dedos estão encostados em sua boca, o olhar dele está de pensativo e a expressão de cansaço. Caden está ao lado do amigo, enquanto folhea uma revista em quadrinhos de super heróis.

Volto a olhar a janela e vejo o movimento da cidade de Jackson. Como é bom voltar pra casa, sem se preocupar que qualquer hora vai morrer.

Volto a minha atenção em meu sono. O rádio do carro está ligado, tocando Angel Of The Morning de Juice Newton, uma música de 1968. Conheci anos depois e desde sempre foi a minha musica favorita por um simples motivo. No mesmo momento olho para Damian, onde o garoto me olha na mesma hora, ele me dá um sorriso de canto e faço o mesmo. Essa música é importante para nós dois, por causa que nos conhecemos em 1977 quando nós tinhamos apenas 9 anos, entretanto, como nós nascemos em 1968 e conhecemos essa música anos depois, virou a nossa música predileta. Quando éramos pequenos, Damian me chamava de Meu Pequeno Eclipse, pelo motivo em que ele falava que eu era o sol e a lua dele, e ele era como um campo gramado, onde nas noites de eclipse ele me admirava. Ambos nos entendemos, ambos se ajudam, somos melhor amigos, mas é claro, Charlotte e Caden fazem parte de nós também. Eu e eles nunca nos se separamos por nada. São como família para mim e eu sou como família para eles.

Cochilo por longos minutos. Em seguida, sinto alguém me cutucando e chamando pelo o meu nome, olho em direção da pessoa e é Charlotte me acordando.

- Chegamos em sua casa - A garota diz para mim

Em um suspiro longo, tiro o meu cinto de segurança e então abro a porta do carro já pegando as minhas mochilas e uma bolsa pequena.

- Precisa de alguma coisa, Eleonor? - Caden pergunta para mim enquanto está com o braço fora da janela.

- Não, não precisa - respondo ele - se eu precisar de alguma coisa eu ligo para vocês.

Me despeço deles. Vejo o carro ficando cada vez mais distante e virando para a rua direita.

Pego as minhas chaves e vou em direção à porta de entrada.

Finalmente, lar doce lar.

Fecho a porta e vou direto para o meu quarto. Coloco as minha mochilas e bolsas no chão e em seguida me jogo em cima de minha cama. Me sinto segura e incapaz de me levantar daqui.

Sento na minha cama e olho ao redor no ambiente em que estou.

- Está "meio" bagunçado aqui, como fui deixar nessa situação? - estou Indignada comigo mesma.

Mesmo cansada, resolvo arrumar a casa inteira. Melhor ficar com a casa limpa do que ficar na bagunça.

Começo arrumar a sala principal. Tiro a sujeiras que estão nas prateleira e nisso vou pegar os livros pesados na estante alta da cor marrom. Pego os livros, mas acabo deixando alguns deles caindo e papéis voam por toda a parte da sala.

Desço da pequena escadinha que uso para alcançar lugares altos, e me deparo com um jornal que o Sr. Thompson, o entregador de jornais da vizinhança que sai entregando jornais todos os dias da semana.

Pego-o em minha mão e logo na primeira página me assusto no que eu acabei de ver.

No jornal há uma notícia antiga, nota-se que na página 14, mostra uma foto de uma mulher velha, com o cabelo grisalho, olhos azuis e a pele inteiramente enrugada. A expressão da senhora é de rancor e mistério, mas em seguida vejo embaixo de sua foto o nome dela: Adelilah Ardglass, Procurada desde de 1951.

Fico paralisada ao me lembrar do dia em que eu e meus amigos fomos até uma pequena casa, onde havia uma placa com o mesmo nome dessa mulher e o mesmo ano, 1951.

Na notícia falava que essa mulher foi encontrada com milhares de pessoas fazendo um círculo em volta de uma fogueira com um fogo alto e avermelhado, quase queimado o lugar onde essas pessoas estavam, no caso, uma floresta.

Provavelmente e sem sombra de dúvidas, foi em Boulder Colorado.

Sem pensar duas vezes, ligo para o pessoal.

- Me encontrem na cafeteria daqui há 10 minutos - digo a eles e escuto os três confirmarem.

Pego a minha bolsa e saio de casa, e vou direto para a cafeteria.

Chegando ao lugar, avisto eles sentados na quinta mesa da cafeteria. O espaço é rústico, contém um aroma delicioso de café e pães com manteiga.

- Oi - Falo me sentando em uma das cadeiras

Vejo eles me cumprimentaram, volto a minha atenção no assunto em que irei contar a eles.

- Vou direto ao assunto - digo - Lembrem da placa antiga que continha um nome de uma pessoa na casinha, em que fomos quando estávamos em Colorado? - pergunto e logo eles concordam.

- Portanto - Faço uma pausa enquanto tiro o velho jornal de minha bolsa. - Essa é a tal mulher - aponto com o meu dedo indicador em cima da foto dela. - Adelilah Ardglass, aqui diz que ela fazia parte de um culto em uma floresta, eu tenho a plena certeza que é em Boulder.

Enquanto tomo um gole do meu café, Caden pega o jornal, e em seguida analisa cada detalhe e cada informação que houvesse.

- Bem - Ele respira fundo - Essa mulher é dona daquela floresta, e dona daquela casa, ou seja, dona de tudo. provavelmente ela mexe com coisas erradas, e pode ser loucura, mas... possivelmente ela está viva e fica perambulando por toda a parte daquele lugar, por isso conseguimos sentir o ambiente frio e estranho.

Caden está totalmente certo. Damian e Charlotte em seguida dão opiniões sobre essa senhora, eu não discordo nem por um minuto, tudo faz sentido. Adelilah pode ser a criadora do culto, e pode ser a culpada de quase (tudo) incendiar o espaço.

Ficamos todos nervosos que as pessoas que estavam na cafeteria olhavam para nós em julgamento. Não temos culpa de estarmos confusos e estressados.

De tanto pensarmos e conversarmos, eu tive uma ideia...

- Charlotte, Caden e Damian - eles odeiam quando eu chamo eles assim quase dizendo a  eles o nome completo - eu devo ser maluca, mas, a gente precisa voltar para resolver isso tudo.

- O que? - Damian diz franzindo a testa - Lá é perigoso, não podemos voltar. Sei que fui eu que tive a ideia, mas não vamos voltar lá. - O garoto está intrigado com minha fala.

- Tudo bem, eu vou sozinha - Digo virando de costa, nisso sinto uma mão pegar em meu ombro.

- Você não vai sozinha. É perigoso, eu já te disse! - diz o menino.

- Vocês vão comigo ou não? - pergunto pela última vez.

Os três olham um para o outro.

- Vamos - Eles falam juntos.

Deixo o dinheiro em cima da mesa da cafeteria e saímos do lugar.

Péssima ideia, Eleonor.

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