Trilhas da Névoa

Capítulo 16: Angústia Por Não Ter Paz

Enquanto atravessávamos a densa Floresta de Longmont em busca de respostas, meus pés doíam e minha mente estava tomada pela exaustão. Mas, de repente, nos deparamos com uma casa isolada, escondida entre as árvores. Era como se o destino estivesse nos presenteando com um refúgio seguro para descansar.

Entramos na casa, sentindo o alívio preencher nossos corpos cansados. A sala empoeirada nos acolheu, com raios de sol tímidos que se infiltravam pelas janelas sujas. Sentamos no chão, cercados por uma atmosfera de tensão e curiosidade, prontos para mergulhar nas páginas do diário de Adelilah em busca de respostas.

Enquanto folheávamos as páginas amareladas, senti um arrepio percorrer minha espinha. Adelilah havia registrado detalhes perturbadores de suas ações, revelando um lado obscuro que nunca poderíamos imaginar. Seus relatos descreviam rituais estranhos, sacrifícios e uma devoção cega a um culto desconhecido.

Meu coração disparou ao ler uma passagem em particular, onde Adelilah mencionava a morte de Charlotte. Ela descrevia o enforcamento de nossa amiga em uma árvore como um ato de sacrifício, um tributo ao culto ao qual ela pertencia. A tristeza pela perda de Charlotte se misturou a uma angústia profunda.

– Não podemos permitir que Ardglass nos domine. - disse, minha voz trêmula de emoção. –  Precisamos encontrar uma maneira de escapar dessa situação, desvendar os mistérios desse culto e evitar que mais vidas sejam perdidas.

Damian e Caden concordaram, compartilhando minha determinação. Sabíamos que precisávamos estudar os símbolos sombrios encontrados no diário de Adelilah para encontrar uma pista que pudesse nos levar à salvação.

Enquanto examinávamos os desenhos enigmáticos, Caden percebeu um símbolo recorrente que lhe era familiar.
– Esse símbolo... Eu já o vi antes.- murmurou, seu rosto pálido de choque. – É o símbolo que minha irmã costumava usar como proteção. Se conseguirmos decifrá-lo, talvez possamos encontrar uma maneira de nos libertar das garras de Adelilah.

Essa descoberta trouxe uma centelha de esperança ao grupo. Mesmo diante de tantas adversidades, percebemos que ainda tínhamos uma chance de escapar dessa situação aterrorizante.

Antes de nos concentrarmos em desvendar o símbolo, permitimos-nos um momento de silêncio para honrar a memória de Charlotte. Lágrimas escorriam por nossos rostos enquanto compartilhávamos histórias e prometíamos nunca esquecê-la.

–Vamos superar isso juntos. - disse, minha voz embargada pela tristeza. – Vamos lutar pela justiça de Charlotte e pela segurança de todos. Ela não será esquecida, e seu espírito nos guiará nessa jornada.

Nos abraçamos, buscando consolo e força uns nos outros. O luto ainda estava presente, mas nossa determinação estava renovada. Estávamos prontos para enfrentar o culto sombrio de Adelilah, desvendar seus segredos e escapar de sua influência maligna.