Capítulo 8 - Memórias

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"Tadaima".

Sarada murmurou alto, para que sua mãe pudesse ouvi-la da cozinha – devido ao barulho de panelas, provavelmente a mesma já havia iniciado o preparo do jantar.

"Okaeri, Sarada!", ela ouviu a voz da mãe pelo corredor, e no momento que ouvira sua voz – mais adulta – Sarada paralisou exatamente onde estava.

Ainda na soleira da porta, Sarada não conseguiu segurar as lágrimas que teimavam a se derramar em seu rosto.

Ela estava em casa.

Em seu lar.

Onde ela podia simplesmente deixar de ser forte o tempo todo, parar de ser uma ninja da Aldeia da Folha, e simplesmente ser... a Sarada.

A caçula e a única filha da casa.

"Sarada?", o rosto de sua mãe surgiu pelo corredor, estranhando a filha ainda não ter aparecido na cozinha. Quando viu o rosto de Sarada, Sakura correu até a filha, baixando-se para ficar a sua altura – limpando suas lágrimas com ambas as mãos.

"Querida, o que foi? Está machucada?", ela inspecionava Sarada, e quando nada encontrou, franziu o cenho para as lágrimas da filha.

"Não é nada", Sarada respondeu no automático, deixando com que a mãe limpasse suas lágrimas. Quando viu a expressão da mãe, mudou sua postura de imediato, abraçando-a e escondendo o rosto em seus cabelos.

Sakura nada disse, apenas a abraçou forte, segurando-a e ninando-a como sempre fazia desde quando muito pequena. Ela conhecia a filha muito bem.

Tão parecida com seu pai..., Sakura não conseguia segurar um sorriso fraco ao pensar naquele detalhe.

Sasuke sempre precisava de um tempo para poder compartilhar o que quer que o estivesse o incomodando, e ela sempre era a única pessoa com o qual ele se abria sem medo de ser julgado. Claro, para isso, ele precisava de alguns minutos, horas ou até dias para se sentir confortável em se abrir.

Sarada era exatamente como o pai naquele quesito, e por isso, ela somente aguardava o tempo da filha.

"...eu fiquei com tanto medo de nunca mais te ver, mama", Sarada disse após longos minutos em seu pescoço – Sakura podia sentir sua pele molhada devido a suas lágrimas.

Sakura franziu o cenho, confusa com a afirmação de Sarada.

Sarada não estava em nenhuma missão naquele dia, pelo contrário, até onde sabia, Sarada iria treinar no período da manhã com o Time 7. Era o dia de folga deles, e ela sabia muito bem que Sarada iria aproveitar o dia após o treino com os meninos, provavelmente indo em algum lugar com as amigas.

O que poderia ter ocorrido naquele curto espaço de tempo para que Sarada ficasse daquela forma?

Ainda segurando-a firme contra seu peito, ela sentiu o momento que Sarada desaproximou seu rosto de seu pescoço – limpando as lágrimas com uma das mãos – e respirou fundo.

"É uma longa história...", ela enfim lhe disse, retirando os óculos embaçados para limpá-los em seu kimono.

O kimono.

Sarada olhou rapidamente para trás, tentando reconhecer o símbolo estampado em seu kimono – o mesmo que usou por semanas, emprestado da versão mais nova de sua mãe – e riu quando constatou o óbvio.

"O tom é exatamente o mesmo... e é engraçado que ninguém percebeu a diferença do símbolo", sua frase não fazia nenhum sentido para sua mãe, o que a fez rir outra vez, e virou o torso para que a mãe visse do que ela estava falando.

A Kunoichi do FuturoOnde histórias criam vida. Descubra agora