Capítulo 10 - O que une os Uchiha

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"Que tal essa, querida?", a senhora perguntou a Sarada, mostrando-lhe um pêssego bem mais maduro que o anterior.

"Essa está ótima!", Sarada respondeu, pegando a fruta da senhora e colocando junto das outras já guardadas em sua sacola plástica, e em seguida, pagando-lhe pelas frutas, "Obrigada, Myuki-obachan".

"Não há de que, minha jovem", a simpática senhora lhe respondeu, com um sorriso terno, "Dê lembranças para sua mãe, faz tempo que não a vejo por aqui".

"Eu dou sim! Até!", Sarada se retirou da barraca e se dirigiu para o enorme corredor de barracas na pequena ruela onde ficava a principal feira da Aldeia da Folha. Era uma feira livre que ocorria todas as segundas e quintas-feiras, e para a sorte da herdeira Uchiha, a feira sempre ficava aberta até às 7 p.m. Não estava nos planos de Sarada comprar frutas naquele dia – ainda mais logo após um final de missão – mas dado a surpresa em ter seu pai em casa, Sarada de imediato pensou em fazer o único doce que ela descobrira que fazia gosto de seu pai.

Torta de Pêssego.

Claro, ela não admitiria aquilo na frente dele, pois seria demais dizer que o fez acompanhá-la até a feira somente para comprar pêssegos – que tecnicamente, seria para ele – então, Sarada simplesmente disse que precisava passar na feira antes de ir para casa, pois aquilo já estava em seus planos.

Ela não assumiria que fazia aquilo somente para agradá-lo, e também, que fazia aquilo por sua felicidade de finalmente tê-lo em casa.

Talvez fosse algo bobo, muitas vezes ela se repreendia por aquilo, mas ao mesmo tempo, no fundo, ela sabia que seu pai suspeitava de seus motivos.

O sorriso disfarçado em seu rosto não passava despercebido por ela, e exatamente por isso seu orgulho não a deixava ser sincera com suas atitudes.

Se ele sabia e não dizia nada...

...ela também não diria.

Era um jogo de orgulho saudável entre os dois, algo que ela também suspeitava que sua mãe achava graça.

Depois eles me repreendem por provocá-los..., Sarada bufou, e logo que levantou seu olhar para além da multidão, viu seu pai encostado na esquina da ruela a sua frente, totalmente alheio às pessoas a sua volta.

"Pegou o que precisava?", ele perguntou logo que notou a filha se aproximar.

"Peguei sim", ela respondeu, levantando a sacola a sua frente, "É quase um crime faltar pêssego em casa, mama nunca deixa faltar", infalível, sempre era fácil jogar os motivos em sua mãe.

Sasuke deu um sorriso torto para Sarada, o que acabou desmanchando a expressão séria da filha, a mesma, dando-lhe o mesmo sorriso em retorno – sem que percebesse.

Papa... eu realmente senti a sua falta.

"Então, vamos", levantando o único braço, Sasuke rodeou o ombro de Sarada, e juntos, caminharam até a zona residencial oeste da Aldeia da Folha.

Onde seu lar os aguardava.

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"Hoje a mama ficará em uma cirurgia no hospital", Sarada murmurou um pouco alto para que o pai a ouvisse do corredor, "Ela acabou de mandar um recado caso a gente esteja com fome", Sasuke apareceu na cozinha – segurando uma toalha no ombro e usando a mesma para secar seus rebeldes cabelos negros. Ele usava suas vestes de ficar em casa, uma blusa de manga comprida e calça pretas. Talvez, agora no conforto de casa, Sarada finalmente pôde olhar para seu rosto, e ver o quão cansado ele aparentava.

A Kunoichi do FuturoOnde histórias criam vida. Descubra agora