Montanhas

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  No domingo de manhã, tinha EBD e naquele dia, disse pra Deus me revelar o que estava acontecendo, porque até com o Fábio a Gisele estava diferente, com todos na verdade. Parecia que estava em uma

roupagem forçada e queria que me fosse mostrado tudo naquela manhã, precisava urgente de uma resposta da parte de Deu. Quando cheguei na frente da congregação, no outro lado da rua, senti e ouvi um brado no meu coração para que não atravessasse e parecia me incendiar por dentro, dizendo que ficasse ali, temi muito aquilo e quis atravessar, mas uma senhora, que não sei de onde surgirá, disse, - obedece a voz do Espírito Santo criança! -
E ali percebi, que Deus até falava, nem sabia que Deus falava, eu fiquei falando sozinho, como quem não está em si
- quem sou eu pra Deus falar ao meu coração? -
Fiquei, e logo vi ela, linda, com aquele vestido de quem vai ser madrinha de um casamento, não usava maquiagem alguma, nem precisava, de tão linda

que ela era, creme de cabelo? Não, o cabelo dela era como ondas leves. E fiquei olhando pra ela, mas tirei o olhar dela, se não ela perceberia, mas senti de novo um brado que dizia pra olhar pra ela, e olhei, e eis que vi o Fábia entrar na frente, e logo me veio o sonho da minha mãe, entendi, chorei ali mesmo, sim, comecei a chorar na rua em um domingo de manhã, como uma criança. Fabio me olhou e percebi que ficou atônito, logo entrou para a igreja. Eu não consegui entrar pra assistir a EBD, todos tinham entrado. Mas notei que vinha alguém, e era ela, a Gisele, e perguntou se havia acontecido algo de grave, pra estar chorando daquele jeito, e disse a ela. - Te magoar foi a coisa mais grave que pude fazer até hoje. -
Passando-se os dias, que dias maravilhosos aliás, meus pais e eu fomos embarcar o Fábio. Finalmente, pensei eu. Parecia que tudo estava

prestes a voltar ao normal, menos a parte em que saindo do aeroporto teria que passar em algum lugar pra comprar um presente pra minha namorada, para comemorar nosso primeiro mês, sim, nosso primeiro mês. Mas como o povo de Deus tem seus mistérios, Fábio me disse ligeiramente nervoso - Lembra do dia em que você estava do outro lado da rua em frente a igreja, chorando ? Demonstrando toda paz, disse a ele - Sim, e que dia. Tanta coisa aconteceu naquele dia.
- Fábio - Eu não fui até você porque não pode, vi um anjo abraçando você, caiu sobre mim um temor, fiquei atônito, sem o que fazer, e entrei.
- Me arrepiei todo, e creio nessa palavra - disse eu, com muito temor, senti um frio na barriga, e me veio uma imagem estonteante na cabeça, a Gisele.
Fábio me disse entre dentes - Deus tem algo grande na sua vida meu irmão! -
- eu creio. De você não digo nada, jaz um pregador, vê se não troca esse dom. - foi o que respondi, como compreensão e ao proveito do ensejo um conselho.
- Nem pelas maiores glórias terrenas. - disse ele, com um enorme sorriso, parecia reluzir dentro do aeroporto a felicidade dele.
Comprei dois presentes incrível para Gisele, um era o quadro, com uma foto da praça onde ela me propôs esperar além de chegar aos dezoito anos, mais quatro meses, os quatro meses mais loucos da minha vida naquela época, mal sabia eu que iria passar dias turbulentos em quatro meses por causa dela. O segundo ? Era uma aliança de prata, fina, escrita a data em que a vi. Não tínhamos alianças porque começamos a namorar na noite do domingo, que domingo lindo, no dia em que verdadeiramente Deus se mostrou terrível e misericordioso.
Naquele dia pedi desculpas a ela, chorei muito, e ela ria tanto, que chorava, de tão chocada. - Eu sabia que você era um doce, um amor, mas não ao ponto de ser tão incrível e puro nesse amor - dizia ela vermelha, de tanto rir e sem respirar. Sua gargalhada era doce e estava a me arrebatar a cada instante. E rindo com ela só pude dizer - em duas semanas vai fazer cinco meses que completei dezoito anos. - Eu sei, e saber disso me apertava.- dizia em alta voz sem perceber e já com lágrimas nos olhos de tanto rir.
Então esperei para nos acalmar e dizer - seus pais vieram hoje para EBD?
- sim, e aliás, vamos entrar, para de chorar, aqui o tempo vai demorar passar. - respondeu secando as lágrimas que ainda restavam no meu rosto. Aquilo me assegurou o que tinha que fazer, quando completei os benditos "18 anos e 4 meses".

Naquele dia, depois da EBD, na igreja ainda, chamei os pais dela e a pedi em namoro, e olha, que quando o pai dela fez aquela cara de desentendido, e como quem fosse dizer não, quase chorei de novo, estava desidratado mesmo, mas no meu coração dizia que Deus iria amolecer o dele, caso pensasse em dizer não. Mas ele foi tão pai, sim, foi pai, agiu como um pai para comigo e me deu conselhos e disse sim... - já estava chegando em cinco meses. - disse a mãe dela olhando para todos nós, fiquei vermelho e sem geito algum para com os pais dela, rimos tanto, depois me senti tão seguro.

Lucas e a Caixa de Égide Onde histórias criam vida. Descubra agora