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[NA]

Depois de uma longa eternidade resolvi trazer outra fic aqui rsrs. Está engavetada há meses, mas acabei relendo esses dias e estou achando que vale a pena compartilhar.

Se ainda houver alguém por aqui, espero que gostem :)

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- Zona, você precisa parar de fugir. Na hora que acontecer você tem que estar pronta pra não sabotar algo que pode ser ótimo pra você.

- Eu sei disso, mas é tão difícil. Das vezes que eu tentei você sabe no que deu e isso me fez mal.

- É, mas agora as circunstâncias mudaram. Nós estamos aqui e não vamos embora. Talvez seja a hora de você se arriscar um pouco mais.

***

Arizona Robbins andava com pressa nas ruas agitadas de Londres. Esse era seu primeiro dia de trabalho e não queria se atrasar. Spoiler: ela não estava atrasada.

Andava a passos largos com seus inseparáveis fones no ouvido enquanto tinha uma das últimas conversas que teve com seu irmão Timothy vagando em sua cabeça.

A mulher de estatura baixa, olhos azuis, cabelos loiros e um sorriso abençoado com covinhas havia se mudado de Washington recentemente. Não aguentava mais ficar naquele lugar onde absolutamente tudo lembrava seu melhor amigo, seu irmão, falecido há cerca de um ano e meio.

Ela deixou seus pais e os poucos colegas que fizera ao longo dos anos de faculdade para que pudesse respirar novos ares. Era tudo sufocante demais e ela estava a ponto de entrar em depressão.

Quando começou a sentir que não tinha mais condições de continuar em Washington, com quase um ano da morte do irmão, Arizona consultou sua melhor amiga sobre vagas abertas no trabalho dela - em um dos grandes telejornais de Londres. De imediato não havia e, com o passar do tempo, a loira acabou até mesmo esquecendo da possibilidade e perdendo as esperanças.

Mas, há pouco mais de dois meses, foi chamada para uma entrevista, e não poderia ser um momento mais certeiro para aceitar participar do processo. Sabia do seu potencial e não deu outra: após mais duas rodadas de entrevistas foi chamada para a vaga. Foi como respirar depois de muito tempo embaixo d'água. Ela mal conseguia expressar seu alívio em sair dali.

Amava muito seus pais e houve um tempo em que amava viver ali, mas só ela sabia o quanto não estava bem. O processo foi o que deu sobrevida à ela depois de quase dois anos vivendo no automático.

Seus pais não poderiam ficar mais felizes por ela. Sabiam o quanto ela estava mal. Tanto quanto eles, mas que tinham mais um ao outro para se apoiar. A dor deles era a mesma. A dela ninguém entendia, por mais forte que tentassem. Sabiam o quanto ela amava seu irmão e só precisavam que ela ficasse bem, mesmo que fosse longe.

A mudança foi muito emocionante por tudo que representava naquele momento. Mas eles sabiam que era o melhor pra ela. Já conseguiam ver o quanto ela estava melhor, mesmo porque era justamente onde uma das pouquíssimas grandes amizades dela também estava.

E enquanto caminhava pelas ruas de Londres lembrando do irmão, também falava pelo telefone com seus pais, Barbara e Daniel, sobre como estava ansiosa com tudo isso.

- Vai dar tudo certo, minha filha! A gente tem muito orgulho de você - o pai disse emocionado.

- Obrigada, pai! Eu amo vocês e estou com saudades!

- Também te amamos, muito! Vamos te visitar logo logo! Manda um beijo para Kepner! - Barbara completou e Arizona sorriu.

A despedida veio logo em seguida, pois ela havia chegado ao seu mais novo local de trabalho. Era um prédio bem grande no centro da cidade, tão grande que a fez se sentir como uma formiga ali. Se agarrou à pulseira que Timothy havia lhe dado de presente no último aniversário seu em que ele esteve presente, de 25 anos, e se apresentou na recepção.

- Bom dia, sou Arizona Robbins. Sou funcionária nova da The Guardian.

- Bom dia, senhorita Robbins - o recepcionista recolheu todas as informações necessárias antes de entregar à ela um cartão temporário para passar pela roleta e depois apontou os elevadores.

Ela desceu no 13° andar e se apresentou na recepção para uma moça simpática.

- Alex e Bailey avisaram que você chegaria. Eles te aguardam na sala dela. Te acompanho até lá!

- Obrigada! - sorriu.

Conforme caminhava, a loira já sentia o nervosismo a consumir. Tudo ali era muito grandioso e estava com medo de não ser capaz. Como boa estudante que era, sabia que Miranda Bailey era gigante, uma referência na área e ter a mulher como uma de suas gestoras era uma tremenda de uma oportunidade. Mas também absolutamente assustadora.

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