Um Encanto!

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Acordo com uma mulher com a mesma roupa branca, ela esta com uma vasilha de formato diferente das que as meninas estavam e me oferece um pouco. Naquele momento percebo que comidas tem muitas formas, cores, gostos e aparências. Ela retira os panos que me cobriam e me ajuda a vestir uma roupa que se encaixa certinho em meu corpo, ela segura minhas mãos e me pede para tentar ficar em pé que nem ela.

Colocando as forcas em minhas pernas, parece fácil demais ficar em pé, ate me arrisquei a dar uns passos e me locomover de um canto para o outro do quarto. Estou me saindo bem até demais, vejo a mulher anotar tudo o que faço em um bloco branco, parece que ela percebe que estou a observando porem não se importa muito com isso.

- Existe algo que você queira fazer? - Ela me pergunta.

- Quero ir ficar com as minhas irmãs - Minha resposta é direta, quero minha família.

- No momento não posso te deixar ir, preciso ter certeza que você esta bem para voltar para sua família. - Ela diz negando meu desejo.

Lembrei que o céu a noite é muito bonito, porem o médico não me deixam ficar acordado ate muito tarde então só consegui vê-lo uma vez.

- Poderia me deixar ver o céu a noite? 

- Você gosta das estrelas? - ela pergunta.

- O que são estrelas? - pergunto sem entender.

- Estrelas são corpos celestes, mais resumidamente são aquelas luzes que só ficam visíveis a noite, e aparentam estar piscando.

Lembrei de quando acordei pela primeira vez, que vi um lugar escuro e vários pontos piscando, aquilo são estrelas então e são elas que eu quero ver.

- Entendi, são elas que eu quero ver - Digo.

Você deu sorte, eu vou precisar ir em casa mas vou trazer algo que vai te deixar ver as estrelas bem de perto.

Então ela sai e eu fico de novo sozinho dentro daquele quarto, começo a pensar em tudo o que havia aprendido, mas existe algo que não sai do meu pensamento. A frase daquele homem, sobre ser bom e não fazer o mal a ninguém. Afinal que mal seria esse? Existem mais coisas boas ou coisas más? 

São coisas que ainda não tive oportunidade de aprender, mas tenho vontade, fecho os olhos um pouco e tento descansar quando sinto algo tocando minha mão. Quando abro os olhos é aquele homem que desapareceu e que minhas irmãs falaram que não tinha entrado no quarto.

- Você tem ainda mais perguntas correto? - diz ele.

- Como você desapareceu aquele dia? - Pergunto.

- Eu não desapareci, eu sempre estive aqui - ele diz

- Mas eu não te vi 

- Não e necessário ver para existir, eu sempre estive aqui muito antes de você desistir da vida, eu sempre estive te olhando - ele fala apontando para o meu peito.

- Qual é o seu nome? - Pergunto.

- Eu tenho muitos nomes, diferente de você, mas pode me chamar de Jesus - Ele disse.

- É um nome bonito - digo

- Foi meu pai que me deu, ele também é seu pai - ele disse.

- Meu pai? - Pergunto porque desconheço a palavra.

- Sim, ele criou tudo e todos - Ele me explica.

Puxando algo de seu bolso, ele tem uma pequena luz em sua mão e coloca sobre meu peito, a luz entra em meu corpo e logo desaparece.

The boy who was to blameOnde histórias criam vida. Descubra agora