Epifania

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Olhando para o céu, percebo que todas as meninas deitaram na grama ao meu redor com um silencio ensurdecedor, olhando atentamente para as nuvens percebo pela primeira vez que elas se movem e não simplesmente desaparecem como eu imaginava. Alias me peguei imaginando muitas coisas, acho que isso é normal para o ser humano, inclusive tenho quase certeza que agora estou imaginando também.

Depois de alguns minutos o silencio e quebrado pela pequena Isa gritando.

- Boletaaa! - Grita ela e todos correm ao destino dela.

- Nathan corre aqui, só não caia de novo - Fala Anne.

Chegando perto, percebo que no ar, tem um pequeno ser, com algo que aparenta ser o que chamam de asas, já havia aprendido com Anne sobre pássaros voarem e ter asas porem esse ser é diferente do que ela havia me mostrado nas fotos.

- Isso se chama borboleta, um pequeno inseto - Diz Annie pegando meu dedo e estendendo no ar.

A borboleta se aproxima lentamente e pousa em minha mão, sinto um certo desconforto que me da vontade de sorrir, queria balançar as mãos pois era agoniante. Ela não ficou por muito tempo e rapidamente voou se distanciando a ponto de sair do meu campo de visão.

- Vamos embora - Diz Cris.

Era estranho chamar elas pelo nome, sinto que talvez as esteja incomodando porem e mais desconfortável para mim usar adjetivos. Ellie me disse que terei que aprender a ler e escrever novamente, me explicando a diferença de cada um, não me parece ser tão difícil já que todos fazem isso com tanta naturalidade.

Voltamos para o carro, Annie se encarregou das musicas, Fran com a magica dos botões e eu quase não piscava me recusando a perder um pouco da linda paisagem que estava vendo. Depois de alguns minutos dentro do carro chegamos no que elas chamaram de casa, era grande e com cores bem vivas. Entrei e Isa instantaneamente pegou minha mão e me guiou ate um local, tinha uma cama um pouco maior que a do hospital, cobertas diferentes e alguns desenhos nas paredes. 

- Seu quarto Tata - Disse Isa.

Me puxando para outro cômodo da casa ela fez um tour completo me mostrando cada local inclusive o castelo rosa cheio de bolinhas também na cor rosa na qual ela se orgulhava em ter, ela me puxou para baixo e pediu para falar algo no meu ouvido.

- Eu sei onde tem doce, você quer? - Sussurrou ela.

- Quero - Sussurrei de volta no ouvido dela.

Ela saiu correndo e logo voltou com uma caixinha, me puxou para dentro do castelo no qual não era nada confortável de se sentar, abrindo a caixinha revelou vários doces que eu não havia provado, pegando um doce em cada mão ela disse.

- Esse é seu e esse é meu - Me dando um e pegando outro.

Pegando o doce eu logo o mordi para ver o gosto mas não senti gosto algum, achei estranho o fato de um doce não ser doce.

- Você tem que tirar Tata, assim ó - Disse ela desenrolando o doce do seu pacote.

Tento imitar ela mas uso muita forca e o doce voa e cai no chão, ela pega rapidamente e assopra, acho que é para tentar limpar o doce.

- Abre a boca Tata - Ela fala olhando seria para mim.

Abrindo minha boca ela pega uma barrinha inteira de doce e enfia de uma vez, mas quando sinto o doce na minha boca, sinto uma sensação indescritível. Era como se eu houvesse descoberto o melhor sabor que provei em toda minha vida, era crocante, tinha vários sons quando era mordido e quando eu engolia sentia uma satisfação inimaginável.

- HAHAHHAHAH - Ela grita bem alto me assustando.

Ela sai correndo e volta com algo na mão, um celular, ela abre e com seus pequenos dedos escolhe algo e me entrega, logo quando seguro consigo ver alguém.

The boy who was to blameOnde histórias criam vida. Descubra agora