Curiosidade

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Minha vida mudou tanto essa semana, de uma cama de um quarto de hospital vazia ate um quarto gigante, de comida sem sal e vários remédios ao longo do dia até desmaiar de efeitos colaterais. Decidi que comer doces escondido com a Isa era minha coisa favorita a se fazer no meu dia, fingir ser uma princesa e deixar ela me maquiar eram coisas divertidas a se fazer porem era trabalhoso esfregar o rosto para tirar maquiagem.

Eram aproximadamente 17:13 da tarde de um domingo, aprender horas e dias foi minha prioridade para me manter ciente dos afazeres do dia. Devido ao problema recente eu não poderia voltar a trabalhar tão cedo, mas provavelmente essa deveria ser uma meta minha já que tudo dentro dessa sociedade capitalista necessita de capital.  Além disso tenho usado N. para estudar bastante, ele não se nega a ensinar e coopera bastante porem ele não tem aparecido muito em minha mente esses últimos dois dias.

Minha mãe entra no meu quarto, estava estudando sobre algumas letras e como junta-las construía uma palavra, eles devem achar que é impossível eu aprender a ler e escrever tão rapidamente afinal ainda não estou tendo aulas. Por outro lado podem desconfiar que minha memoria pode estar voltando e eu não posso imaginar que tipo de problemas isso poderia me causar já que eu não tenho nenhuma dica nova de como o Nathan antigo era.

- Pare de pensar e foque em estudar, você não pode falhar agora então deve se concentrar!

- Sim senhor, mais alguma ordem? 

- Aprendeu a ser irônico? Hahaha adorei.

- Então tem tempo para aprender a ser irônico e não sabe ler ainda?

- Quer mesmo ser um fracasso?

- Você vive me dando ordens desde que chegou mas eu estou no controle aqui.

O silencio perdurou por alguns minutos até minha mãe enfim falar uma palavra, já havia esquecido de que ela estava me observando e finalmente aprendi a conversar com N sem fazer expressões faciais exageradas, não quero que percebam nada que pode me prejudicar.

- Seu pai biológico esta lá fora, ele quer falar com você e ameaçou chamar a policia se eu não permitisse - Disse minha mãe limpando as lagrimas.

Tenho me acostumado a chamar ela de mãe, percebi que isso alegra bastante ela e não me custa muito, parando para pensar eu sei muito pouco sobre o pai biológico do antigo Nathan. O pouco que me foi falado não era o suficiente para formar uma opinião concreta sobre ele, vou em direção a porta do quarto e respiro fundo, caminhando lentamente eu me preparava para conhecer alguém que aparentemente me conhecia.

- Não confie nele

Essa foi a única frase dita por N, mas me fez repensar que N poderia saber muito mais do que eu imaginava. Decidi confiar nele e chegando a porta encosto usando o ombro e cruzando os braços, ele estava em pé frente a um veiculo diferente, só tinha dois aros e era bastante diferente de um carro já que não tem vidros ou musica. 

- Oi meu filho, que saudades eu estava de você - Diz ele com um sorriso, estendendo os braços em forma de abraço. 

- Hipócrita de merda

Consigo sentir o ódio de N, estamos ligados de alguma forma e eu futuramente pretendo descobrir isso, depois de alguns minutos ele finalmente abaixa os braços e desiste de tentar me aproximar dando um abraço. Ele estende uma espécie de chapéu redondo, com um vidro na frente, me fazendo aproximar e segurar ele sobe encima de seu veiculo.

The boy who was to blameOnde histórias criam vida. Descubra agora