Um Recomeço!

25 2 4
                                    


Acordei deitado em uma cama, não consigo me lembrar de nada, quem eu sou ou como vim parar aqui, uma mulher de cabelos pretos e com algumas linhas de expressão que ficavam evidentes em seu rosto, seus olhos tinham uma cor mais escura que aparentava estar cansados e por isso ela estava dormindo ao meu lado. Segurando minha mão direita e na outra mão eu estava com vários furos e alguns aparelhos que faziam um barulho muito irritante.

Eu conseguia ver uma janela do local onde eu estava deitado, ali eu vi um lugar escuro com vários pontos brilhantes, quanto mais eu olhava para eles, mais eu tinha duvidas sobre o seu tamanho e sobre as coisas lindas que existiam. Eu queria sair dali e ir andar, eu queria fazer uma parte do meu corpo parar de doer e coloquei uma das mãos sobre ela e não parava de fazer barulhos ate que um homem entra no lugar onde eu estava.

-Nathan! - Diz um homem com um jaleco branco.

- Como está se sentindo?!

Ele olhava para mim enquanto falava, então será que North era como me chamavam?!.

- Estou me sentindo bem, mas não consigo me lembrar de nada, está tudo muito confuso para mim afinal não sei nem como estou falando, ou até quem eu sou.

Ele me explica que durante uma das vezes que eu acordei, acabei convulsionando e recebendo uma sobrecarga mental, essa sobrecarga resultou na perda de memória e que eu havia recebido uma nova chance para viver. A mulher que estava deitada na poltrona acorda com nossa conversa e se aproxima de mim, pegando na minha mão meu corpo reage e eu me defendo me encolhendo.

Percebo as lagrimas caindo de seu rosto e o médico a chamando para conversar do lado de fora do quarto, aquela parte do corpo ainda está borbulhando e doendo. Uma menina entra no quarto, ela tira de uma mochila um pacote colorido e abre ele, então tira uma espécie de massa em um tom bem escuro, não tenho certeza do que é para fazer, mas vejo ela pegando um pedaço e levando a boca, então a imito, vejo a boca dela mexendo e em um breve momento vejo seus dentes prensando aquilo e depois percebo que ela engole.

- Esse era o seu biscoito favorito, aqui pegue.

Ela estende a mão com um sorriso, com aquilo que ela chamava de biscoito em sua palma eu aceito e pego colocando-o na boca rapidamente antes que ela mude de ideia e decida tomar. Vejo ela rir alto e então começo sentir a sensação de explosão dentro da minha boca, aquilo era indescritivelmente bom na medida perfeita.

- Meu nome e Anne, eu era sua irmã, mas acho que você não deve se lembrar de mim, a gente costumava brigar bastante, mas nos defendíamos como ninguém.

- Você me ensinou tudo o que eu sei Nathan, então vou devolver o que fez por mim e te ensinar novamente tudo.

O brilho de seus olhos me fez ter certeza de que ela era alguém que podia confiar, logo após terminarmos de comer o pacote de biscoito o médico entrou com a mulher que estava deitada na poltrona e ela se aproximou lentamente de mim.

- Oi Nathan, meu nome é Cris e eu sou sua mãe, eu te carreguei por 9 meses em minha barriga e sempre estarei com você.

Não sei se consigo assimilar tanta informação, mas quero poder sair daquele quarto logo, quero andar e conversar com pessoas novas e aprender sobre novas comidas com gostos diferentes do biscoito que provei, quero descobrir antes o que me fez parar naquele lugar e porque não lembro delas mesmo elas lembrando de mim.

- Aqui Nathan, esse era seu doce favorito.

Ela tira uma vasilha com algo com furo no meio, uma calda pegajosa que parecia estar ruim e eu não tenho certeza de que aquilo estava bom para comer, quando peguei uma pequena parte e coloquei na boca era como se estivesse beijando as próprias nuvens. Não era igual aos biscoitos, era totalmente diferente, mas ainda tinham um sabor em comum, a viscosidade e sabor escondidos que grudavam no seu da boca causavam uma sensação de felicidade incompreensível.

The boy who was to blameOnde histórias criam vida. Descubra agora