Capítulo III

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  No outro dia, Pietro estava pensativo sobre a situação, enquanto Liz tentava organizar um plano para resgatar o Pietro de seu universo. Estavam em silêncio, mas de vez em quando trocavam olhares que demonstravam que ambos estavam preocupados.

- Certo - disse Liz, segurando o aparelho que roubara do agente -, esse aparelho está funcionando perfeitamente. Então, o plano é o seguinte, eu vou até o meu universo, resgato o meu Pietro, trago ele para cá e daqui decidimos o que a resistência vai fazer a seguir. Se eu não voltar em três dias, você destrói qualquer evidência que ligue você a mim ou ao meu universo, eles não vão te achar se não tiverem provas de que você estava comigo.

- Liz, sem chance.

- O quê?

- Você não pode fazer nada disso sozinha, eu vou com você até o seu universo e a gente faz esse resgate juntos.

- Pietro, que ideia é essa? Meu mundo é extremamente perigoso, não é seguro pra você ir lá!

- Eu sei, também sei que eu sou meio inútil numa briga e que você me protegeria melhor do que eu te protegeria, mas eu nunca vou me perdoar se eu te deixar ir sozinha.

- Pietro...

- Liz, por favor, deixa eu ir com você.

- Pietro, eu não acho que...

- Por favor, Liz!

Liz suspioru.

- Você tem certeza que realmente quer ir lá?

- Eu preciso.

- Tá bom, você vem comigo, mas esse aparelho vai ficar com você o tempo todo. A qualquer sinal de perigo você volta pra esse universo, entendeu?

- Entendi.

Começaram a arrumar tudo que levariam para o outro universo, Pietro cuidava dos equipamentos e Liz cuidava das armas. Entre os equipamentos de Liz, haviam dispositivos que se pareciam com tecnologias existentes no universo de Pietro e alguns outros que ele não conseguia reconhecer. Enquanto arrumava os equipamentos, olhou para Liz, a garota parecia nervosa, guardava algumas facas e encarava uma escopeta que estava em cima da mesa. Pietro se aproximou dela.

- Haverão mais mortes, não é?

Ela olhou para ele.

- Eu também gostaria que as coisas fossem diferentes, mas esse é o único jeito.

- Queria que existisse algo que eu pudesse fazer por você.

- Você já tá fazendo. - ela sorriu.

Quando finalmente estava tudo pronto, Liz pegou o aparelho, foi até Pietro e colocou uma mão sobre o ombro dele.

- Bom, talvez a sensação seja um pouco estranha pra você, mas tente se divertir.

- Com certeza. Isso provavelmente vai ser a única coisa minimamente divertida nessa viagem.

- Ainda dá pra você desistir.

- Não, eu preciso fazer isso.

- Certo. Bon voyage!

Liz apertou um botão no centro do aparelho. Pietro pode observar um ponto de luz no aparelho, que foi se expandindo em uma forma contorcida e instável. Observou também, através de uma camada transparente o galpão em que estavam refletido como um espelho, mas parecia ser diferente. Um clarão fez com que Pietro fechasse os olhos, quando abriu parecia que estava no mesmo lugar, olhou para o aparelho e viu o ponto de luz novamente, dessa vez ele foi diminuindo até se apagar. Olhou em volta e percebeu que o galpão estava diferente, estava um pouco destruído e vazio.

A Infrutuosa Busca pelo HorizonteOnde histórias criam vida. Descubra agora