Supernova

Capítulo 3

Eu peguei no sono, eu disse que não iria, mas eu peguei e quando eu acordei não só os meus órgãos estavam intactos, como Sunmin estava com a cabeça encostada na minha nossos rostos a centímetros um do outro e ele parecia tão pacifico que meus dedos coçaram para tocar o seu rosto.

Mas ele se mexeu se afastando e esse foi o momento que eu precisava para sair correndo do carro, antes que o meu coração fosse envolvido em algo que eu não tivesse controle.

Espreitei-me até o meu quarto onde Sana roncava alto alheia a todo e qualquer problema desse mundo, peguei roupas novas que apagassem o cheiro dele de mim, mas quando eu tirei o casaco foi que percebi o motivo do cheiro estar tão forte em mim.

Em que momento eu peguei o casaco dele? E por que ele tinha que cheirar tão bem?

Mas eu não tinha tempo para ele, eu não tinha tempo para viver todo esse drama de histórias românticas, eu nunca daria o meu coração para alguém que tivesse como machucá-lo de uma forma que não tivesse volta, eu não gostava de drama e estar naquilo com certeza daria muito drama.

Mas o fato que cada lugar que eu passo nessa Coréia tem o rosto dele estampado em várias propagandas, com o seu sorriso, que mesmo não sendo o verdadeiro é bonito, isso dificulta a minha tarefa de não pensar nele.

O fato do nosso professor de história da Coréia ter passado um trabalho sobre os maiores problemas já enfrentados pela Coréia, ajuda muito a me distrair, eu não preciso ficar pensando em como os olhos dele são bonitos ou como o sorriso dele ilumina as coisas dentro de mim de um jeito que me deixa totalmente sem jeito.

A forma que ele me contou tudo sobre o seu trabalho e as suas partes favoritas, como ele gosta de cantar e dançar, que isso faz ele se sentir livre, a sua voz suave e baixa sendo como um sussurro que acariciava a minha pele enquanto Senhor Cha dirigia pela cidade.

Fecho o livro na mesma hora que percebo que isso não está dando certo,sapateio e balanço a cabeça tentando tirar ele da minha cabeça mas parecendo mais uma criança fazendo birra.

Meu celular vibra em cima da mesa e eu vejo um número o qual eu não gravei, pego o celular mais rápido que posso.

" Você devia ter me dado ao menos tchau, antes de ir embora eu ficaria feliz de acordar e ver os seus belos olhos"

Reviro os olhos mas tem um sorriso bobo nos meus lábios antes que eu perceba, quando vou digitar, eu paro e bloqueio o celular negando com a cabeça.

" Você sempre ignora seu futuro marido dessa forma?"

Solto o ar pela boca ao ler a última mensagem pelo visor.

- Marido é uma ova - digo para mim mesma e volto a abrir o livro, tentando ignorar para ver se ele para, mas então uma sombra aparece sobre mim e quando olho para cima vejo, Sunho um jovem que faz as mesmas aulas comigo, ele é extremamente simpático, nós sempre conversamos um pouco quando nos encontramos na cafeteria, o que é muito comum, por isso sorrir para ele é fácil - Sunho como vai?

- Vivendo a base de cafeína e você? - ele fala apontando com o café em sua mão para o livro e as milhares de anotações espalhadas pela minha mesa - Problemas com o tema?

- Um pouco, esse trabalho é muito importante então estou tentando escolher um tema que seja incrível - digo e olho para a bagunça da minha mesa, sorrio para ele - Acho que não estou indo muito bem nisso.

- Relaxa todo mundo tá perdido, é simplesmente o pior trabalho possível - meu celular começa a vibrar sem para em cima da mesa, Sunho olha para ele e depois para mim - Mas ouvi dizer que o melhor trabalho poderá ser apresentado em uma emissora de verdade, pode imaginar coisa melhor do que isso?