Capítulo 17

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Nós estávamos trabalhando como escravos, desde que Sunmin tinha se matado... quer dizer, desde que ele tinha morrido, nós temos trabalhado incansavelmente para suprir a sua ausência, para cuidar dos nossos fãs e daqueles que ouvem nossas músicas, isso me faz rir todas as vezes que eu penso nisso, porque é irônico, como podemos cuidar dos outros se nós estamos quebrados por dentro.

Eu estaria completamente quebrado,destruído por dentro, pelo cansaço e a falta do meu melhor amigo, se não fosse por ela, por ver ela todos os dias, pelo seu sorriso, pela sua voz, pelos bebês, eu estaria perdido se não fosse por ela, quando eu olho para ela eu vejo a esperança que eu preciso para continuar, para trabalhar, para viver.

Voltar para casa significa voltar para a pequena família que eu e os membros criamos com Soyoong, Senhor e senhora Cha, e com ela, o meu apoio e a minha força, quem compartilha e entende a minha dor.

Por isso que mesmo cansado, exausto, eu não reclamo quando chego em casa às 3:00 da manhã, depois de uma gravação noturna, é um milagre não encontrar Jungkook jogando video game, fazendo live ou apenas existindo em casa de madrugada, a casa está completamente silenciosa e escura, tão escura que chega a assustar, uma única luz vem da direção da cozinha.

Coloco a minha bolsa em cima do sofá e me sento nele, tirando a minha máscara e encostando a minha cabeça olhando para o teto enquanto encaro o teto branco e sem vida, todo o meu corpo relaxa me fazendo querer dormir ali mesmo.

Eu me sinto tão sem forças, tão vazio.

Escuto um barulho como um gemido de dor, abro os meus olhos e viro minha cabeça para a direção que o barulho veio,o barulho parece ter vindo da cozinha de também vem a única luz da casa.

Me levanto tirando o meu casaco e jogando a minha chave em cima da mesa de centro da sala e caminho dobrando as mangas da minha camisa, pronto para encontrar um Jungkook muito bêbado, provavelmente passando mal, essa não seria a primeira vez nos últimos meses.

Me preparo para ter que levantar ele do chão da cozinha e o arrastar para o banho, mas assim que entro eu não vejo nada, não de primeiro momento dou alguns passos e então eu olho para a geladeira vendo a porta aberta, do lado dela Lily está sentada de olhos fechados e respirando forte com a mão na barriga redonda, apenas de pijama.

Meus olhos se arregalam em alarme para aquela cena, corro até onde seu corpo se encontra.

- Aconteceu alguma coisa?! Você está passando mal ? Devo chamar uma ambulância? O Jungkook devia estar cuidando de você, onde está o Jungkook? - falo me abaixando e colocando a mão sobre a dela em sua barriga e a outra eu faço que chacoalhe levemente seu ombro - Jung....

Antes que eu termine de gritar, Lily coloca seus pequenos dedos em frente a minha boca e abre lentamente seus olhos castanhos , que olham nos meus com uma expressão nada feliz porém mesmo assim delicada.

- Você é muito barulhento, sabia? - ela fala baixinho e os meus olhos descem para seus lábios pequenos porém cheios pois ela faz um biquinho irritada, mas voltam rapidamente para seus olhos- Eu só estava cochilando no meio do meu lanche, não precisa acordar a criança.

Ela se refere a Jungkook como se ele fosse uma criança que precisasse de cuidados e não o adulto que precisava estar de olho nela.

- Você estava gemendo de dor - falo enquanto ela tira seus dedos dos meus lábios, percebo o suor na sua cabeça, tento limpa-lo com a mão que ela não segura no seu ventre - Qual é o problema ?

- Eles está atravessados e resolveram que é uma boa hora de brincar de fazer um show de kpop dentro da mamãe - ela fala ofegante colocando a minha mão por baixo da sua, sinto os gêmeos chutando sem parar - Algum dos dois está pressionando os meus pulmões e eu também estou com muito dor na minha lombar, sem falar que comi metade de uma torta de frango.

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