Capítulo 20

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Os gêmeos não param de chorar, eles não param de chorar nem por um segundo, mas eles choram principalmente a noite, eu não tenho dormido, não a noite quando o meu corpo precisa, quando um deles chora o outro automaticamente se junta na sinfonia de lágrimas.

Minhas costas doem enquanto me levanto e pego Sunny que chora sem parar no ninho do lado da cama, assim que Sunmin a escuta ele também começa a chorar e enquanto abro a minha camisa e abaixo o meu sutiã, colocando o mamilo machucado na boca dela, seguro as minhas lágrimas, enquanto vejo ela sugando o leite desesperada.

Sunmin não para de chorar e enquanto eu sinto as minhas costas arderem, as lágrimas caem pelo meu rosto sem parar, mas eu fico em silêncio porque o choro deles é alto o suficiente, ninguém precisa ouvir o meu, afinal, já são 3 da manhã.

A porta é aberta, por um Taehyung desajeitado com a camisa abotoada errada, cabelos desarrumados e tropeçando no ar, na sua mão uma mamadeira com o leite que havia tirado mais cedo, ele, como sempre nos últimos dias, caminha desajeitado até o outro ninho, delicadamente ele pega Sunmin no colo o balançando de um lado para o outro, enquanto coloca a mamadeira nos lábios do bebê, ele balança Sunmin enquanto canta baixinho uma das músicas do grupo.

Meus olhos embaçam ainda mais, pois ele sorri para o meu bebê, mesmo quando eu não consigo sorrir, ele sorri.

Taehyung levanta os olhos em minha direção, seus olhos sonolentos de quem também não tem dormido, todas as noites, quando eles começam a chorar, Taehyung entra em cena e ele fica do meu lado até o sol atravessar a janela, até que alguém chegue para nos ajudar, até que eu não esteja mais sozinha.

Ele olha no fundo dos meus olhos e eu sei, eu sei que ele sabe exatamente o que eu estou pensando, o que eu estou sentindo, é como se ele estivesse dentro da minha mente, dentro da minha alma.

Então ele sobe na cama, mas não se senta ao meu lado, não, ele se senta atrás de mim, encostando as suas costas com delicadeza contra as minhas, me dando o apoio e o alívio que eu preciso, solto um longo suspiro de alivio, alivio por saber que alguém está do meu lado, que alguém segura meu coração quando eu não consigo pensar em mim.

Assim que nós colocamos os bebês adormecidos nos seus ninhos, eu os olho, sabendo que talvez eles acordem daqui dez minutos, cinco, dois, a qualquer segundo, sabendo que eles não vão parar quando começarem.

Tapo a minha boca sufocando as minhas lágrimas, Taehyung me puxa para os seus braços, me abraçando enquanto beija a minha cabeça, aperto a camisa do seu pijama, sentindo perder a minha guerra contra as lágrimas, ele continua me apertando ainda mais forte.

Os bebês acordam 20 minutos depois, não foi a última vez, mas dessa vez eu me senti melhor, porque Taehyung não saiu do meu lado.

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Acordo com a porta sendo aberta de supetão e o som inconfundível dos saltos de Sooyong, porque ela era a única que não tirava os sapatos para entrar em casa e também era a única que usava saltos para cuidar dos gêmeos, abro os meus olhos ouvindo o seu suspiro surpresa, levanto a minha cabeça para olhar para ela, já que o resto do meu corpo parece impedido de se mexer e vejo quando Tak-su bate em suas costas.

- Volta, volta, volta - ela fala baixinho empurrando Tak-su rapidamente, que muito provavelmente caiu assim que ela voltou a fechar a porta pelo barulho alto de um corpo caindo no chão.


Volto a deitar a minha cabeça ainda cansada da noite passada e encontro o motivo de meu corpo não conseguir se mexer, Taehyung, seus braços estão em volta do meu corpo em um abraço apertado e o seu rosto está a centímetros do meu, não a espaço nos separando, consigo enxergar cada pequeno detalhe de seu rosto, cada pequena cicatriz, cada pequeno detalhe que o torna humano e ao mesmo tempo perfeito demais para ser real, prendo a respiração olhando para ele não querendo acordá-lo, me perguntando como paramos nessa situação, mas então eu me lembro.

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