S. | 24

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Sandman é egoísta. Orgulhoso. Ele não gosta de ser contrariado.
Afinal, que ser cujo possui um plano em tuas mãos e o controle dos sonhos não se tornaria arrogante? Pensador de que é perfeito?

Era claro que ele tornaria-se nisso. Um ser egoísta, orgulhoso e ignorante. Ele não admitiria que errou.

Se algo deu errado, foi porque outras pessoas causaram o erro, não ele.

Fazia um bom tempo desde o acontecido em nevermore, talvez, 1 mês na contagem humana.

1 mês desde que o lado dos pesadelos no plano dos sonhos tornou-se ainda pior. Foi quando o pesadelo sentiu na pele o que seus atos causavam na pessoa, que surgiu as paralisias do sono.

Pesadelo estava raivoso. Ele estava irritado. Angustiado. Amargurado. Imparavel.

E até mesmo sonho estava sentindo efeito disso.

Com a aura tão escura e imperdoável de pesadelo, a flora do plano começou a desaparecer; morrer. Nem mesmo as plantas adeptas a viver no mundo sombrio, resistiram a fúria de pesadelo.
Ambas as partes precisavam estar em equilíbrio, mas, não era assim que se encontravam.

Pesadelo não saía de seu pequeno castelo, cujo era fechado com muralhas de espinhos.
Sandman sentia na pele o que havia causado. Além dos choros incessantes de Enid quase todas as noites, também precisava lidar com o descontrole em massa dos sonhos ruins que pessoas vinham tendo.

Desde quando uma criação tornou-se mais forte que seu próprio criador? Nem mesmo Morpheus possuía mais controle do que estava acontecendo.

Pela primeira vez e de forma forçada, Sandman sentiu remorso, sentiu pena, sentiu que errou! Errou sozinho.

Se Wednesday desceu a terra, foi por sua culpa.
Se Rowan descobriu quem ela era, foi por sua culpa.
Se Rowan perdeu o controle, foi por sua culpa.

Sua e internamente sua.

Todos os acontecimentos acarretaram após sua decisão de castigar Wednesday como forma de se redimir. Sentir-se mais poderoso.

Oras, ele não achou mesmo que Enid a amaria. Sandman é tão ignorante que toda sua mágoa pelo roubo tomou conta de seu senso, pensando ser uma boa ideia fazer Wednesday sofrer a desilusão na terra.

Ora, como ele estava errado. Imensamente errado. Ele admitia.

Admitia que errou.

Errou sozinho.

Ele sentia falta das frases afiadas que pesadelo soltava. Sentia falta da presença da garota.

Bem, era claro que ele a considerava. Ele a criou. Ele a colocou no mundo. Era óbvio que uma mínima consideração cresceria em si.

Mesmo quando o ser estava na terra, ele supriu sua falta. Ele a observava.
Enquanto a garota estava presa no calabouço, ele a visitava.

Sandman só era orgulhoso demais para admitir, assim como um pai que briga com o filho e não sabe pedir desculpas, então, fica o sondando para saber se está tudo bem.

Ele não era um exemplo de pai, ele era apenas um criador, afinal.

"Sonho?" Morpheus gritou no portão de madeira entre a muralha de espinhos. "Eu sei que podes me ouvir. Desça aqui!"

Nada.

"Wendy... Wednesday!" O ser tentou mais uma vez. "Vamos eu... eu preciso conversar com você!" Pela primeira vez, o ser não vestia sua postura impassível. Ele não estava com o ar ignorante e inabalável.

SANDMAN, wenclair.Onde histórias criam vida. Descubra agora