*Danielle's pov*Mais uma noite inteira a trabalhar, cada noite me apetece fugir e deixar isto tudo, mas infelizmente não posso.
Bem, é melhor apresentar-me...hum, o meu nome é Danielle Clifford, tenho 17 anos, sou alta, magra, tenho o cabelo mais ao menos ao meio das costas roxo, sobre a minha vida...digamos que é complicado, eu sempre vivi com os meus pais, mas neste momento só vivo com o meu pai e uns 'colegas' dele...eu já sofri muito, não por amor, mas por outras razões...
Trabalho num bar em Miami, a servir, não sou nenhuma prostituta nem nada do género. Odeio o meu trabalho...mas isto tudo é a minha vida, a única coisa que me permitem fazer.
(....)
Acabo de me arranjar no velho quarto que tenho, ponho um pouco de batão vermelho e ajeito a minha farda bastante curta e horrível e estou pronta.
Bato á porta do meu quarto duas vezes, oiço-a a ser destrancada e deparo-me com o John, o meu pai.
A esta hora ele normalmente já estava ai num canto com alguma puta.
"Anda!" disse e puxando-me para fora do quarto.
Fui praticamente arrastada por aquele corredor velho, finalmente ele para na entrada.
" Hoje vais com o George." disse referindo-se a um dos seus colegas.
"Ok." disse secamente e este fez me um olhar ameaçador.
"Sorri!" ordenou e eu assim fiz.
Sorri fracamente e este deu um suspiro satisfeito, algum tempo depois apareceu o George.
"Bem, vamos princesa?" perguntou piscando-me o olho.
Olhei para ele com ar de nojo e este elevou a sua mão á minha cara para me bater mas o John, tambem chamado de pai, segurou a sua mão ainda a tempo.
"Calma" disse largando a mão dele.
"Nós vamos indo!" disse George abrindo a porta, que fez um som irritante por toda a casa devido á ferugem que já tinha.
Ele deu-me espaço para sair primeiro e assim fiz, sai daquele velho apartamento acompanhada daquele homem.
Ele apontou para um dos carros no sentido que eu percebe-se que era o dele e entrei.
O caminho estava a ser calmo, demais até, ele tentou ligar a radio mas nem este funcionava.
"Hoje á noite quero que faças tudo direitinho, ouviste?"
"Sim" disse friamente enquanto encarava a estrada através da minha janela.
" Sorrir querida, sorrir!" disse com um tom cínico.
Olhei para este e sorri, ele sorriu satisfeito, tal como John.
"Sobre aquilo em casa, tiveste sorte querida, muita sorte!" disse passando os seus dedos levemente pelo meu braço causando-me arrepios.
"Chegamos" avisei assim que ele parou no estacionamento do bar em que eu trabalho.
Tinha esperança que este parasse, mas não, ele continuou passando os dedos pelo meu braço, foi descendo pela minha barriga chegando á minha coxa, praticamente toda descoberta, começou a passar a mão mas eu impedi-o, sabia que poderia haver consequencias, mas não me intressava agora. Este olhou-me surpreso e saiu do carro fechando a porta bruscamente.
"Sai" ouvi-o e assim fiz, arrepiei-me com a diferença de temperaturas e este amarrou-me pelo pulso." Anda"
Fiz o que este mandou e caminhei para o interior do bar, tinha muita gente, fui levada para uma sala.
"Ás cinco e meia quero-te em casa! Tens aqui dinheiro para o taxi." disse entregando-me uma nota e saindo.
Surpreendi-me com a sua ação, ele nunca me deixara andar sozinha, principalmente á noite. Olhei para um relógio que se encontrava naquela sala e era agora onze da noite.
Eu só tinha uma amiga que tambem trabalhava aqui, ela tinha a mesma idade que eu, chamava-se Amber, apesar de ela não saber o meu passado é a única em que eu sinto que posso confiar.
"Pronta?" ouvi alguém perguntar do outro lado da porta.
"Sim, já vou!" disse tentando parecer minimamente feliz.
Ajeitei a roupa e sai, Ethan estava á minha espera, seguiu até á sua sala.
Ethan Irwin era o meu patrão, ele não era como os com quem eu vivo, era simpático e preocupado, ele era casado e pelo que dizem tem um filho mais velho que eu dois anos.
"Hoje não te importas ficar a servir no andar de baixo?" perguntou sorrindo.
"Ah não." disse dando um sorisso fraco.
"Se precisares de algo é so chamar."
"Ok."
Eu odeava o andar de baixo, era um salão de jogos, aonde praticamente só havia velhos que estavam sempre a beber e a tentar levar-te para a cama.
Desci as enormes escadas que me levavam lá e como uma sexta feira habitual estava cheio de gente e o cheiro a alcool já era bastante.
(....)
"Bem, vamos?" disse a Amber acabando de trocar de roupa.
"Vamos." disse dando um leve sorriso.
Caminhamos para o exterior do bar aonde chovia torrêncialmente, ela dirigiu-se ao seu carro e eu simplesmente fiquei ali.
"Queres boleia?" gritou devido a distância a que nos encontravamos.
"Não é preciso, obrigada!" não queria que ela soubesse aonde eu vivo, ela poderia começar a desconfiar.
A Amber foi embora e eu sentei-me na berma da estrada, alguns minutos depois alguem aparece á minha frente.
"Queres que te leve a casa?" perguntou Ethan estendendo a sua mão para eu me levantar.
"Não deixa estar." disse encarando o chão.
"Anda." disse indo para o seu carro.
Uns quinze minutos depois já estava em casa, fechada no meu velho quarto como habitual.
Peguei numa pequena foto que eu tinha minha e do meu irmão quando eramos pequenos, tenho tantas saudades dele, ele e que me defendia de todos, mas agora, não á nada a fazer, ele deve estar noutro pais provavelmente com a mãe e finalmente a serem felizes.
Dei por mim a chorar devido a todas as recordações, guardei a foto no seu devido lugar e deitei-me.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Nights -> AI {PARADA}
De TodoDanielle, raptada pelo seu próprio pai e obrigada a trabalhar no bar "Nights", nunca pensou que a sua triste rotina pudesse mudar. Numa noite de trabalho conhece Ashton, e o que ela não sabia é que ele poderia ser a sua salvação.