Chapter 2

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*Danielle's pov*

Acordo com alguns raios de sol a entrar pela pequena janela do meu quarto, levanto-me lentamente e vou até ao meu armário apenas ocupado por a minha farda e mais duas camisolas  e um par de calças, tiro uma das camisolas e visto-a repito o mesmo acto com as calças.

Caminho até a porta do quarto e bato á porta duas vezes, algum tempo depois esta é destrancada por Mattew, outro colega do meu pai.

"Acordas-te cedo!" disse dando espaço para eu passar.

"Que horas são?" perguntei friamente.

"Dez e meia, mas sempre podemos dormir mais um bocado." disse olhando para mim de forma nojenta.

Ignorei e caminhei até á pequena cozinha, fui até ao frigorifico e como sempre encontrava-se praticamente vazio, apenas continha algumas cerveijas. Peguei num copo e bebi um bocado de água da torneira, logo de seguida voltei para o quarto sem me cruzar com ninguém.

Algum tempo depois ouvi o telefone da casa a tocar, como ninguém atendia e aquele som é o mais irritante possivel, fui até ele.

Apesar de estar extremamente proibido de tocar no telefone como não esta ninguém em casa eu decidi atender.

"Pai, pela última vez, diz me aonde está a Danielle!" ouvi num tom furioso do outro lado da linha.

"Q-quem é?" perguntei assustada.

"O Michael, quem é que havia de ser?" não respondi, após aquelas palavras o meu coração apertou, mais e mais.

"M-ichae-el?"

"Dan-nielle? És tu?"

"Michael!" disse já em lágrimas.

"Danielle diz-me aonde estas! Por favor." implorou.

"Michae e-eu não s-sei, s-só sei que tra-abalho num bar em Miami" disse com a voz trémula.

"Como se chama o bar? Por favor eu preciso de ti."

"Nights...eu também Michael." disse chorando já descontroladamente.

"Vais para lá todas as noites?" perguntou.

"Sim." disse ouvindo uma porta a bater "Ele chegou, por favor não lhe digas nada" disse desligando rapidamente.

Pousei o telefone e corri até á cozinha, visto que era a divisão mais proxima.  Peguei num copo e enchio quando ele entra na cozinha acompanhado de uma mulher.

"Ah olá Danielle" disse ajeitando a sua camisa.

"Olá" disse secamente e sai da divisão.

Voltei para o meu quarto e peguei num livro antigo que tinha debaixo do meu colchão desgastado.

(...)

Passei o resto do dia a ler, nunca pensei que aquilo fosse tão intressante, estava realmente a adorar quando alguém entra rapidamente no meu quarto.

"Ainda não estas pronta?" perguntou George com um ar furioso.

"Ah...hum, desculpe." disse levantando-me rapidamente.

"Aqui não á desculpas!" disse apontando para mim" Ultimamente andas a portar-te muito mal, amanhã falamos melhor sobre isso."

"Ok" disse caminhando até ao meu armário.

"Quero-te na entrada em três minutos." disse e saiu do quarto batendo a porta bastante de força.

Vesti rapidamente a farda e calçei os saltos altos pretos, fui praticamente a correr até á entrada aonde este se encontrava impaciêntemente á minha espera.

Sem dizer uma única palavra chegamos ao bar e aí me relembrei que em breve iria ver o Michael, o meu irmão...

Saí do carro praticamente num salto e este ignorou-me e foi-se embora, sem sequer me acompanhar á entrada, o que foi estranho.

Ignorei e rapidamente entrei no bar, como habitual ainda fui á pequena sala acabar de me arranjar e ás onze certinhas fui até á sala do meu patrão.

"Boa noite" disse este sorrindo.

"Boa noite" disse sorrindo, um sorriso um pouco sincero.

"Estas feliz?" perguntou olhando-me nos olhos.

"Um pouco." respondi.

"Ainda bem..."

"Para aonde vou hoje?" perguntei.

"Hoje vais para o balcão do bar principal." disse e eu assenti.

Sai da sua sala e fui até ao bar principal, ainda não tinha muita gente, mas tambem era cedo para um sábado.

(...)

O tempo ia passando e não havia sinal do Michael, a esperança de o reencontrar era pouca mas ele pode nem estar neste pais e ainda ter de apanhar o avião ou assim.

"Se quiseres podes ir indo para casa." disse Amber sorrindo.

"Não te quero deixar aqui sozinha, deixa estar." disse sem tirar os olhos da janela.

"Tem pouca gente e já é tarde, a sério podes ir."

"Oh ta bem, obrigada." disse desiludida, eu já devia saber que ele hoje não iria aparecer.

Saí do establecimento e sentei-me um pouco na berma da estrada.

O tempo ia passando e nada, ele mentiu-me...um carro que vinha em alta velocidade parou á minha frente e eu levantei-me rapidamente.

"Anda vamos." disse John.

Suspirei e entrei no seu velho carro, ele conduziu até casa sem dizer uma única palavra, parece que já se tornava habito.

(...)

Mais um dia habitual, apenas continuei a ler o velho livro que se encontrava debaixo do meu colchão.

Eu cada vez me sentia mais uma prisioneira deles, eu sei que o sou mas custa, custa ver pessoas da minha idade no bar a dançar com o seu grupo de amigos, custa não poder ter o meu estilo, custa saber que o meu pai me raptou, custa saber que estou longe da minha familia, custa saber que á dois anos atrás eu era feliz, felicidade....tenho saudades deste sentimento.

Quando dou por mim já estou a chorar.

"Ai a princesinha está a chorar." disse George entrando no quarto batendo palmas.

Ingorei e continuei a ler, este observava-me atentamente, de uma forma um pouco perturbadora, apesar de estar no mesmo sitio que ele já fosse perturbador o suficiente.

"Para a semana não vais para o bar." disse tirando os olhos de mim.

"Porque?"

"Porque tens te portado mal."

"Tu é que sabes!" disse secamente como sempre.

Ele saiu do quarto trancando a porta, continuei a ler o meu livro.

Nights -> AI {PARADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora