Chapter 3

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*Danielle's pov*

A semana ia passando, cada vez me sentia mais prisioneira e desiludida comigo própria.

Eu tinha-lhe prometido que apesar de tudo ia ser forte, por ele!

Era hoje sexta-feira amanhã já iria para o bar, espero que ele apareca, eu já nem sei se deva acreditar nisso, mas ele é meu irmão.

(...)

A porta é aberta muito rápidamente por John com umas roupas na mão.

"Veste isto!" ordenou pousando uns calções bastante curtos e um biquini.

Olhei-o um pouco confusa enquanto ele apenas se limitava a olhar para mim sem proferir uma única palavra.

"É a nova farda."disse percebendo que estava confusa.

Assenti e levantei-me, tinha esperança que ele sai-se, mas não, ficou a observar-me.

Virei-me de costas para ele e rapidamente tirei a minha camisola colocando o biquini, fiz o mesmo com a parte de baixo e este continuava a olhar para mim, estava a ser horrivel, mas sei que não posso fazer nada, senão ainda iria ser pior.

"Bem, vamos!" disse o meu progenitor.

Peguei no meu batão vermelho e num elástico e fui para a entrada, saimos do velho prédio e caminhamos até ao seu carro.

Pelo caminho coloquei o batão através do pequeno espelho e prendi o cabelo num coque um pouco despenteado.

"Estas a ficar muito parecida com a mãe." disse num tom um pouco triste.

"Porque?"

"Porque o que?"pergutou confuso.

"Porque é que fazes isto? Porque é que me obrigas a isto?"

"Porque sim! E agora cala-te antes que te arrependas ." ordenou já num tom autoritário.

"Mas--" a sua mão fria entrou em contacto com a minha pele.

"Odeio-te!" disse saindo do carro visto que já nos encontrava-mos á frente do bar.

Corri o mais que pude até á entrada, eu sabia que ele vinha atrás de mim por isso fui até ao escritório do Ethan, visto que era o único sitio em que este não me podia fazer mal.

Abri a porta e o meu patrão  ficou a olhar para mim, tal como o outro rapaz que se encontrava com ele.

"Está tudo bem Danielle?" perguntou o meu patrão um pouco preocupado..

"Por favor, não lhe deixe bater-me." disse por entre as lágrimas.

A porta foi aberta revelando o meu pai com um ar bastante furioso, eu estava a tremer, o rapaz que se encontrava também naquela sala olhava-me confuso.

"Danielle, anda para casa!" ordenou agarrando-me pelo braço com bastante força.

"Não, largue-me." gritei. "Eu odeio-o."

Dito isto eu fui empurrada contra batendo com a cabeça no chão, vários pontapés foram depositados na minha barriga, reparei que Ethan tentava de tudo para afastar aquele homem de mim, tal como o outro rapaz cujo o nome desconheço.

Eu gritava o mais alto que conseguia, as dores aumentavam e eu começava a perder forças, dois seguranças entraram e conseguiram tira-lo dali para fora.

"Danielle." ouvi o meu patrão chamar enquanto me tentava levantar.

"N-não me toque por favor." pedi por entre as lágrimas.

Rastejei até um canto daquela divisão sentando-me, aninhei-me como uma criança assustada enquanto chorava, não era só a dor fisica, era também psicológica.

"Danielle ele já se foi embora, não te preocupes." disse novamente colocando a mão nos meus joelhos. " Vou buscar um bocado de gelo."

Ouvi o som da porta a fechar e uma sombra ia-se aproximando.

"Posso ajudar-te?" o rapaz perguntou e apenas assenti, pegou-me ao colo e sentou-me numa cadeira.

"O-obrigada." agradeci e este sorriu-me.

Não consegui sorrir de volta, só de imaginar que vou ter de voltar para casa e enfrenta-lo.

"Toma." disse Ethan entregando-me um saco de gelo.

"Obrigada, e desculpem."

"Não tens de pedir desculpa, só não entendi nada." disse o rapaz ajudando-me a colocar o gelo.

"Danielle, podes nos contar o que se passou?" pediu o meu patrão.

Eu não lhe podia contar que fui raptada pelo meu próprio pai e que ele me faz de sua prisioneira, senão ele ira fazer queixa e iria ser pior.

"Hum..não foi nada de mais." disse e estes olharam-me em desaprovação.

"Danielle?"

"Sim?"

"Conta."

"Eu não posso." disse tentando-me levantar mas não consegui.

"Tu não podes ir para casa!" disse o rapaz.

"Eu estou bem, não se preocupem." disse levantando-me lentamente.

"O Ashton leva-te a casa!" disse o meu patrão.

"O Ashton?"

"Eu sou o Ashton!" disse o rapaz loiro sujo.

"É o meu filho."

(...)

"É este." disse apontando para o meu velho prédio.

Este estacionou á frente do prédio.

"Tens a certeza que ficas bem?" perguntou preocupado.

"Sim....acho que sim." disse com a voz a falhar um pouco devido ao nervosismo.

"Se precisares de alguma coisa podes contar comigo, eu agora vou para o bar ajudar o meu pai."

"Obrigada mesmo." agradeci abrindo a porta do carro. "Adeus."

"Adeus, espero voltar a ver-te em breve." disse sorrindo.

Sorri de volta e respirei fundo, entre no predio, as minhas pernas tremiam bastante, a minha cabeça fazia com que visse tudo desfocado.

Cada vez mais o medo me invadia, tinha medo do que me esperava daquele lado da porta, com o John tudo pode ser possível...

Nights -> AI {PARADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora