Vendo o cair do dia pela micro janelinha do meu quarto suspiro encarando o meu celular na mão que dá pra se dizer que está “boa” de longe ouço a voz do Fábio conversando com alguém que parecia ser no celular.
Fábio -Relaxa pai, ela tá bem, todo mundo ficou preocupado inclusive eu, tava no trabalho vim correndo.- . . . -Não se preocupe, amanhã o senhor volta?- . . . -Ótimo então, se ela estiver melhor vou brotar no churrasco com ela.-
O pai do Fábio, 2 anos de casados e eu não conheço ninguém da família dele, apenas alguns amigos que ao meu ver não parecem nada serem amigos dele. Sinto o meu celular vibrar despertando-me dos meus pensamentos que me fazem viajar, desbloqueio o meu celular deslizando o polegar na tela e vejo a mensagem da minha mãe, uma das únicas pessoas que não me abandonou independente da minha escolha de hoje.
Whats
Vida -Oi filhinha, tudo bem? Mamãe tá com tantas saudades, tem se alimentado direitinho?-
-Não esqueça o quanto eu te amo viu.-Lelê -Oi mãe, eu tô bem e a senhora? Tô comendo conforme o recomendado, também te amo muito viu.-
Vida -Quando você vem me visitar?-
Lelê -É difícil mãe, tá maior correria aqui, trabalhando muito-
Vida -To tão orgulhosa da mulher que você se tornou-
Lelê -Eu também mãe, vou ficar of aqui rapidinho, depois te chamo beijos, te amo.-
Vida -Beijos meu amor.-
Whats
Dói tanto falar com quem você ama e agir como se estivesse tudo bem, quando nada tá bem. Respiro fundo fechando os meus olhos e me permitindo chorar em silêncio coisa que não permitia a anos, todas as cicatrizes, as marcas, as agressões ficam permanentes, embora com o tempo se apague, suma, só fique um roxinho, isso tudo dói na alma e a alma por sua vez não fica livre de marcas nunca. Me ajeito na cama virando de lado e me permitindo dormir tranquilamente enquanto o abençoado não deita e começa a reclamar de tudo como sempre.
DIA SEGUINTE
Acordo com o despertador do meu celular tocando, droga esqueci de desligar, pego o celular desligando o mais rápido possível antes do digníssimo reclamar mas assim que eu me viro de barriga pra cima na cama não o encontro o que me faz respirar um tanto aliviada, levanto da cama com uma certa dificuldade pego um short jeans largo e um abadá meu da turma de bate bola que eu ia quando morava na minha mãe, pego uma calcinha sem costura confortável e vou caminhando com calma até o banheiro, fecho a porta como de costume e vou me despindo olhando o meu corpo todo marcado como sempre pelo espelho do banheiro. Levanto um pouco o queixo encontrando o meu pescoço tão roxo, respiro fundo e guio pro box onde abro o chuveiro e deixo a água gelada cair sobre o meu corpo.
Após alguns minutos no banho me despertou escutando barulhos na porta, fecho a torneira rapidamente e me enrolo na toalha o mais rápido possível botando minha roupa por cima e por fim puxo a toalha tirando debaixo da roupa que coloquei, prendo o meu cabelo num coque alto pois não fiz questão de molhar ele dnv e abro a porta do banheiro dando de cara com o Fábio.
Fábio -Bom dia bela adormecida, se arruma que vamos no meu pai hoje.- O mesmo leva uma de suas mãos até o meu maxilar segurando firme dando alguns selinhos demorados. -Bem bonita por favor, e nada de abrir o bocão ein.- Concordo em silêncio e suspiro ao ver que ele tira sua mão do meu maxilar.
Leandra -Fábio, eu preciso mesmo ir? Eu tô um caco-
Fábio -Precisa, tá na hora já de vocês se conhecerem e pelo que sei bem se você não aparecer ele vai encher a minha cabeça.-Balanço a cabeça concordando novamente e caminho até o meu armário, ficar bonita e me arrumar pra isso foi tempos, eu sentia prazer em fazer isso, era como se surgisse um outro eu, uma outra versão minha, versão que se olhar pra mim agora vai simplesmente fazer questão de morrer. Pego um short de couro preto e um body preto também sem muitos detalhes, como o Fábio tinha saído do quarto aproveito e vou me vestindo ali mesmo, do uma olhada na minha barriga de obesa e respiro frustrada. Nada tá bom, nada me serve, quer saber, não vou.
Volto a me acomodar na cama com a roupa que tinha escolhido mesmo, pego o meu celular e fico mexendo em algumas redes sociais só vendo as novidades de longe sinto o cheiro forte do perfume do Fábio e assim parado na porta do banheiro todo arrumado me encara feio.
Fábio -Deitou pq?-
Leandra -Pq não tenho roupa legal pra ir e eu não quero ir mais.-
Fábio -Você me desafia legal, puta que pariu Leandra.- Foi num passe de mágica que todos os meus hidratantes, perfumes e maquiagens que estavam em cima do meu armário vão para o chão caindo por cima de mim. -Levanta agora e vai terminar de se arrumar, antes que eu te encha de porrada.-
Leandra -Fábio, por favor, eu tô cansada, meu corpo tá dolorido, tá tudo um porre não me faça ir sem eu querer.-
Fábio -Pensasse antes de arruinar minha vida.- O cara que estava distante num pulo ficou tão perto e me puxou firme pelos cabelos me fazendo levantar da cama e me jogando em cima do meu armário. -Vou ali resolver um bglh, se eu voltar e você não estiver pronta vou te levar do jeito que você tá.-O digníssimo saí batendo a porta da sala, com as lágrimas querendo descer respiro fundo controlando as mesmas e pegando as minhas maquiagens caídas pelo chão do quarto pego o pincel e vou passando a base nas marcas escondendo-as, por fim passo um pouco corretivo debaixo dos olhos escondendo as olheiras, passo o meu gloss labial e calço a minha Melissa slide transparente de brilhinho, no cabelo amarro em um coque alto deixando alguns cachinhos soltos e passo um perfume sobre ele deixando com o cheirinho gostoso. Sentando novamente na cama com o celular em mãos vendo que são 09h da manhã e fico aguardando o digníssimo voltar.
10h, 11h, 12h, 13h, 14h a exatamente as 14h em ponto ouço o barulho da porta novamente e me levanto da cama pegando o meu celular e uma bolsinha preta botando dentro a minha carteira e o meu celular.
Fábio -Agora sim tá parecendo uma mulher de verdade, não parece aquele trapo com quem eu moro.- Saindo na frente dele vou pegando a minha chave e colocando na bolsa aproveito e já vou pra rua esperar ele no portão e como sempre encontramos velhinhas sentadas no portão e algumas piranhas também.
Distraída como sempre observando a rua que a muito tempo não paro pra prestar atenção sinto o Fábio pegar em minha mão e ir me puxando pra andar até o final da rua, pelo que tudo indica o pai dele mora aqui do lado! E meu Deus, num casarão do caralho, fico um pouco surpresa ao ver a fachada da casa bem típico daquelas mansões com o portão da garagem um pouco aberto, passamos entre ele e já encontro bastante homem armado, mulher sarrando em homem e até mulher nua na piscina, com o Fábio segurando firme em minha mão puxando pra dentro de casa ele faz um toque lá com uns caras que ficam me olhando de cima abaixo e logo chega na mesa do pai onde reconheço os dois caras que foram lá em casa um sentado na ponta esquerda da mesa e o outro na ponta direita, e por fim o do meio com a cara toda fechada pra poucos amigos que só pode ser. .
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Leandra
Fanfic𝙿𝚎𝚗𝚑𝚊, 𝚁𝚒𝚘 𝚍𝚎 𝙹𝚊𝚗𝚎𝚒𝚛𝚘 📌 Conhece aquela frase "Maktub"? O que tava escrito ou o que tinha que acontecer? E é assim que ocorre a história de Leandra e Thaison. Foi apenas uma apresentação que deveria ser como nora e sogro, porém foi...