Leandra

Capítulo 4

Fábio - Pai, essa daqui é a mulher da minha vida, Leandra.- Cruzo os braços negando com a cabeça lentamente e esboço um breve sorriso de canto.
Thaison -Oi- Pensa numa voz bem rouca e grossa, que a qualquer momento te levaria ao céu e ao inferno em questão de segundos.
Leandra -Oi.-
Fábio -Então pai, cadê a sua mulher que tanto fala?- o digníssimo puxa duas cadeiras uma pra mim e uma pra ele.
Thaison -Ela é minha mulher ou sua?-
Fábio -Sua, claro.-

Com o papo deles totalmente fora de meu interesse volto a minha atenção ao local que vai entupindo mais ainda de mulher e de longe vejo aquela loira que me salvou com uma mulher ao seu lado vindo em nossa direção.

Tuane -Oi paizinho.- Diz pra um dos homens armados que estão sentado próximos do pai do Fábio. -Mulheeer, tu aqui, como você tá? Gente mas ontem você tava cheia de marcas e hoje já tá sem?- Foi aí que o cu apertou e dividi o meu olhar entre ela e o Fábio.
Thaison -Então foi você a mulher que apareceu na rua toda machucada, ouvi esse papo.-
Xxx -É mano, foi ontem mesmo esse bagulho.-
Fábio -Como as coisas voam aqui né, mas ela já tá bem.-
Xxx2 -Real, ela tava cheia das marcas ontem, com o pescoço roxo quase preto e a cara bem destruída, se recuperou rápido né.- Não sei pq mas eu estava me sentindo num interrogatório onde eu deveria mentir e ao mesmo tempo dizer a verdade.
Thaison -Tem boca e não fala?- Foi aí que engoli em seco e tomei coragem pra falar alguma coisa.
Leandra -Eu..- Rapidamente sou interrompida e ao mesmo tempo do graças a Deus.
Fábio -Sem pressão né gente, ela deve tá mal ainda.-
Thaison -Eu quero ouvir ela e não você, pode falar, Leandra né?-
Leandra -Eu não me lembro muito bem o que aconteceu, só sei que acordei em casa com um monte de gente em cima de mim.- Suspiro fundo como se tivesse acabado de tirar um peso das minhas costas, peso esse que nem existe.
Tuane -Acho que aconteceu mais alguma coisa, ela que não deve se lembrar, como aparece no meio da rua desmaiada com o pescoço roxo e a mão machucada.-
Xxx -Tuane, cala a boca.- O clima totalmente pesado com todos aqueles pares de olhos me encarando me dando um certo medo.
Fábio -Mas ela tá bem, já já melhora.-
Leandra -Onde encontro o banheiro?- Solto desconversando e deixando o clima pesado ir embora devagar.
Fábio -Vem eu te levo.- Sinto ele pegar em minha mão e me puxar pra levantar.
Thaison -Pode ficar aí Fábio, Tuane leva ela, conhece o caminho né?- A loira concorda e o Fábio com o seu olhar aterrorizante me encara, aquele olhar eu conheço tão bem que se tivesse direito de fala iria dizer "se você der um pio já era".

A loira que encara a nossa troca de olhares bem pesada pega em minha mão e me tira dali o mais rápido possível me levando pra dentro da casa, que por dentro Deus é mais, gigante é pouco, aqui deve caber umas 5 famílias. Sendo guiada até um corredor onde tem várias portas vejo a loira abrindo a porta pra mim.

Tuane -Quando acabar bata duas vezes na porta que eu abro pra você.- Concordo e entro no banheiro vendo o luxo que só, embora seja tudo muito luxuoso, grande e tudo mais o que tá me atraindo bastante é o conforto, até com o meu pouco em casa eu tenho conforto quem dirá pro pai do Fábio.

Como não estou com vontade de fazer nada fico ali por alguns minutos me encarando no espelho e logo bato na porta esperando a loira abrir pra mim, pronta pra sair assim que a porta se abre vejo um brutamonte entrando do vários passos pra trás batendo com as costas na parede.

Leandra -Fábio por favor, eu não falei nada demais, eu não abri a boca.-
Fábio -Cala a boca, sem chorar vadia.- Sinto a mão dele ir direto para o meu pescoço, por estar muito muito sensível já sinto dor de imediato.
Leandra -Fábio para por favor, tá doendo.-
Fábio -Eu vou falar e você vai me escutar pianinha.- Balanço a cabeça concordando e fecho os olhos sentindo as lágrimas cair. -Você vai chegar na mesa e vai falar que não tá muito bem e vai pra casa.- Concordo novamente e assim que ele me solta respiro fundo tentando recuperar o pouco de fôlego que perdi.

Vejo que o mesmo vai saindo do banheiro deixando a porta aberta e por fim passo pela porta deixando-a encostada e caminho pra fora da casa indo de encontro ao pessoal da mesa.

Tuane -Demorou ein gata, senta aí que eu vou te apresentar a minha gatinha.- Esboço um breve sorriso e presto atenção na apresentação. -Essa daqui é a Ester.-
Leandra -Oi.-
Ester -Oi, como você tá? Tuane me contou o que rolou.- A última parte ela sussurra o que me faz ficar um pouco surpresa.
Leandra -Eu tô bem diante daquilo, só tô com um pouco de dor de cabeça, eu vou pra casa outro dia a gente se encontra por aí.-

Me despeço de todos, não encontro o Fábio ao redor e vou saindo da casa do pai dele com uma certa dificuldade por estar cheio, passando pelo portão vou caminhando devagar até a vilazinha que eu moro, pego a chave na minha bolsa e destranco a porta entrando em casa vendo ela revirada, ué quando eu saí tava arrumada.

Deve ser doideira minha, caminho até o quarto botando minha bolsa em cima da cama vendo o quarto pior que a sala nego com a cabeça e começo a arrumar as coisas botando no seu lugar certinho, vou pra sala arrumando a mesma aproveito faço alguma coisa pra comer pois estou desde do café da manhã sem comer, mato a minha fome e vou pro quarto abro o meu armário pegando um short pano mole e uma blusa grande, trocando de roupa vou me deitando na cama e pego o meu celular desbloqueando o mesmo.

Whats

Rute -Boa tarde minha filha, queria saber se hoje dá pra você vim trabalhar?-
-A demanda tá muito grande e de verdade sem você aqui fica tudo horrível.-

Lelê -Claro que eu posso ir dona Rute, as 17:30 tô aí pra abrir a barraca.

Rute -Obrigada viu, sem você eu não sei o que eu faria.-

Whats

Dona Rute é como se fosse a minha mãe daqui da Penha, me trata como filha e sempre que pode me ajuda, só não me ajuda nas brigas com o Fábio pq ele já ameaçou ela de morte e eu pedi que ela não se metesse nisso.