Estou cansada das poesias mornas, dessas que tentam trazer consolo
Estou cansada das preces silenciosas ditas repetidamente
Estou cansada dos passos vagos que caminham em direção a sabe-se-lá onde
Estou cansada dos erros que escapam do meu controle, esses que passam desapercebidos e devoram a consciência
Estou cansada de carregar o peso do mundo - e este se decompõe desde a sua criação
Estou cansada de ir e de voltar, enojada com o percurso nauseante do ir e vir
Estou cansada da insuficiência, relutante diante do fardo da morte em vida
Estou cansada de correr atrás do vento, cansada de encarar cruelmente todo tempo que perdi
Todo esse tempo que perco