Kirah acordou em uma cela escura e úmida. Seu corpo doía e ela sentia tontura. Quando tentou se levantar, percebeu que suas mãos estavam amarradas com cordas. Ela tentou gritar, mas sua boca estava tapada por um pano.
De repente, a porta da cela se abriu e um homem entrou. Ele era alto, com cabelos grisalhos e olhos penetrantes. Vestia uma armadura de metal e segurava uma espada na mão.
- Você é Kirah, não é mesmo? - perguntou o homem com uma voz ríspida.
Kirah acenou com a cabeça, ainda confusa e assustada.
- A filha do chefe da cidade foi roubada esta noite. Você está sendo acusada pelo crime. O que tem a dizer em sua defesa?
Kirah tentou falar, mas o pano ainda tapava sua boca. O homem percebeu e o retirou com brutalidade.
- Eu não fiz isso! - gritou Kirah. - Fui enganada pelas minhas amigas. Eu não sabia que elas iam roubar a filha do chefe da cidade.
O homem a encarou por alguns segundos, avaliando suas palavras. Depois, assentiu.
- Acredito que você esteja dizendo a verdade. Mas, mesmo assim, você não pode ficar impune. Roubar é um crime grave e as consequências são severas.
Kirah sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela sabia o que estava por vir.
O homem saiu da cela e voltou minutos depois, acompanhado de outros guardas. Eles a arrastaram para fora e a levaram até a praça central da cidade.
Uma multidão se formou em volta, curiosa para ver o castigo da ladra. Kirah sentiu o rosto queimar de vergonha.
O homem da armadura subiu no palanque e anunciou a sentença.
- Em nome da lei e da justiça, a ladra Kirah será punida com trinta chibatadas.
Kirah fechou os olhos e esperou pelo golpe. O primeiro chicote cortou o ar e atingiu suas costas, arrancando um grito de dor. O segundo, o terceiro, o quarto... Cada um parecia mais doloroso que o anterior.
Quando a punição acabou, Kirah estava coberta de sangue e com as costas em carne viva. Ela foi levada de volta para a cela, onde passou a noite gemendo de dor.
Foi um castigo duro, mas Kirah sabia que merecia. Ela prometeu a si mesma que nunca mais se envolveria em crimes. Mas também jurou que encontraria suas amigas e se vingaria por terem a deixado sozinha.
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A ordem dos Maltras
Fiksi UmumNesse romance medieval, três garotas órfãs se acostumaram com a vida de roubos e enganação, até que um dia se veem com sérios problemas por conta da vida que levam. Usam e abusam de suas habilidades para enganar homens e mulheres.