Capítulo 6 - Com gosto de despedida

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🔞 Contém cenas de sexo explícito, não aconselhável para menores de 18 anos!

Capitulo não betado e tudo o mais 🤓


Taehyung chegou na boate em que trabalhava e soube imediatamente que o clima estava estranho. Todos que geralmente eram gentis com ele, o olhavam com nojo e desconfiança. Aquele medo de ser descoberto, que sempre o acompanhou, agora gritava. Ele sabia que tinha algo errado.
— Tete... boa tarde, irmão.
— Bang Chan, você está longe de casa.
O tom irônico do líder de gangue e aquele sorriso de lado, deu o sinal que Taehyung deveria sair dali. Mas antes que pudesse se mexer, Changbin e Han estavam atrás dele.
— Acho que seria legal você vir com a gente.
Ao sentir os outros se aproximando dele, soube que não tinha escolha. Então, foi até a sala do fundo em silêncio. Ficou chocado quando viu Namjoon lá dentro o esperando, sentado de pernas cruzadas e aquele olhar assustador de sempre.
— Boa tarde, Taehyung. Sente-se, por favor.
A mão de Changbin em seu ombro não deu muita opção para Tae recusar o convite.
— Eu fiquei sabendo de uma coisa que me deixou muito decepcionado, detetive Kim.
Era isso, aquele era o momento em que ele morria. Estava especialmente calmo apesar dos pesares. Anotou mentalmente que voltaria do pós-vida para puxar o pé de Yoongi.
— Pois é, nem sempre a gente consegue o que quer.
O deboche fez Namjoon fechar a cara e dar um sinal para Changbin dar o primeiro soco.
Com o lábio sangrando, Taehyung começou a rir.
— Foi mal, chefinho. Desculpe pela decepção que causei.
— Você não consegue ficar com a boca fechada, né? - Namjoon riu sem humor.
— E aceitar meu destino calado? Qual a graça nisso?
Dessa vez o golpe veio de cima e acabou jogando o policial no chão. Bang Chan aproveitou o momento e deu um chute na costela do homem que já estava caído.
Taehyung gargalhou e cuspiu sangue nos pés do líder da gangue.
— Só assim pra você conseguir me bater, Chan!
Quando Namjoon percebeu que os ânimos estavam alterados resolveu finalizar a questão.
— Acabou. Jungkook, prepare o carro. Chan, amarre nosso amigo policial.
— Mas, chefe - Bang Chan se aproximou - não suje suas mãos, eu estou em dívida de sangue com o senhor.
Com um olhar carinhoso, Nam tocou no ombro do mais novo.
— Em breve eu vou cobrar esse favor, não se esqueça dele.
A última coisa que Taehyung viu antes de ser colocado no porta-malas foi o rosto de Jungkook e o sol da tarde brilhando em seus cabelos.
Aquele espaço era claustrofóbico, pequeno e quente. Achou que carros de luxos teriam bagageiros mais confortáveis e começou a rir que aquele seria um dos seus últimos pensamentos.
Foram minutos intermináveis, que o policial nem podia contar. Sem referência, poderiam ter sido 5 ou 50, não saberia a diferença, mas a angústia era a mesma. Porém, quando enfim pararam, não sabia se estava aliviado ou apavorado. Uma calma o tomou, aceitação que era aquilo. Sabia que tipo de vida levava, uma hora ia dar ruim.
Mas quando foi tirado do porta-malas e viu Yoongi e Hoseok do outro lado do galpão, estranhou.
Namjoon foi até o detetive Min e o beijou, ali na frente de todos. Aliás, parecia que os dois iam se engolir, não era um beijo simples. Taehyung nunca achou que veria aquilo ao vivo e ficou ainda mais surpreso quando foi Jungkook quem o desamarrou.
— Ok... por essa eu não esperava.
Yoongi se afastou do homem que se agarrava e foi até Taehyung.
— Porra, eu disse que daria um jeito.
— E dava pra dar um jeito sem ninguém me espancar?
Dessa vez foi Namjoon quem se aproximou.
— Faz parte do show, detetive.
Ao olhar para Hoseok, que permanecia no canto, pôde ver sua expressão de espanto com tudo aquilo.
— Tá, bora meter o pé! Que estão esperando pra fazer sua extração, moleque.
— Bora, Hoseok sunbae. Não vejo a hora de estar livre de tudo isso. Sem ofensas, chefe.
Antes de ir embora, Taehyung estendeu a mão para cumprimentar Namjoon. Nunca esperou que aquela fosse a pessoa que salvaria sua vida, mas estava aliviado em descobrir que o mafioso tinha um coração no final das contas.

Quando ouviu de Namjoon que eles apenas liberariam o policial, Jungkook sentiu o chão abrir embaixo de seus pés. Tudo que tinha vivido até aquele momento foi mentira. Mas era o braço direito de seu chefe, não desobedeceria na frente daqueles porcos imundos, não o envergonharia. Porém, no momento em que eles foram embora, o menino tremia. As lágrimas desciam grossas pelo seu rosto angelical.
— Kookie... - Nam se aproximou, colocando a mão em seu ombro. Porém, a violência com que o mais novo puxou o corpo, assustou o chefe.
— Não... eu não acredito!
Namjoon sabia que aquela ordem seria a última que daria para Jungkook, conhecia o rapaz há tempo o suficiente para saber que era o ponto sem retorno. Por isso, só deixou o menor falar e expor sua frustração.
— Eu fiz TUDO que você mandou, eu dediquei minha vida, para você decidir soltar um porco infiltrado? Sabe o quanto ele falou de todos aqui? Quantos amigos serão presos ou vão morrer? Você apenas o soltou! E por quê? Por causa de um imbecil que nunca vai... - JK segurava seu abdome, como se sentisse dor física em falar tudo aquilo - nunca vai te amar como eu te amei!
Sem falar nada, Namjoon se aproximou e abraçou seu pequeno.
No começo, ele se debatia, queria se soltar e por isso empurrava e batia naquele que era sua vida inteira.
Até que o calor do corpo grande o acalmou. Apenas o movimento intenso dos soluços ficou entre eles. E quanto mais Jungkook se soltava, mais forte Namjoon o abraçava.
— Por que você não pode me amar? - a pergunta doeu no coração do mais velho.
— Não é assim, pequeno... eu não controlei nada disso - falou enquanto acariciava o cabelo escuro que sempre cheirava tão bem - você sabe o quanto eu te amo, mas não vou te insultar, você também sabe que não é a mesma coisa.
— Eu fiz tudo por você...
— Eu sei, Kookie, eu sei.
— E agora você está desistindo.
Jungkook se afastou, não podia ficar naquele abraço por mais tempo. Sabia que era sedutor estar ao lado de quem se ama e simular que o afeto era seu. Dividir o companheirismo e o amor fraternal, fingindo ser outra coisa. Mas não podia mais se enganar, aquele era o final, um que não quis aceitar por algum tempo já.
— Aí que está, eu não desisti. Pelo contrário, estou investindo naquilo que quero.
— Mas e a organização? Tudo que construímos! Soltar aquele filho da puta é sua sentença de morte...
— Pequeno, isso aqui não é tudo. Eu não sou sua vida, nem a organização. Você tem muito pela frente e me arrependo da contribuição que tive em você não perceber isso.
O mais novo olhava para o homem à sua frente, era difícil reconhecer. Sempre tão sério, sempre tão pragmático e agora parecia um romântico que acreditava em um sonho bobo. Então entendeu aquele amor errado e bizarro que ele percebia entre seu chefe e o policial de merda, o brilho nos olhos em crer no impossível.
— Jungkook, acredita em mim só mais uma vez, por favor. Não como seu chefe, não como hyung. Olha bem pra mim, como a pessoa que esteve ao meu lado, o único em quem confiei por tantos anos. Confia em mim só mais uma vez.
— Você está pedindo muito, hyung.
— Eu sei.

Justiça Profana (Namgi AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora